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No futuro, seu rosto pode ser sua passagem aérea

Embarque sem papel, sem fila e sem passaporte: no futuro próximo, seu rosto e celular podem ser tudo o que você vai precisar para voar. Um plano ousado da Organização das Nações Unidas (ONU) quer aposentar de vez os cartões de embarque e transformar o aeroporto inteiro em um grande scanner de reconhecimento facial.

Em vez de mostrar documentos e encarar filas, o passageiro do futuro vai baixar uma credencial digital no smartphone. O tal “passe de jornadase atualiza sozinho em caso de atrasos e permite circular por todo o aeroporto usando apenas o rosto.

Com oito bilhões de passageiros até 2040, digitalização e reconhecimento facial vão acelerar embarque (Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock)

É o que destaca o Euro News ao revelar os planos da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), ligada à ONU. A ideia é eliminar o check-in como conhecemos e reduzir custos, fraudes e até o tráfico de pessoas — tudo com a promessa de mais agilidade e segurança.

Aeroportos cheios, rostos escaneados

A pressão vem do céu — e dos números. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, na sigla em inglês), o total de passageiros deve dobrar até 2040, chegando a oito bilhões por ano. Para dar conta desse volume sem travar os aeroportos, o setor aposta tudo na digitalização.

Países, como Finlândia e Singapura, já estão testando os sistemas biométricos. Em Amsterdã (Holanda), o aeroporto de Schiphol usa reconhecimento facial desde 2019 em voos selecionados. E a companhia aérea Ryanair prometeu eliminar o cartão de embarque em papel ainda este ano.

A tecnologia também mira a segurança. Ao usar dados únicos, como impressões faciais, o sistema reduz as chances de fraude de identidade. E, no embalo, pode ajudar a combater crimes como o tráfico humano, segundo a OACI, que define padrões para o setor aéreo.

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Privacidade na turbulência: nem todo mundo quer voar assim

  • Nem todo mundo embarcou nessa viagem digital: especialistas em privacidade alertam para os riscos de vigilância em massa e uso indevido de dados biométricos. O medo é que a mesma tecnologia que promete agilidade vire mais uma ferramenta de controle;
  • Empresas do setor, como a Amadeus, tentam acalmar os ânimos. Afirmam que os sistemas foram desenhados para apagar os dados do passageiro segundos após o uso — e que o processo inteiro seria opcional. Cada país pode decidir se adota ou não a nova credencial digital;
  • Enquanto isso, o cenário continua em transformação;
  • Se depender da tecnologia, o futuro das viagens será mais rápido, mais limpo e sem papel;
  • Mas, como em todo voo, é bom manter o cinto afivelado: a rota da inovação ainda passa por zonas de turbulência.
Especialistas alertam para uso indevido de dados biométricos, enquanto o setor promete opções e segurança para tranquilizar os passageiros (Imagem: Frame Stock Footage/Shutterstock)

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Propriedade intelectual: o que muda na era da IA generativa

Com o uso cada vez mais difundido da inteligência artificial generativa, capaz de criar textos, imagens, vídeos, músicas e outras formas de conteúdo, empresas e agências têm sido obrigadas a rever sua governança interna e relações contratuais. Um dos focos principais é a propriedade intelectual, especialmente em contextos criativos e publicitários.

Segundo a advogada e publicitária Gisele Karassawa, sócia-fundadora do VLK Advogados, as marcas estão cada vez mais conscientes dos desafios que essa tecnologia impõe. “Há uma preocupação legítima com o risco reputacional em função de conteúdos criados por IA que possam conter erros ou violações legais e direitos de terceiros. Mas é importante diferenciar os tipos e usos de IA e entender que restringir de forma generalizada pode frear a inovação”, afirma.

Ela explica que, para equilibrar segurança jurídica e inovação, o ideal é que empresas desenvolvam políticas internas de governança para o uso dessas ferramentas, invistam em capacitação da equipe e mantenham supervisão humana ativa sobre o que é produzido com o apoio da tecnologia.

Além disso, Gisele ressalta que é necessário mapear previamente as demandas para análise de riscos. “Antes de iniciar qualquer projeto que envolva IA, é importante mapear os riscos e estruturar um plano de mitigação destes, especialmente sob as perspectivas de direitos de propriedade intelectual, segredos de negócios, direitos de personalidade, proteção de dados pessoais e autorregulamentação publicitária, para que a comunicação aconteça com segurança e engajamento”, complementa.

