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Tombo na Nasdaq: big techs têm desvalorização de R$ 4,3 trilhões

A semana não começou bem para investidores em tecnologia. As sete maiores empresas do setor perderam mais de US$ 750 bilhões (R$ 4,3 trilhões, na conversão direta) em valor de mercado nesta segunda-feira (10), fazendo a Nasdaq sofrer sua queda mais acentuada desde 2022, de quase 4%.

A Apple liderou as perdas, com seu valor despencando em cerca de US$ 174 bilhões (RS 1,01 trilhão). Já a Nvidia perdeu quase US$ 140 bilhões (R$ 819 bilhões), com as ações fechando em queda de 5% — um baque para a fabricante de chips de inteligência artificial (IA) que atingiu a máxima histórica em janeiro, a US$ 153 (R$ 895) por papel.

A Tesla, por sua vez, teve a maior perda percentual, com as ações caindo a 15% no pior dia da empresa desde setembro de 2020. Desde dezembro, a companhia liderada por Elon Musk viu seu valor de mercado cair pela metade, acompanhada por quedas consecutivas desde a estreia na Nasdaq, em 2010.

Nasdaq teve a queda mais acentuada desde 2022 (Imagem: JHVEPhoto/iStock)

Ainda segundo a CNBC, Alphabet (controladora do Google) e Meta (dona do Instagram, Threads, Facebook e WhatsApp) caíram mais de 4%, enquanto Microsoft e Amazon registram retração de pelo menos 2% cada.

Em valores absolutos, a Tesla perdeu US$ 130 bilhões (R$ 753,01 bilhões) em valor de mercado, enquanto Microsoft e Alphabet retraíram US$ 98 bilhões (R$ 567,65 bilhões) e US$ 95 bilhões (R$ 550,27 bilhões), respectivamente. A Amazon teve perdas de US$ 50 bilhões (R$ 289,62 bilhões) e a Meta, US$ 70 bilhões (R$ 405,46 bilhões).

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Qual é o receio das big techs? E a Nasdaq?

As novas tarifas impostas pelo presidente Donald Trump contra mercados que fornecem peças-chave para empresas de tecnologia e outros setores aumentaram o receio de uma recessão nos Estados Unidos, segundo a reportagem.

Trump não afastou possibilidade de recessão nos EUA (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

Em entrevista ao canal Fox News no fim de semana, o republicano se recusou a responder uma pergunta sobre o assunto — abrindo margem para interpretações e reação em cadeia no mercado financeiro.

Investidores têm retirado as aplicações de bolsas internacionais e migrado para o dólar, segundo reportagem do UOL. A moeda estadunidense é considerada investimento seguro para momentos de crise, como o que pode estar por vir.

Aqui no Brasil, o Ibovespa fechou em queda de 0,41%, para 124.519 pontos, enquanto o dólar comercial subiu 1,06%, cotado a R$ 5,85.

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Startup levanta US$ 130 milhões para criar superinteligência

Dois ex-pesquisadores do Google DeepMind, Misha Laskin e Ioannis Antonoglou, levantaram US$ 130 milhões para sua nova startup, a Reflection AI, que tem como objetivo alcançar a superinteligência por meio de agentes de IA autodirigidos, capazes de realizar tarefas de codificação de forma autônoma. As informações são da Bloomberg.

A empresa já recebeu US$ 25 milhões em uma rodada inicial e mais US$ 105 milhões em uma rodada Série A, com o apoio de investidores como Sequoia Capital, Lightspeed Venture Partners, CRV, além de Reid Hoffman (cofundador do LinkedIn), Alexandr Wang (CEO da Scale AI) e a Nvidia. Atualmente, a avaliação da Reflection é de US$ 555 milhões.

A startup, que estava operando em sigilo até agora, visa criar ferramentas de IA com maior autonomia, diferentemente dos assistentes e copilotos atuais, que apenas auxiliam os desenvolvedores.

A Reflection AI quer desenvolver agentes de IA que possam tomar decisões independentes, ajudando a acelerar a criação de sistemas de superinteligência.

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Startup foi fundada por ex-pesquisadores da Google DeepMind (Imagem: Photo For Everything / Shutterstock.com)

Laskin afirmou que, com a experiência acumulada em aprendizado por reforço e grandes modelos de linguagem, agora é o momento certo para combinar essas inovações e construir uma superinteligência prática.

