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Polvo que ganhou braço após briga surpreendeu cientistas

Polvos têm oito membros. Mas o que acontece quando eles perdem alguns desses “braços”? No geral, eles crescem de volta. Mas um polvo-comum macho desenvolveu um braço duplo durante esse processo de regeneração. E cientistas tiveram a oportunidade rara de acompanhar o animal.

O polvo havia perdido três braços inteiros e as pontas de outros dois, provavelmente numa briga contra um predador. Durante a regeneração, algo extraordinário aconteceu: um dos braços se dividiu em dois, dando ao polvo um total de nove braços em vez dos oito tradicionais.

Após (provável) briga com predador, polvo usou braço duplo com ressalvas

A equipe de pesquisadores mergulhou numa enseada na ilha de Ibiza, na Espanha, para observar o comportamento do animal entre dezembro de 2021 e maio de 2022. Eles numeraram cada braço – e chamaram o braço dividido de R1a e R1b. Confira abaixo:

Cientistas numeraram membros do polvo estudado – e chamaram o “braço” dividido de R1a e R1b (Imagem: Soule, S.E. et al./Animals)

Os braços mais utilizados eram o L1 e o R1a. 

  • Durante a locomoção (se rastejando, por exemplo), o polvo preferia usar os braços localizados atrás da cabeça;
  • Para forrageamento (sim, essa palavra existe) e exploração, os braços duplos R1a e R1b eram menos utilizados – mas o R1b era mais ativo do que o R1a.

Uma descoberta intrigante foi que os braços mais feridos eram menos utilizados em comportamentos considerados “arriscados”. Por exemplo: quando o polvo estendia os membros para longe do corpo ou havia risco de interação com predadores.

Montagem mostrando nove membros de polvo em foto
Membros R1a e R1b eram menos utilizados pelo polvo durante exploração (Imagem: Soule, S.E. et al./Animals)

O que isso pode significar? O polvo em questão pode ter algum tipo de memória da dor. E essa memória pode até estar associada a lugares específicos. Isso porque outros estudos já mostraram que polvos evitam locais ligados a experiências negativas.

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Polvo perdeu medo de usar seus membros (inclusive, o novo) com o tempo

Com o tempo, os braços divididos passaram a desempenhar novas funções e foram utilizados com mais frequência. Isso mostra a incrível adaptabilidade desses animais e como seus membros podem reagir a diferentes estímulos mesmo após a regeneração.

Montagem de fotos mostrando polvo usando nove membros em fundo de oceano
O “braço” duplo passou a desempenhar novas funções e foram utilizados com mais frequência pelo polvo com o tempo (Imagem: Soule, S.E. et al./Animals)

O estudo, publicado na revista Animals em 2025, revela como os polvos conseguem se reinventar após ferimentos graves. A pesquisa aponta como o animal adapta não apenas sua anatomia, mas também seu comportamento para sobreviver com uma nova configuração corporal.

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polvo

Nova espécie de polvo das profundezas é encontrada na Austrália

Uma expedição realizada nas águas profundas do Parque Marinho Carnarvon Canyon, na costa da Austrália Ocidental, revelou uma nova espécie de polvo. Medindo apenas 4 centímetros de diâmetro, o animal foi batizado de flapjack Carnarvon (Opisthoteuthis carnarvonensis).

Uma das principais características do molusco marinho recém identificado são seus olhos grandes. Segundo os cientistas, eles servem para aumentar a capacidade de caçar vermes e pequenas presas nas profundezas escuras.

Polvo habita regiões profundas

  • A nova espécie foi localizada entre 1.044 e 1.510 metros abaixo da superfície.
  • Esta é uma região onde não existe luz solar, o que faz da visão do polvo uma excelente vantagem evolutiva.
  • Além disso, os pesquisadores explicam que esta parte do mar apresenta condições extremas.
  • Por conta disso, foram usadas câmeras, redes especializadas e trenós em alto mar durante a expedição.
  • As descobertas foram descritas em estudo publicado no Australian Journal of Taxonomy.

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Animal não produz tinta e nem muda de cor

Existem muitas espécies de polvos flapjack. Eles são caracterizados por sua capacidade de achatar seu corpo para se parecer com uma panqueca. Também podem aumentar de tamanho para parecer um doce gelatinoso.

Detalhes da nova espécie de polvo identificada na Austrália (Imagem: Australian Journal of Taxonomy)

Estes animais fazem parte de um amplo grupo conhecido como “polvo dumbo”, do qual existem aproximadamente 50 espécies descritas em todo o planeta. Pelo menos 15 delas foram registradas em águas australianas.

Os cientistas explicam que estes seres se reproduzem e crescem lentamente, são muito macios e gelatinosos e, ao contrário de outros polvos, não produzem tinta e não podem mudar de cor. Ainda segundo eles, a descoberta da nova espécie reforça a importância da conservação das águas da Austrália Ocidental.

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Esse polvo tem um “barco” e ele não é o que você imagina

O tubarão-mako está presente em todos os oceanos do mundo e é uma variação bastante comum (e caçada) da espécie. No entanto, um exemplar encontrado no Golfo de Hauraki, na Nova Zelândia, veio um “brinde”: um polvo montado em suas costas.

Quem fez o avistamento em 2023 foi a ecologista marinha Rochelle Constantine, que inicialmente ficou preocupada com o animal. “No começo, eu estava tipo, ‘É uma bóia?’. Está enredado em equipamentos de pesca ou tinha uma mordida grande?”, disse em entrevista ao The New York Times.

A resposta veio pouco depois, quando um drone foi enviado para se aproximar do tubação. Após uma observação (e alguns tentáculos) veio a confirmação: um polvo estava pegando uma carona nas costas do animal.

O polvo foi identificado como da espécie Maori, a maior do hemisfério sul. Esse animal pode chegar a atingir 1 metro de comprimento total e pesar até 10 quilos. Para pegar a “carona”, ele ocupou um espaço grande do tubarão. 

Encontro inusitado entre polvo e tubarão

Os tentáculos do polvo estavam “compactados” e o animal tentava passar despercebido. No entanto, os cientistas acreditam que o tubarão percebeu a presença de seu companheiro graças aos seus órgãos sensoriais.

“O tubarão parecia bem feliz, e o polvo parecia bem feliz”, disse o Dr. Constantine. “Foi uma cena bem calma.”

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Não se sabe o desfecho da viagem do polvo, mas considerando que o tubarão-maori é um dos mais rápidos do mundo, caso ele tenha acelerado o máximo possível, o seu companheiro provavelmente caiu da garupa.

 “Não faz sentido que esses dois animais estivessem no mesmo lugar e ao mesmo tempo”, afirmou a Dra. Constantine. “Não temos ideia de como eles se encontraram.”

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