Há uma preocupação legítima com o risco reputacional em função de conteúdos criados por IA. Imagem: Shutterstock/Gorodenkoff

O desafio da autoria e titularidade no contexto da IA generativa

Um dos principais dilemas jurídicos envolvendo inteligência artificial generativa é o encaixe dos direitos autorais para as criações feitas com (ou por) IA. Gisele lembra que há duas perspectivas diferentes e que envolvem a discussão de Direitos Autorais:

  • A primeira é com relação ao uso de obras protegidas para o treinamento de sistemas de IA. Hoje há grandes discussões, especialmente no Judiciário americano sobre o chamado fair training, ou seja, o treinamento de sistemas de IA baseado no racional do fair use. Em uma recente decisão da corte de Delaware na ação judicial que a Thomson Reuters moveu contra a Ross Intelligence o entendimento foi de que não se configurou o uso justo dos materiais da primeira para treinamento da IA da segunda, especialmente considerando a relação de concorrência direta entre elas.
  • A segunda perspectiva é sobre o output, ou seja, o resultado gerado pela ferramenta de IA. Se a obra criada com IA for parecida ou similar a obra pré-existente protegida por direitos autorais, isso pode configurar uma violação. Adicionalmente, há uma grande discussão sobre a autoria e titularidade das obras geradas a partir de sistemas de IA.

“A Lei de Direitos Autorais brasileira ainda parte do pressuposto de que a autoria é exclusivamente humana. É preciso que haja uma relação de causalidade entre criação e criador”, explica a especialista.

Para ela, existem duas formas de encarar essa discussão. A primeira, mais clara do ponto de vista legal, é quando a IA é apenas uma ferramenta auxiliar no processo criativo — ou seja, o ser humano é quem conduz, direciona e toma decisões com base em seu conhecimento e criatividade. Nesses casos, o direito autoral sobre a obra permanece com o criador humano.

A segunda, no entanto, é mais complexa: trata-se de situações em que a IA atua de forma mais autônoma, gerando obras a partir de grandes bases de dados e algoritmos, com pouca ou nenhuma intervenção humana no resultado final. “Nesses casos, há uma quebra da relação de causalidade entre o criador humano e o conteúdo gerado.

Surge, então, a dúvida: quem é o autor? O programador? O usuário? Ou essa obra já nasceria em domínio público? Uma forma de se endereçar essa questão seria olhar apenas para a titularidade, ou seja, quem é o dono, quem pode explorar essa obra.”, pondera Gisele.

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Dona do TikTok planeja data center no Brasil, segundo agência de notícias

Segundo informações divulgadas pela Reuters, a ByteDance, dona do TikTok, está planejando investir em um data center no Brasil. O projeto aproveitaria a vasta quantidade de energia eólica na costa nordeste brasileira.

Para tanto, a empresa chinesa estaria negociando parceria com a geradora de energia renovável Casa dos Ventos visando a construção de instalação no complexo portuário do Pecém, localizado no Ceará.

A proposta da ByteDance vem em momento no qual o Brasil quer se consolidar como centro global de data centers. Isso pode ser visto no plano da Scala Data Center, que consiste em construir verdadeira “cidade data center” no sul do País.

Empresa chinesa pode transformar Brasil em seu pilar de suas operações no Hemisfério Ocidental (Imagem: Ascannio/Shutterstock)

Características do possível data center brasileiro do TikTok

  • Segundo a agência de notícias, as negociações iniciais visam um data center de 300 MW, podendo ser expandido para 900 MW em uma eventual segunda fase;
  • Contudo, a demanda total do projeto poderá chegar a quase 1 GW;
  • Caso isso se concretize, o Brasil será um pilar das operações da ByteDance no Hemisfério Ocidental;
  • E não é só o País que está na mira da chinesa: em fevereiro, ela anunciou que deve investir US$ 8,8 bilhões (R$ 50,01 bilhões, na conversão direta) em data centers na Tailândia durante cinco anos.

Pecém é um ponto estratégico para data centers, pois é onde existem estações de aterrissagem de cabos submarinos próximas e possui concentração de energia renovável.