Planos da startup para o setor

  • A Reflection AI já possui clientes pagantes, especialmente em áreas como serviços financeiros e tecnologia, e está se concentrando inicialmente na automação de tarefas rotineiras de engenharia, como migração de bancos de dados e refatoração de código.
  • Laskin destacou que o foco não é substituir engenheiros, mas sim liberar os profissionais das tarefas mais repetitivas, permitindo que se tornem mais como “arquitetos”, supervisionando diversos agentes autônomos.
  • A empresa é uma das muitas startups que surgiram no campo de IA e codificação desde o lançamento do ChatGPT em 2022, aproveitando o crescente entusiasmo e desenvolvimento no setor.

Outros players nesse espaço incluem empresas como Replit Inc., Poolside Inc. e Anysphere Inc. A Reflection está em processo de expansão e recrutando mais talentos, com equipes em Nova York, São Francisco e Londres.

Laskin comparou as ferramentas da empresa a um sistema de direção autônoma, como o da Waymo, em oposição ao controle de cruzeiro oferecido por assistentes de IA convencionais.

Ilustração de cérebro em chip para representar inteligência artificial
Em busca da superinteligência, a Reflection AI conta com o apoio de grandes investidores do setor (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

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Startup coloca neurônios em chip de computador para treinar ‘IA biológica’

A startup australiana Cortical Labs lançou o que chamou de “o primeiro computador biológico” do mundo. O CL1 tem o tamanho de uma caixa de sapatos e usa células cerebrais humanas para rodar redes neurais fluidas (leia-se: inteligência artificial).

O “computador biológico” usa centenas de milhares de neurônios – do tamanho do cérebro de formigas – cultivados numa “solução rica em nutrientes”. Eles são espalhados num chip de silício, segundo o site da empresa.

Computador combina ‘silício duro e tecido mole’ para rodar ‘IA biológica’

Por meio da combinação de “silício duro e tecido mole”, a empresa afirma que os proprietários podem “implantar código diretamente nos neurônios reais” para “resolver os desafios mais difíceis da atualidade”.

“Uma maneira simples de descrever seria um corpo numa caixa. Mas ele tem filtragem para ondas, tem onde a mídia é armazenada, tem bombas para manter tudo circulando, mistura de gases e, claro, controle de temperatura”, disse o diretor científico da Cortical Labs, Brett Kagan, ao New Atlas.

O ‘computador biológico’ CL1, da Cortical Labs, é do tamanho de uma caixa de sapatos (Imagem: Divulgação/Cortical Labs)

Kagan se mostrou animado para cientistas experimentarem a tecnologia. “Há tantas opções”, disse à ABC News da Austrália. Por exemplo: “modelagem de doenças e testes de medicamentos”.

“A maioria dos medicamentos para doenças neurológicas e psiquiátricas que entram em testes clínicos falham porque há muito mais nuance quando se trata do cérebro”, disse o diretor científico. “Mas você pode realmente ver essa nuance quando testa com essas ferramentas [da startup].”

Nossa esperança é que possamos substituir áreas significativas de testes em animais com isso [o “computador biológico”].

Diretor científico da Cortical Labs, Brett Kagan

Outra (possível) vantagem da abordagem da empresa é que neurônios usam alguns watts de energia. Bem menos do que chips de IA “normais”, que devoram energia.

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‘IA biológica’ e computação em nuvem

Neurônios em chip de silício do computador biológico CL-1 da Cortical Labs
Startup colocou neurônios em chip de silício para rodar ‘IA biológica’ em computador (Imagem: Divulgação/Cortical Labs)

Por enquanto, a empresa vende o dispositivo como uma maneira de treinar “IA biológica”. Isto é, redes neurais que dependem de neurônios reais. O que isso significa: neurônios podem “aprender” graças ao chip de silício.

Além de vender o CL1, a Cortical Labs quer vender computação via nuvem usando seus próprios racks montados com seus “computadores biológicos”.

No entanto, há um longo caminho pela frente. Principalmente quando se trata de ensinar neurônios de forma semelhante à IA.

“Está claro que redes neurais humanas aprendem de maneira notavelmente rápida,” disse Ernst Wolvetang, biólogo da Universidade de Queensland e especialista em pesquisa com células-tronco, à ABC. “Neste estágio, eu gostaria de reservar meu julgamento”, acrescentou.

