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ChatGPT pode ser usado como um ‘detector’ de mentiras

A inteligência artificial pode ser utilizada para diversas funções, seja no cotidiano ou até mesmo no ambiente de trabalho. A ideia é que a ferramenta ajude a simplificar a realização de tarefas consideradas mais chatas ou complexas.

Mas o aperfeiçoamento dos modelos de IA tem permitido ir além. Como a tecnologia é treinada para ser capaz de analisar grandes volumes de informações e padrões, ela está sendo utilizada também para identificar quando as pessoas estão mentindo.

Padrões linguísticos podem ser associados à mentira

Segundo experimento realizado no ChatGPT, as pessoas que mentem “não usam um conjunto universalmente fixo de palavras”. Ao invés disso, se utilizam de certos padrões linguísticos que tendem a ser associados ao engano.

Experimento utilizou o ChatGPT (Imagem: Sidney de Almeida/Shutterstock)

O chatbot explica, porém, que o simples uso destas palavras não prova que alguém está realmente mentindo. Na verdade, elas servem como sinais quando acompanhadas de uma linguagem corporal evasiva, inconsistências ou falta de detalhes.

De qualquer forma, a IA divulgou uma lista com dez expressões que, na avaliação dela, são comuns em discursos mentirosos (você pode conferir todas elas abaixo). Os testes foram feitos pelo portal La Nacion.

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Montagem de um rosto digital em azul
IA afirma que mentirosos utilizam certos padrões linguísticos (Imagem: Yuichiro Chino/Shutterstock)

Expressões usadas por mentirosos

  1. “Honestamente” ou “Estou dizendo a verdade”: servem como uma tentativa de reforçar a credibilidade de uma mentira;
  2. “Nunca” ou “sempre”: mentirosos tendem a exagerar para serem mais convincentes;
  3. “Se não me engano”: a ambiguidade é uma rota de fuga caso sejam contrariados;
  4. “Para ser honesto”: é usado para parecer mais confiável;
  5. “Eu juro”: reafirmações dramáticas tentam compensar a falta de veracidade;
  6. “Por que eu mentiria para você?”: mentirosos tendem a transferir o ônus da prova para a outra pessoa;
  7. “Não me lembro bem”: útil para evitar dar detalhes que possam se contradizer;
  8. “Isso não faz sentido”: eles desacreditam a lógica um do outro para evitar uma defesa direta;
  9. “As pessoas dizem”: tentativa de se esconder atrás de fontes vagas para evitar responsabilidade direta;
  10. “Como eu já disse antes”: usado para fazer você duvidar da sua memória e desviar a conversa.

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Caçadora de fake news: nova IA verifica erros científicos em reportagens

Modelos de linguagem como o ChatGPT são notoriamente suscetíveis a “alucinações”, inventando fatos falsos com aparente segurança. Mas e se essas mesmas ferramentas pudessem ser usadas para identificar informações enganosas ou equivocadas — especialmente em reportagens sobre ciência?

Pesquisadores do Stevens Institute of Technology desenvolveram um sistema baseado em IA justamente para isso.

Apresentado em um workshop da Associação para o Avanço da Inteligência Artificial, o projeto usa modelos de linguagem de código aberto para analisar a precisão de notícias sobre descobertas científicas.

Descobertas da pesquisa

  • A equipe, liderada pela professora K.P. Subbalakshmi, criou um conjunto de dados com 2.400 reportagens — reais e geradas por IA — combinadas com resumos técnicos da pesquisa original.
  • A IA compara as afirmações da reportagem com as evidências científicas e avalia sua precisão, usando critérios como exagero, simplificação ou confusão entre causa e correlação.
  • Os modelos conseguiram identificar reportagens confiáveis com cerca de 75% de acerto, sendo mais eficazes ao analisar textos escritos por humanos do que por outras IAs.
  • Segundo Subbalakshmi, isso mostra o desafio de detectar erros técnicos em textos artificialmente bem estruturados.
Sistema identifica imprecisões em notícias sobre descobertas científicas com 75% de precisão (Imagem: dee karen/Shutterstock)

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Estudo pode ter aplicações úteis

Além de oferecer um novo recurso para checagem automatizada, o estudo pode servir de base para ferramentas práticas — como plugins que alertem para possíveis distorções em tempo real, ou sistemas de ranqueamento de veículos de mídia com base na precisão científica.