Leia mais:

Casa dos Ventos

A Casa dos Ventos tem parceria, desde 2022, com a TotalEnergies. A geradora de energia renovável já solicitou conexão à rede para criação de projeto de data center justamente em Pecém.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a princípio, não aceitou o pedido por preocupações com a estabilidade da rede, pois as instalações da região demandam muita energia.

Dessa forma, o Ministério de Minas e Energia (MME) estaria avaliando aumentar a capacidade de rede para projetos de data center em Pecém e em outras áreas.

O que dizem os citados

Nem MME, nem TikTok responderam aos pedidos de contato da Reuters. A agência de notícias não conseguiu contato com a ByteDance. Contudo, a Casa dos Ventos enviou um comunicado oficial, se esquivando de sua suposta relação com a ByteDance, afirmando apenas que está “comprometida em transformar o porto do Pecém em um polo de inovação tecnológica e transição energética“.

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Projeto da controladora do TikTok pode consolidar o Brasil como polo de data centers (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)

“A empresa está desenvolvendo o maior data center e projeto de hidrogênio verde do país, que será alimentado por energia renovável de seu portfólio. No desenvolvimento de ambos os projetos, está avaliando oportunidades de parceria com empresas que possam apoiar sua implementação”, concluiu.

O Olhar Digital entrou em contato com a Pasta, com a rede social, com sua controladora e com a Casa dos Ventos e aguarda retorno.

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Nova empresa de Elon Musk quer captar R$ 113,6 bi em investimentos, diz site

Informações divulgadas pela Bloomberg no fim da noite desta sexta-feira (25) indicam que a XAI Holdings, mais recente empresa de Elon Musk resultado da fusão do X com a xAI, está negociando investimentos na casa dos US$ 20 bilhões (R$ 113,68 bilhões, na conversão direta) com investidores.

Contudo, a quantia pode ser ainda maior, pois o valor total ainda não foi fechado e os termos da negociação podem ser alterados.

xAI é responsável pela inteligência artificial (IA) do grupo de Musk, o Grok (Imagem: QubixStudio/Shutterstock)

Caso Musk consiga obter a quantia, será a segunda maior rodada de financiamento entre startups da história, informa o provedor de dados PitchBook, perdendo apenas para a OpenAI, que obteve US$ 40 bilhões (R$ 227,36 bilhões) no início deste ano.

Além dessa informação, obtida pela Bloomberg com pessoas informadas sobre o tema, soube-se que essa transação faria a XAI valer US$ 120 bilhões (R$ 682,08 bilhões). O portal procurou a empresa para comentar, mas não foi atendido.

Leia mais:

XAI: a nova “queridinha” de Musk

  • A XAI foi anunciada por Musk em março como fruto da fusão do X (ex-Twitter, Inc.) e xAI, a empresa de inteligência artificial (IA) do bilionário;
  • O possível novo aporte poderia ser utilizado para pagamento de parte da dívida contraída por Musk ao converter o Twitter em empresa privada antes de mudar o nome da companhia, explicou uma das fontes;
  • De acordo com a Bloomberg, tal dívida vem pesando no bolso do X. No mesmo mês de anúncio da fusão das empresas, o X pagou cerca de US$ 200 milhões (R$ 1,13 bilhão) em custos de serviço da dívida referente à sua aquisição;
  • Até o fim do ano passado, a despesa anual com juros da companhia era de mais de US$ 1,3 bilhão (R$ 7.38 bilhões).

Desde a fusão, Musk vem se reunindo com seus associados e investidores para pleitear mais aportes na nova empresa, segundo fontes. Quanto à possível nova rodada de investimentos, as negociações estão no estágio inicial, com a XAI querendo levantar esses fundos nos próximos meses.

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X está com dificuldades para pagar cusstos de sua conversão em empresa privada https://olhardigital.com.br/tag/elon-musk/(Imagem: kovop/Shutterstock)

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OpenAI quer que sua IA saiba “pedir ajuda” a outros modelos; entenda

Pela primeira vez em cinco anos, a OpenAI se prepara para lançar um modelo de inteligência artificial completamente aberto – disponível gratuitamente, sem necessidade de API.

Previsto para os próximos meses, o modelo busca superar soluções abertas da Meta e da DeepSeek, tanto em desempenho quanto em recursos. E uma novidade inovadora neste modelo aberto parece ser um dos trunfos da startup.