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DeepSeek: IA chinesa “barra” entrada de novos investidores

A repercussão do lançamento do DeepSeek, modelo de inteligência artificial (IA) desenvolvido na China, foi enorme. Muitos elogiaram fortemente a ferramenta, enquanto outros criticam o chatbot e alegam que ele gera uma série de riscos.

De qualquer forma, é inegável que a tecnologia tem atraído muita atenção. Neste cenário, muitos investidores estão de olho em uma possível participação na IA chinesa, embora esta seja uma possibilidade praticamente descartada.

Intenção é manter o serviço gratuito

O fundador do DeepSeek, Liang Wenfeng, rejeitou uma série de propostas. Ele disse a potenciais investidores que deseja manter o espírito de projeto científico da IA, sem o interesse de visar o lucro (pelo menos por enquanto).

O chatbot tem enfrentado alguns problemas de acesso nos últimos dias. Além disso, autoridades de vários países estão restringindo o uso da ferramenta por questões de segurança relacionadas ao uso dos dados coletados.

Possíveis negociações para o ingresso de novos investidores foram descartadas (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

Este cenário pode indicar a necessidade de novos aportes financeiros para manter as operações. No entanto, Wenfeng afirmou que não tem pressa em obter investimentos, dizendo querer manter o serviço gratuito e temer que pessoas de fora interfiram nas decisões do DeepSeek.

Entre os interessados estão, inclusive, empresários chineses. Alguns deles têm ligação com o governo do país asiático, o que também desperta um certo temor em relação aos desafios para a adoção global dos modelos de IA.

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Tela inicial do DeepSeek em um smartphone
Chatbot chinês virou sensação e atraiu olhares do mundo todo (Imagem: Poetra.RH/Shutterstock)

DeepSeek é considerada uma ameaça para outras gigantes do setor

  • A IA do DeepSeek foi projetada para lidar com tarefas complexas de raciocínio e tem apresentado resultados que vêm surpreendendo o mercado.
  • O grande diferencial é o baixo custo da tecnologia, o que pode ameaçar a posição dominante dos principais players.
  • Para se ter uma ideia, o modelo chinês foi treinado ao custo de aproximadamente US$ 6 milhões, enquanto ferramentas como o Llama 3.1, da Meta, custaram mais de US$ 60 milhões para serem desenvolvidos.
  • A empresa chinesa adota estratégias como o chamado aprendizado por reforço, que permite que os modelos aprendam por tentativa e erro.
  • Além disso, ativa apenas uma fração dos parâmetros do modelo para tarefas específicas, economizando recursos computacionais.
  • E melhora a capacidade dos modelos de processar dados e identificar padrões complexos.
  • A startup ainda adota um modelo parcialmente aberto, permitindo que pesquisadores acessem seus algoritmos.
  • Isso democratiza o acesso à IA avançada e promove maior colaboração na comunidade global de pesquisa.

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Fabricante de iPhone, Foxconn revela modelo próprio de IA

A Foxconn lançou nesta segunda-feira (10) seu primeiro grande modelo de linguagem. A maior fabricante de eletrônicos do mundo pretende aplicar o FoxBrain em sistemas internos da empresa, como análise de dados, suporte a decisões, colaboração de documentos, matemática, raciocínio e resolução de problemas e geração de código.

O modelo foi treinado usando 120 GPUs Nvidia H100, dimensionado com a rede Quantum-2 InfiniBand e concluído em quatro semanas. Esse é o primeiro LLM com capacidades otimizadas para os estilos de linguagem tradicional chinês e taiwanês.

“Comparado com modelos de inferência lançados recentemente no mercado, o método de treinamento de modelos mais eficiente e de menor custo define um novo marco para o desenvolvimento da tecnologia de IA de Taiwan”, diz o comunicado. 

LLM será de código aberto para aprimorar processos internos da empresa (Imagem: BING-JHEN HONG/iStock)

O FoxBrain é baseado na arquitetura Meta Llama 3.1 e destaca-se particularmente em matemática e raciocínio lógico. Ainda há lacunas do modelo na comparação com o DeepSeek, mas o desempenho “já está muito próximo dos padrões líderes mundiais”, segundo a empresa.