Para Subbalakshmi, o objetivo final é claro: “Não podemos ignorar a presença da IA, mas podemos usá-la para criar sistemas mais confiáveis — e ajudar as pessoas a separar ciência de desinformação.”

Um homem segura na mão uma holografia de um cérebro com um chip de inteligência artificial
Projeto ajuda a combater desinformação de IAs usando os próprios modelos de linguagem – Imagem: Shutter2U / iStock

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O que fazer se você não entregou a declaração do IRPF 2025?

Com um período de 72 dias para a entrega, a declaração do Imposto de Renda 2025 teve início em 17 de março e se encerrou em 30 de maio.

Apesar do prazo extenso, muitos brasileiros não entregaram a declaração do IRPF 2025 dentro do período estipulado pela Receita Federal. Estimativas indicam que, a dez dias do fim do prazo, cerca de 19 milhões de contribuintes ainda não haviam cumprido com a obrigação fiscal. Se você faz parte desse grupo, há alternativas para regularizar sua situação.

Diante desse cenário, é essencial entender as implicações do atraso e separar os fatos das especulações. Notícias falsas sobre as consequências da entrega fora do prazo circularam amplamente, o que levou o governo a publicar uma Nota de Esclarecimento para desmentir informações incorretas.

A seguir, apresentamos as orientações oficiais dos órgãos responsáveis para quem perdeu o prazo e deseja acertar as pendências com o Fisco.

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O que fazer se você não declarou Imposto de Renda em 2025

Você pode conferir no site da Receita Federal se tem impostos a restituir/Shutterstock/Alison Nunes Calazans

Sobretudo, se você está entre aqueles que não entregaram a declaração do IRPF 2025 dentro do prazo estipulado pela Receita Federal, saiba que não há como fugir das penalidades financeiras.

A multa aplicada é de 1% ao mês sobre o imposto devido, com um valor mínimo de R$ 165,74 e um limite máximo de 20% do montante total. Assim que o prazo se encerra, essa penalidade começa a ser contabilizada, tornando essencial que os contribuintes regularizem sua situação quanto antes.

Para evitar transtornos, quem enviar a declaração com atraso terá um prazo de 30 dias para quitar a multa. No momento da transmissão, a Receita Federal gera automaticamente a notificação de lançamento e o Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), que acompanha o recibo de entrega.

Além da penalidade financeira, o contribuinte fica com o status de “pendente de regularização” no sistema da Receita, o que pode gerar restrições em serviços públicos e operações financeiras.

As consequências da inadimplência vão além das multas, podendo impactar negativamente o acesso a crédito, investimentos e até mesmo a emissão de documentos essenciais, como passaporte.

Além disso, a irregularidade pode comprometer a participação em concursos públicos e outras transações oficiais. Por isso, quem perdeu o prazo deve priorizar a regularização o mais rápido possível, buscando informações diretamente com a Receita Federal ou o auxílio de um contador especializado.

Perdeu o prazo do IRPF 2025? Não caia nas fake news!

Montes de moedas brasileiras em macrofotografia e as iniciais IRPF em uma moldura com letras referindo-se ao Imposto de Renda da Pessoa Física. Economia Brasileira
A Receita Federal disponibiliza a consulta para a restituição do imposto de renda Shutterstock/rafastockbr

Nos últimos meses, começaram a circular informações falsas com intuito de assustar os contribuintes sobre as consequências de perder o prazo do IRPF em 2025. Por conta disso, o governo soltou uma Nota de esclarecimento, desmentindo as informações incorretas.