O que é o recurso e como ele deve funcionar

  • Um diferencial importante, segundo fontes do TechCrunch, pode ser a capacidade do novo modelo local se conectar à nuvem da OpenAI para resolver tarefas mais complexas – um recurso chamado internamente de “transferência”.
  • Isso permitiria ao modelo aberto acionar APIs da empresa para acessar modelos mais potentes, aumentando significativamente seu poder computacional.
  • Inspirado por sugestões da comunidade e por sistemas híbridos como o Apple Intelligence, esse recurso pode atrair desenvolvedores de código aberto para o ecossistema da OpenAI e gerar receita adicional.
  • No entanto, ainda há incertezas sobre preços, limitações e a implementação final do modelo.
Empresa testa nova estratégia com modelo local que aciona APIs premium – Imagem: QubixStudio/Shutterstock

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O novo modelo está sendo treinado do zero e, embora deva ter desempenho inferior ao GPT-4 (o3), promete superar concorrentes como o R1 da DeepSeek em benchmarks específicos.

Modelos da OpenAI ainda alucinam mais do que deviam

Apesar dos esforços da OpenAI com investimentos robustos em seus modelos de IA para torná-los mais precisos, eles ainda não estão livres de fornecerem respostas equivocadas aos usuários.

Testes da OpenAI revelaram que o o3 alucina em 33% das vezes ao responder perguntas sobre pessoas no PersonQA, o benchmark interno da startup. Já o o4-mini foi ainda pior, “viajando” 48% da vezes. Leia mais sobre isso aqui.

Logo da OpenAI em um smartphone na horizontal
OpenAI aposta em IA híbrida com modelo aberto conectado à nuvem (Imagem: jackpress / Shutterstock.com)

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IA em Gaza: experimentos de Israel na região traz preocupações éticas

Israel desenvolveu novas ferramentas de inteligência artificial (IA) para obter vantagem na guerra. As tecnologias, às vezes, levaram a consequências fatais, como traz o The New York Times.

No final de 2023, Israel tinha como alvo assassinar Ibrahim Biari, comandante de alto escalão do Hamas na Faixa de Gaza norte que havia ajudado a planejar os massacres de 7 de outubro. Mas a inteligência israelense não conseguia encontrar Biari, que acreditavam estar escondido na rede de túneis sob Gaza.

Então, oficiais israelenses recorreram a nova tecnologia militar com IA, segundo três oficiais israelenses e estadunidenses informados sobre os eventos e que falaram com o Times. A tecnologia foi desenvolvida uma década antes, mas nunca havia sido usada em batalha. Encontrar Biari forneceu novo incentivo para aprimorar a ferramenta e engenheiros da Unidade 8200 de Israel, equivalente à Agência de Segurança Nacional dos EUA, logo integraram a IA à mesma.

Pouco depois, Israel interceptou ligações de Biari e testou a ferramenta de áudio com IA, que forneceu localização aproximada de onde ele fazia suas chamadas. Usando essas informações, Israel ordenou ataques aéreos para atingir a área em 31 de outubro de 2023, matando Biari. Mais de 125 civis também morreram no ataque, segundo a Airwars, organização de monitoramento de conflitos baseada em Londres.

A ferramenta de áudio foi apenas um exemplo de como Israel usou a guerra em Gaza para testar e implantar, rapidamente, tecnologias militares baseadas em IA em grau nunca visto, de acordo com entrevistas com nove oficiais de defesa estadunidenses e israelenses, que falaram sob condição de anonimato devido à confidencialidade do trabalho ao periódico.

Drone militar israelense no ar (Imagem: Anas-Mohammed/Shutterstock)

IA ajuda Israel em Gaza, mas…

  • Nos últimos 18 meses, Israel também combinou IA com software de reconhecimento facial para identificar rostos parcialmente obscurecidos ou feridos, recorreu à IA para compilar potenciais alvos de ataques aéreos e criou um modelo de IA em língua árabe para alimentar um chatbot capaz de analisar mensagens de texto, postagens em redes sociais e outros dados em árabe;
  • Muitos desses esforços foram parceria entre soldados alistados na Unidade 8200 e soldados reservistas que trabalham em empresas de tecnologia, como Google, Microsoft e Meta;
  • A Unidade 8200 criou o que ficou conhecido como “O Estúdio“, um centro de inovação para conectar especialistas com projetos de IA;
  • No entanto, mesmo com Israel correndo para desenvolver o arsenal de IA, a implantação das tecnologias, às vezes, levou a identificações errôneas e prisões, além de mortes de civis;
  • Alguns oficiais têm lutado com as implicações éticas das ferramentas de IA, que podem resultar em maior vigilância e outras mortes de civis.