“Nosso modelo FoxBrain adotou uma estratégia muito eficiente, focando na otimização do processo de treinamento em vez de acumular cegamente poder de computação”, disse o Dr. Yung-Hui Li, Diretor do Centro de Pesquisa de Inteligência Artificial do Hon Hai Research Institute.

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Tecnologia para ser compartilhada

A Foxconn informou que o LLM será de código aberto para promover a IA na fabricação, no gerenciamento da cadeia de suprimentos e na tomada de decisões inteligentes. A empresa fabrica iPhones para a Apple e também produz servidores da Nvidia.

Fachada da Nvidia em Santa Clara, Califórnia (EUA)
Nvidia forneceu consultoria técnica para treinamento do modelo (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

A empresa de Jensen Huang, aliás, forneceu suporte para o treinamento do modelo por meio do supercomputador Taipei-1. Os resultados do FoxBrain estão programados para serem compartilhados pela primeira vez em uma conferência da Nvidia no dia 20 de março.

“Esta grande pesquisa de modelo de linguagem demonstra que o talento tecnológico de Taiwan pode competir com contrapartes internacionais no campo de modelos de IA”, conclui a nota.

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TSMC: fabricante de chips semicondutores está voando em 2025

O mercado de inteligência artificial segue bastante aquecido e oferecendo uma série de novas oportunidades para os principais players do setor. De fato, diversas empresas seguem surfando a onda da IA.

Uma delas é a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), uma das maiores produtoras de chips semicondutores do planeta. A empresa taiwanesa acaba de divulgar um novo balanço financeiro apontando importantes resultados.

Forte crescimento no início de 2025

  • De acordo com os números, a receita da companhia subiu 39% nos primeiros dois meses de 2025.
  • O resultado indica que a demanda por chips de IA continua bastante elevada.
  • Os analistas, em média, projetam um crescimento de cerca de 41% neste trimestre.
  • A fabricante de chips ainda registrou receita combinada de US$ 16,8 bilhões (cerca de R$ 97 bilhões) no período.
TSMC é uma das principais empresas do setor (Imagem: Nambawan/Shutterstock)

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TSMC projeta importante expansão nos EUA

O balanço foi divulgado após o anúncio de um investimento de US$ 100 bilhões (quase R$ 600 bilhões) para expandir as operações da TSMC nos Estados Unidos. O plano inclui a construção de três novas fábricas no Arizona, no mesmo local onde já opera sua unidade Fab 21, perto de Phoenix.

A empresa ainda não especificou quais tecnologias serão produzidas nas novas instalações. A expectativa é gerar 40 mil empregos na construção civil nos próximos quatro anos, o dobro da estimativa inicial de 20 mil até o fim da década.

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Empresa vai seguir em Taiwan (Imagem: Jack Hong/Shutterstock)

Segundo Nina Kao, chefe de relações públicas da TSMC, as construções devem ocorrer simultaneamente, aumentando a demanda por mão de obra. Além das fábricas, a empresa pode adicionar plantas de empacotamento de chips e um centro de pesquisa e desenvolvimento, o que impactaria diretamente clientes como Apple, AMD, Broadcom, Nvidia e Qualcomm.

Apesar do avanço nos EUA, a produção de tecnologias mais avançadas da TSMC deve continuar em Taiwan, onde a empresa mantém seus centros de desenvolvimento de processos de fabricação. O refinamento da produção e a redução de defeitos ainda dependem do suporte direto das equipes locais.

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Temos mais empatia e confiança com IA do que com outras pessoas, diz especialista

A inteligência artificial mudou a forma como o mercado pensa e produz conteúdo. Qual o impacto disso na prática? Quais os riscos? Esse foi o assunto do painel “Impactos da IA na criação de conteúdo: a nova era da influência?”, que aconteceu durante o Spotlight, evento que comemorou os 20 anos do Olhar Digital.

Quem conduziu a conversa foi Cris Dias, ex-executivo do Facebook e do Buzzfeed, e criador e apresentador do podcast Boa Noite Internet. Ele contou com a presença de Carla Mayumi, sócia e pesquisadora da Talk INC; Fátima Pissarra, empresária e CEO da Mynd; e Alexandre Kavinski, fundador da i-Cherry e líder de inteligência artificial da WPP Brasil.