Nenhuma outra nação tem sido tão ativa quanto Israel na experimentação com ferramentas de IA em batalhas em tempo real, segundo oficiais de defesa europeus e estadunidenses, oferecendo prévia de como essas tecnologias podem ser usadas em guerras futuras — e como também podem dar errado.

“A necessidade urgente de lidar com a crise acelerou a inovação, grande parte dela impulsionada por IA”, disse Hadas Lorber, diretora do Instituto de Pesquisa Aplicada em IA Responsável do Instituto de Tecnologia Holon de Israel e ex-diretora sênior do Conselho de Segurança Nacional israelense, ao Times. “Isso levou a tecnologias revolucionárias no campo de batalha e vantagens que se provaram críticas em combate.”

Mas as tecnologias “também levantam sérias questões éticas“, disse Lorber. Ela alertou que a IA precisa de verificações e equilíbrios, acrescentando que humanos devem tomar as decisões finais.

Uma porta-voz do exército israelense disse que não poderia comentar sobre tecnologias específicas devido à sua “natureza confidencial“. Israel “está comprometido com o uso legal e responsável de ferramentas de tecnologia de dados”, disse ela, acrescentando que o exército estava investigando o ataque a Biari e estava “impossibilitado de fornecer qualquer informação adicional até que a investigação esteja completa”.

Meta e Microsoft recusaram-se a comentar quando procuradas pelo jornal. O Google disse que tem “funcionários que fazem serviço de reserva em vários países ao redor do mundo. O trabalho que esses funcionários fazem como reservistas não está conectado ao Google”.

Israel anteriormente usou conflitos em Gaza e no Líbano para experimentar e avançar ferramentas tecnológicas para seu exército, como drones, ferramentas de hackeamento de telefones e o sistema de defesa Domo de Ferro, que pode ajudar a interceptar mísseis balísticos de curto alcance.

Após o Hamas lançar ataques transfronteiriços a Israel em 7 de outubro de 2023, matando mais de 1,2 mil pessoas e fazendo 250 reféns, tecnologias de IA foram rapidamente liberadas para implantação. Isso levou à cooperação entre a Unidade 8200 e soldados reservistas em “O Estúdio” para desenvolver, rapidamente, novas capacidades de IA.

Avi Hasson, CEO da Startup Nation Central, organização sem fins lucrativos israelense que conecta investidores com empresas, disse que reservistas da Meta, Google e Microsoft tornaram-se cruciais para impulsionar a inovação em drones e integração de dados.

“Os reservistas trouxeram know-how e acesso a tecnologias-chave que não estavam disponíveis no exército“, disse ele.

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O exército israelense logo usou IA para melhorar sua frota de drones. Aviv Shapira, fundador e CEO da XTEND, empresa de software e drones que trabalha com o exército israelense, disse que algoritmos alimentados por IA foram usados para construir drones capazes de travar e rastrear alvos à distância.

“No passado, as capacidades de direcionamento dependiam de mirar em uma imagem do alvo“, disse ele. “Agora, a IA pode reconhecer e rastrear o próprio objeto — seja um carro em movimento ou uma pessoa — com precisão mortal.”

Shapira disse que seus principais clientes, o exército israelense e o Departamento de Defesa dos EUA, estavam cientes das implicações éticas da IA na guerra e discutiam o uso responsável da tecnologia.

Uma ferramenta desenvolvida por “O Estúdio” foi um modelo de IA em língua árabe conhecido como modelo de linguagem grande (LLM, na sigla em inglês).

Os desenvolvedores, anteriormente, lutaram para criar tal modelo devido à escassez de dados em árabe para treinar a tecnologia. Quando tais dados estavam disponíveis, eram, principalmente, em árabe escrito padrão, que é mais formal do que as dezenas de dialetos usados no árabe falado.

O exército israelense não tinha esse problema. O país tinha décadas de mensagens de texto interceptadas, ligações telefônicas transcritas e postagens retiradas de redes sociais em dialetos árabes falados.

Assim, oficiais israelenses criaram o modelo de linguagem grande nos primeiros meses da guerra e construíram um chatbot para executar consultas em árabe. Eles mesclaram a ferramenta com bancos de dados multimídia, permitindo que analistas realizassem buscas complexas em imagens e vídeos.

Israel e Faixa de Gaza, na Palestina, destacados em mapa
Mapa destaca a Faixa de Gaza entre os territórios da Palestina e Israel (Reprodução: Below the Sky/Shutterstock)

Quando Israel assassinou o líder do Hezbollah Hassan Nasrallah em setembro, o chatbot analisou as respostas em todo o mundo de língua árabe. A tecnologia diferenciou entre vários dialetos no Líbano para avaliar a reação pública, ajudando Israel a avaliar se havia pressão pública por um contra-ataque.

Às vezes, o chatbot não conseguia identificar alguns termos de gíria modernos e palavras que foram transliteradas do inglês para o árabe. Isso exigia que oficiais de inteligência israelenses com especialização em diferentes dialetos revisassem e corrigissem seu trabalho.

O chatbot também, às vezes, fornecia respostas erradas — por exemplo, retornando fotos de canos em vez de armas. Mesmo assim, a ferramenta de IA acelerou significativamente a pesquisa e análise.

Em postos de controle temporários estabelecidos entre o norte e o sul da Faixa de Gaza, Israel também começou a equipar câmeras após os ataques de 7 de outubro com a capacidade de escanear e enviar imagens de alta resolução de palestinos para um programa de reconhecimento facial apoiado por IA.

Este sistema também tinha, às vezes, problemas para identificar pessoas cujos rostos estavam obscurecidos. Isso levou a prisões e interrogatórios de palestinos que foram erroneamente sinalizados pelo sistema de reconhecimento facial.

Israel também usou IA para filtrar dados acumulados por oficiais de inteligência sobre membros do Hamas. Antes da guerra, Israel construiu um algoritmo de aprendizado de máquina — com o codinome “Lavender” — que poderia, rapidamente, classificar dados para caçar militantes de baixo nível.

Foi treinado em um banco de dados de membros confirmados do Hamas e destinado a prever quem mais poderia fazer parte do grupo. Embora as previsões do sistema fossem imperfeitas, Israel o usou no início da guerra em Gaza para ajudar a escolher alvos de ataque.

Poucos objetivos eram mais importantes do que encontrar e eliminar a liderança sênior do Hamas. No topo da lista estava Biari, o comandante do Hamas que oficiais israelenses acreditavam ter desempenhado papel central no planejamento dos ataques de 7 de outubro.

A inteligência militar de Israel, rapidamente, interceptou as ligações de Biari com outros membros do Hamas, mas não conseguia localizar sua posição exata. Então, recorreram à ferramenta de áudio com IA, que analisou diferentes sons, como bombas sônicas e ataques aéreos.

Após deduzir uma localização aproximada de onde Biari estava fazendo suas ligações, oficiais militares israelenses foram alertados de que a área, que incluía vários complexos de apartamentos, era densamente povoada. Um ataque aéreo precisaria atingir vários edifícios para garantir que Biari fosse assassinado. A operação foi autorizada.

Desde então, a inteligência israelense também usou a ferramenta de áudio junto com mapas e fotos do labirinto de túneis subterrâneos de Gaza para localizar reféns. Com o tempo, a ferramenta foi refinada para localizar indivíduos com mais precisão.

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Ascensão da IA muda nomes dos cargos em tecnologia e confunde setor

O mercado de trabalho em tecnologia em 2025 está passando por uma transformação acelerada. A busca por profissionais com habilidades em inteligência artificial generativa fez explodir a criação de novos cargos – muitas vezes mal definidos, sobrepostos ou com nomes variados.

Segundo Karin Kimbrough, economista-chefe global do LinkedIn, ouvido pelo Wall Street Journal, uma mesma função pode receber até 40 nomes diferentes, dificultando a vida dos candidatos.

Essa falta de padronização reflete o momento experimental vivido pelas empresas, que ainda tentam entender como nomear, estruturar e preencher funções ligadas à IA.