Painel abriu os debates em grupo no Spotlight (Imagem: João Neto/Reprodução)

A mensagem também depende do receptor

Antes de começar a conversa, Domenico Massareto, fundador da Rain (IA especialista em marketing e publicidade), passou para dar um recado em vídeo. Ele lembrou de algo que ouviu de um professor ainda na faculdade: 50% da comunicação está no receptor.

Os criadores de conteúdo e profissionais da área planejam e projetam o possível impacto da produção, mas, quando colocam o trabalho no mundo, os consumidores também têm uma intenção própria ao receber a mensagem. Ou seja, metade é a intenção do produtor com aquele conteúdo e metade é o que efetivamente chega ao receptor.

Diante disso, Massareto questiona: o que as pessoas vão fazer com a IA? Ele destaca que, apesar da intenção do produtor, 50% está na mão de quem recebe aquele conteúdo, o que torna tudo mais complexo.

Domenico Massareto mandou um recado em vídeo (Imagem: João Neto/Reprodução)

Expectativa x realidade de inteligência artificial

É com esse questionamento que os convidados começam o debate. Dias ainda provoca: diante do deslumbramento com a IA, qual a realidade do uso da tecnologia nas profissões de cada um?

Carla Mayumi, que trabalha com pesquisa de comportamento de mercado, destaca o cenário fora do Brasil, onde esses aplicativos de inteligência artificial são muito difundidos. Para ela, uma realidade preocupante são os apps que replicam comportamentos humanos, como conversas e interações. Isso porque as pessoas – principalmente as mais jovens – tendem a criar certo relacionamento com a tecnologia e “podem ir por caminhos perigosos”.

Mayumi cita pesquisas recentes que apontaram que usuários tendem a ter interações com mais confiança e empatia com as IAs do que com outras pessoas.

Já Fátima Pissarra, que trabalha com influenciadores, menciona que toda semana chegam vídeos fakes, desde propagandas de sites de apostas até bancos. E isso é perigoso:

Toda semana chega vídeo fake de influenciador. Isso é perigoso e, ao mesmo tempo, o Instagram diminui cada vez menos o controle [dos conteúdos fake]. Está um mar revolto e acho que vai piorar. Isso pode evoluir para as fake news, se não tiver controle… e não vejo controle.

Fátima Pissarra

Já Alexandre Kavinski lembra que “novas tecnologias trazem problemas inéditos. São complicados, mas são desafios que teremos que encarar”.

Fátima Pissara destacou falta de moderação com conteúdos falsos no Instagram (Imagem: João Neto/Reprodução)

Como incentivar o uso saudável da IA?

Nem tudo é negativo. Os especialistas contam como incentivam o uso saudável da inteligência artificial em suas equipes.

Kavinski, que é líder de IA da WPP Brasil, contou que começou com uso embrionário, a nível de aprendizado, no RH. Para isso, a empresa conta com uma personalidade de IA para resolver dúvidas – mas claro, com apoio humano. Ele lembra que, como as perguntas direcionadas ao RH muitas vezes são repetidas entre si, é fácil treinar a tecnologia para aprender e dar essas respostas, agilizando a resolução.

Pissarra menciona a agilidade e facilidade na produção de conteúdo. Antes de gravar uma campanha, por exemplo, é preciso maquiar, arrumar cabelo e fazer testes de câmera com o influenciador. Já com a tecnologia, basta fazer alguns vídeos e treinar a IA para que faça o resto, o que diminui o número de diárias de gravação e agiliza a produção.

Cris Dias traz um ponto importante a se refletir: a principal vantagem no produto final com a IA não é a qualidade, mas sim a quantidade.

Alexandre Kavinski contou sobre o uso de IA no RH da WPP Brasil (Imagem: João Neto/Reprodução)

Como estará a IA daqui 10 anos?

Alexandre Kavinski destaca o potencial da IA no futuro. Ele contou que grava tudo que fala hoje em dia para que, quando falecer, os filhos possam conversar com ele. Isso também vale para a produção de conteúdo:

Dados são muito importantes para a IA. Em 10 anos, acredito que as marcas terão seus próprios influenciadores de IA que carregam a característica da marca e são construídos de acordo com o perfil específico de cada público.