Bagunça na nomeação de cargos

  • Termos como “engenheiro”, “desenvolvedor” ou “especialista” são combinados a expressões como “IA”, “aprendizado de máquina” ou “dados”, criando um labirinto de descrições vagas.
  • Apesar da confusão, o mercado para especialistas em IA está aquecido: essas contratações ocorrem 30% mais rápido que a média, segundo o LinkedIn. Mas isso não significa clareza.
  • Empresas como a Nationwide e a Carhartt preferem incorporar responsabilidades de IA em cargos já existentes, como engenheiros de software ou cientistas de dados, em vez de criar posições específicas.
Com cargos indefinidos e mudanças rápidas, empresas ainda tateiam como estruturar suas equipes de inteligência artificial (Imagem: DC Studio/Shutterstock)

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Nomes modernos para funções são mais “descolados”

Já outras companhias observam tendências em gigantes como Google e Microsoft para decidir como nomear suas vagas, tentando parecer atualizadas.

De acordo com dados do Indeed, cargos como engenheiro de IA/ML, praticamente inexistentes em 2019, já representam 0,3% das vagas tech na plataforma em 2025.

O cenário atual é marcado por velocidade: cerca de 20% dos profissionais que mudaram de emprego nos EUA no último ano assumiram funções que nem existiam em 2000, o que, para Kimbrough, mostra o quão rapidamente o mercado está mudando.

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Falta de padrão nos títulos de funções em tecnologia desafia candidatos e revela a pressa das empresas em parecerem modernas – Imagem: NONGASIMO/Shutterstock

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DeepSeek teria transferido dados de usuários e avisos sem consentimento

A Comissão de Proteção de Informações Pessoais da Coreia do Sul acusou a startup chinesa de IA DeepSeek de transferir dados de usuários para empresas na China e nos EUA sem consentimento, durante o lançamento do aplicativo no país, em janeiro. As informações são da Reuters.

Segundo a autoridade, a empresa enviou não apenas informações pessoais, mas também conteúdo inserido em mensagens de IA para a Beijing Volcano Engine Technology, além de dados sobre dispositivos, redes e aplicativos.

Autoridades coreanas pedem remoção dos dados

  • Em fevereiro, a Coreia já havia suspendido os downloads do app após constatar falhas no cumprimento das normas locais de privacidade.
  • A DeepSeek alegou que a transferência visava aprimorar a experiência do usuário e informou ter interrompido o envio de dados em 10 de abril.
  • Como medida corretiva, a autoridade sul-coreana recomendou a remoção imediata dos dados repassados e exigiu que a empresa estabeleça uma base legal para transferências internacionais de informações pessoais.
DeepSeek teria enviado dados de usuários ao exterior sem autorização; governo coreano exige remoção imediata das informações (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

Leia mais

O Ministério das Relações Exteriores da China comentou que o governo chinês não solicita nem solicitará que empresas coletem dados de forma ilegal.

Confronto com a OpenAI

A acusação feita pelas autoridades da Coreia do Sul não é a primeira polêmica envolvendo o nome da DeepSeek. A OpenAI, concorrente da startup chinesa no ramo de IA, pediu a proibição de suas operações nos EUA.

A dona do ChatGPT alegou que a IA poderia ser utilizada pelo Partido Comunista Chinês (PCC) para “manipular seus modelos e causar danos”. Leia mais sobre isso aqui.

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Autoridades sul-coreanas acusam a DeepSeek de repassar informações de usuários sem base legal – Imagem: QINQIE99/Shutterstock

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Esta profissão parecia promissora, mas logo ficou obsoleta. O que houve?

Há dois anos, a engenharia de prompts era vista como uma das carreiras mais promissoras da tecnologia, com salários altos e prestígio. No entanto, a rápida evolução dos modelos de linguagem e a crescente familiaridade das empresas com IA tornaram a função praticamente obsoleta, como mostra o Wall Street Journal.

Hoje, os próprios modelos entendem melhor as intenções dos usuários e são capazes de interagir de forma mais natural, fazendo perguntas complementares quando necessário. Como resultado, a necessidade de especialistas em criar prompts perfeitos diminuiu.