Alexandre Kavinski

Ele dá o exemplo da Magalu, do Magazine Luíza. Mas lembra: a tecnologia não consegue reproduzir tudo que é humano, e nós ainda temos valor.

Fátima analisa o setor da Música. Ela comenta como a IA consegue analisar canções de sucesso e criar o próximo ‘hit’ musical. No entanto, a IA não tem a conexão com o público que um artista humano tem. Mas também chama atenção para outro ponto: talvez essa geração ainda não enxergue esse potencial de conexão que ela menciona, mas as crianças já estão humanizando a tecnologia.

Carla Mayumi acredita que, no futuro, seres sintéticos estarão respondendo pesquisas de mercado (Imagem: João Neto/Reprodução)

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Mayumi leva a conversa para o setor de pesquisa de mercado. Ela lembra que, poucos anos atrás, qualquer trabalho exigia um esforço de coletar respostas, separá-las e analisá-las manualmente. Agora, a própria IA já faz boa parte do trabalho de organização cabe aos humanos analisar os resultados.

Para ela, o que pode acontecer no futuro são os “seres sintéticos”. Ou seja, talvez em alguns anos a tecnologia não esteja somente participando da coleta e organização de dados, mas será possível treinar IAs para responder essas pesquisas.

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Microsoft pode criar IA para concorrer com a OpenAI

A concorrência dentro do setor de inteligência artificial está cada vez mais acirrada. São diversas empresas (incluindo as maiores do mundo) disputando o valioso mercado global, com muitos analistas defendendo que ainda há muitas oportunidades de crescimento.

Agora, uma reportagem publicada pelo The Information aponta que podem haver grandes mudanças no cenário atual. Segundo o portal, a Microsoft estaria desenvolvendo modelos internos de raciocínio de IA para competir com a OpenAI, dona do ChatGPT.

Parceria entre as partes pode ser encerrada

  • A notícia chama a atenção porque a Microsoft é uma das principais apoiadoras da OpenAI.
  • A big tech, inclusive, injetou enormes quantias em investimentos no desenvolvimento da tecnologia nos últimos anos.
  • De acordo com a reportagem, a gigante do setor tecnológico pretende acabar com o atual acordo.
  • No entanto, não se sabe exatamente o que teria motivado esta mudança abrupta de postura.
OpenAI, empresa responsável pelo ChatGPT, tem parceria com a Microsoft (Imagem: One Artist/Shutterstock)

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Redução de custos pode ser um dos objetivos

Ainda segundo a reportagem do The Information, a Microsoft teria começado a testar modelos da xAI, Meta e DeepSeek como possíveis substitutos da OpenAI no Copilot. A ideia é vender os modelos desenvolvidos para empresas terceiras, o seria uma forma de abrir um novo mercado dentro da já valiosa e diversificada companhia.

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Ideia é utilizar os novos modelos no Copilot (Imagem: Mojahid Mottakin/Shutterstock)

A Microsoft e a OpenAI não se pronunciaram oficialmente sobre o assunto até o momento. Em dezembro do ano passado, uma reportagem da Reuters afirmou que a empresa estaria trabalhado para adicionar modelos próprios e de terceiros para equipar seu principal produto de IA, o Microsoft 365 Copilot, em uma tentativa de diversificar a tecnologia atual da OpenAI e reduzir custos.

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Você sabe usar IA? É o que tem feito a diferença na busca por trabalho

A pergunta “você sabe usar IA?” tem sido cada vez mais comum em processos seletivos, segundo o Wall Street Journal (WSJ). Principalmente em vagas de emprego no setor de tecnologia. Mas não apenas neste nicho. Exigir conhecimento sobre inteligência artificial é uma tendência que tem furado a bolha tech.

Nos Estados Unidos, por exemplo, quase uma em cada quatro vagas de emprego no setor de tecnologia, publicadas entre janeiro e fevereiro de 2025, querem funcionários com habilidades em IA. Isso conforme “empresas de praticamente todos os setores da economia ajustam seus processos de recrutamento para abraçar a tecnologia“, de acordo com o WSJ.

Empresas de diversos setores abrem vagas de emprego para quem tem IA no currículo

Em janeiro, 36% das vagas de TI, por exemplo, estavam relacionadas a IA. Enquanto isso, empresas dos setores financeiros (bancos) e de consultoria buscavam profissionais que soubessem usar ou criar algoritmos e modelos de IA.