Outras funções relacionadas a IA se mostram mais importantes

  • Empresas agora preferem treinar seus próprios funcionários para utilizar IA de forma eficaz, integrando essa habilidade a diversas funções – como finanças, RH e jurídico – em vez de manter um cargo exclusivo para isso.
  • Segundo uma pesquisa da Microsoft com 31 mil trabalhadores em 31 países, engenharia de prompts ficou entre as últimas posições nas funções consideradas prioritárias pelas empresas.
  • A profissão foi superada por papéis como instrutor de IA, especialista em dados e em segurança.
Com IA mais sofisticada e adoção massiva nas empresas, a criação de prompts virou habilidade comum — e não uma profissão exclusiva (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)

Leia mais:

Rápida ascensão e queda

Apesar do interesse inicial por essa vaga – impulsionado pela ascensão do ChatGPT – o número de contratações nunca acompanhou a empolgação, e as buscas por esse tipo de vaga caíram drasticamente, conforme apontam dados do Indeed.

Como resume Jim Fowler, CTO da Nationwide, ao Journal: “Engenharia de prompts deixou de ser uma função isolada para se tornar uma competência transversal”.

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Modelos mais inteligentes e estratégias de capacitação mudaram o papel do “sussurrador de IA” dentro das empresas – Imagem: PeopleImages.com – Yuri A / Shutterstock

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IA traz economia de mais de 120 horas anuais ao fazer tarefas administrativas

O Google trouxe, nesta sexta-feira (25), dados que apontam que a Grã-Bretanha poderia ganhar US$ 533 bilhões (R$ 3,02 trilhões, na conversão direta) se treinasse sua força de trabalho para aproveitar o crescimento econômico conquistado com a inteligência artificial (IA).

Programas-piloto da gigante do Vale do Silício realizados no país apontam que os trabalhadores seriam capazes de economizar mais de 120 horas anualmente se colocassem a IA para realizar tarefas administrativas.

Tecnologia pode salvar tempo precioso (Imagem: Alessandro Di Lorenzo/Olhar Digital/DALL-E)

Segundo a companhia, pequenas medidas, tais como permitir que os trabalhadores utilizem a tecnologia e tenham algumas horas de treinamento, já é capaz de impulsionar o uso da IA e o crescimento econômico.

Os dados foram compilados em relatório, desenvolvido em parceria com a Public First. Na análise, dois terços dos trabalhadores (especialmente mulheres mais velhas com origens socioeconômicas mais baixas) jamais usaram a IA em seus respectivos trabalhos.

Leia mais:

Na publicação sobre os resultados, Debbie Weinstein, presidente do Google na Europa, Oriente Médio e África, relatou que os programas-piloto do chamado AI Works (implementado em cadeia de pequenas empresas, fundos educacionais e um sindicato) indicaram que, em média, poderiam ser economizadas 122 horas por ano se a IA fosse utilizada nas tarefas administrativas.

Contudo, um impedimento notado na experiência foi o fato de que as pessoas testadas tinham receio de que usar a tecnologia em seus postos de trabalho seria errado, ilegítimo ou injusto.

“As pessoas queriam ‘permissão para incitar‘”, disse a executiva. “’Será que está tudo bem eu fazer isso?’ Então, dar a elas essa garantia foi muito importante”, pontuou.

Ilustração de aperto de mão entre pessoa e robô, representando a inteligência artificial; ambas as mãos saem de telas de laptops, que flutuam na diagonal
Maioria de pessoas que tem receio de usar a IA são mulheres acima de 55 anos (Imagem: SvetaZi/Shutterstock)

Pense em deixar seus funcionários usarem IA administrativamente!

  • Após o início do projeto, algumas horas de treinamento realizadas com os trabalhadores fez com que eles sentissem mais segurança para usar a IA, aumentando sua utilização duas vezes mais;
  • Além disso, segundo Weinstein, eles seguiram trabalhando com a tecnologia durante meses;
  • Com tais intervenções, segundo o Google, a baixa adoção da IA nas empresas testadas por esses trabalhadores foi revertida;
  • Por exemplo: antes do treinamento, somente 17% de mulheres acima dos 55 anos em seus grupos faziam uso semanal da IA e apenas 9% diariamente;
  • Passados três meses, 56% estavam usando por semana e 29% diariamente.

Brasil e Chile querem criar modelo de IA unificado

Os governos de Brasil e Chile querem construir um modelo de linguagem de inteligência artificial (IA) unificado. A ideia é que o Modelo de Linguagem Grande (LLM, na sigla em inglês) “reflita as particularidades culturais e regionais da América do Sul”.

O assunto foi discutido em reunião bilateral da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, com a ministra da Ciência, Tecnologia, Conhecimento e Inovação do Chile, Aisen Etcheverry, em Brasília (DF).

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