IA tem sido requisitada para vagas em empresas fora do setor de tecnologia (Imagem: NONGASIMO/Shutterstock)

Dados compilados pela Universidade de Maryland mostram que IA tem sido requisitada para vagas em empresas fora do setor de tecnologia. Por exemplo:

  • Grande empresa varejista: tem vaga para diretor para área de ciência da computação que consiga aplicar algoritmos preditivos para melhorar layout de lojas;
  • Fornecedor de utilidades: procura analista para avaliar o risco de incêndios florestais por meio de aprendizado de máquina;
  • Empresa farmacêutica: busca programador para seu grupo que usa conhecimento em química e computação.

Na área da saúde, uma parcela bem pequena das vagas de emprego são voltadas para tecnologia. Mas a fração de vagas com IA envolvida divulgadas em janeiro foi quase o dobro do que há alguns anos, segundo o WSJ.

Mãos de humano e de robô espalmadas; entre elas, a representação de uma cabeça humana formada por circuitos e um chip de computador escrito "IA" em seu centro
Boom do ChatGPT despertou a percepção sobre o poder de integrar IA em produtos e fluxos de trabalho (Imagem: Kitinut Jinapuck/Shutterstock)

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Jobs, tarefas e empregos com IA envolvida existem há mais tempo do que o ChatGPT, reforça o professor Anil Gupta, da Universidade de Maryland, em entrevista ao WSJ. Mas o boom do chatbot da OpenAI despertou a percepção sobre o poder de integrar IA em produtos e fluxos de trabalho, segundo Gupta.

Por sua vez, isso levou a uma “disseminação” da tecnologia por diversos setores. Ou seja, é uma tendência. Seja no ramo que for.

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Adiamento de atualização da Siri leva lançamento de ‘caixinha com tela’ junto

Adiar a atualização da Siri que deixaria a assistente mais inteligente também vai atrasar o lançamento do display inteligente – espécie de fusão entre iPad e HomePod (tela com caixinha) – da Apple. Pelo menos, é o que sugere o analista Mark Gurman, da Bloomberg, na edição mais recente da sua newsletter Power On.

Segundo Gurman, a Apple adiou o lançamento do aparelho porque ele “depende, pelo menos em parte, das capacidades atrasadas da Siri”. Especulava-se, há meses, que a big tech lançaria um dispositivo estilo o Echo Show, da Amazon – com Apple Intelligence – no começo de 2025.

Como seria o display inteligente da Apple – e o nó no update da Siri

Além de Apple Intelligence, o display inteligente rodaria o tvOS – sistema operacional do aparelho Apple TV – e teria aplicativos da Apple, como Calendários, Notas e Mensagens. Ou seja, seria um hub de casa inteligente.

Display inteligente da Apple poderia ter design de Mac retrô (Imagem: Reprodução/MacRumors)

Quando a Apple anunciou a Apple Intelligence, na WWDC de 2024, mostrou uma versão da Siri muito mais avançada que a atual. A assistente virtual entendia contextos do usuário e agia com base no que estava na tela do aparelho. Mas concretizar essa visão vai levar mais tempo do que a big tech tinha imaginado.

Pelo menos, é o que disse a porta-voz da Apple, Jacqueline Roy, ao Daring Fireball na sexta-feira (07). 

Jacqueline disse o seguinte: “Estamos trabalhando numa Siri mais personalizada, dando a ela mais consciência do seu contexto pessoal, além da capacidade de agir por você dentro e fora dos seus aplicativos. Vai levar mais tempo do que imaginávamos para entregar esses recursos e esperamos lançá-los no próximo ano.”

Pessoa segurando iPhone 15 Pro com Siri com Apple Intelligence ativada
Apple adiou lançamento de Siri que entenderia o que está na tela do aparelho (Imagem: Reprodução/YouTube/Apple)

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Até então, a expectativa era que essa Siri turbinada aparecesse em algum momento entre março e junho de 2025, numa atualização do iOS 18. Mas na edição de 2 de março da Power On, Gurman escreveu que uma “versão modernizada, conversacional da Siri” pode não chegar até o iOS 20 “no melhor dos casos”.

Saiba mais sobre a Siri turbinada com IA útil (e o nó por trás deste update) nesta matéria do Olhar Digital.

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