Confira abaixo um resumo dos 9 itens destacados pelo governo federal:

  • Fake news: não há bloqueio de CPF, impedimento de casamento ou prisão por não entregar o IRPF 2025.
  • Status “pendente de regularização”: esse alerta da Receita Federal não afeta direitos ou serviços financeiros.
  • Benefícios da regularização: grande parte dos contribuintes recebe restituição, então declarar pode ser vantajoso.
  • Sem bloqueio de contas ou prisão: a Receita Federal não tem poder para restringir acesso ao sistema bancário.
  • Importância da entrega: regularizar evita multas e garante restituição mais rápida.

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Meta anuncia parceria para desenvolver tecnologia militar nos EUA

A Meta firmou uma parceria com a empresa de defesa Anduril Industries, para desenvolver tecnologias avançadas para as Forças Armadas dos EUA, incluindo um capacete inteligente com inteligência artificial, realidade virtual (RV) e aumentada (RA).

Segundo um comunicado da Anduril, o objetivo é criar dispositivos XR (realidade estendida) que ampliem a percepção dos soldados e facilitem o controle de sistemas autônomos em combate.

Capacete futurista será uma das novidades

  • Um dos primeiros produtos da colaboração é o “Eagle Eye”, um capacete militar futurista descrito como uma versão real dos equipamentos vistos em jogos como Call of Duty e Halo.
  • “É o que todos sempre quiseram”, disse Palmer Luckey, cofundador da Anduril e também da Oculus VR, vendida à Meta em 2014.
  • Segundo ele, conceitos antigos como esse só agora se tornaram viáveis tecnologicamente.
Parceria da Meta com a Anduril marca virada política e tecnológica, com foco em IA e realidade estendida para fins militares – Imagem: Tada Images/Shutterstock

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Líder da Anduril já trabalhou no Facebook

A parceria marca uma reaproximação inesperada entre Luckey e o CEO da Meta, Mark Zuckerberg. Luckey afirma ter sido demitido da empresa após apoiar financeiramente um grupo que produzia memes contra Hillary Clinton nas eleições de 2016 — episódio que causou controvérsia pública.

Em paralelo, a Meta flexibilizou recentemente sua política de uso de IA, permitindo que empreiteiras militares dos EUA, como Lockheed Martin e Palantir, utilizem seus modelos de linguagem. A empresa não comentou oficialmente sobre a nova colaboração com a Anduril.

À esquerda, logo da Meta exibido em um smartphone; à direita e desfocado, logo da meta em uma parede azul e, logo abaixo, Mark Zuckerberg discursando
Aliança com a Anduril revela ambições da Meta em desenvolver tecnologia de guerra (Imagem: DANIEL CONSTANTE/Shutterstock)

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Política anti-imigração pode enfraquecer setor de tecnologia dos EUA

O Secretário de Estado Marco Rubio anunciou que os EUA pretendem revogar vistos de estudantes chineses ligados ao Partido Comunista ou envolvidos em áreas estratégicas, como inteligência artificial.

A medida, parte da política mais ampla do governo Trump para limitar a entrada de estudantes internacionais, gerou forte reação de acadêmicos e especialistas, que alertam para o risco de esvaziar os laboratórios americanos de talentos cruciais, conforme mostra o WIRED.

Perda de estudantes estrangeiros preocupa

  • Helen Toner, da Universidade de Georgetown, argumenta que impedir o fluxo global de cérebros enfraquece a posição dos EUA na corrida tecnológica com a China.
  • Cientistas como Vincent Conitzer (Carnegie Mellon) e Rebecca Willett (Universidade de Chicago) destacam que a presença de estudantes internacionais sustenta programas de pós-graduação em STEM — áreas responsáveis por inovações em IA e computação — e que sua ausência pode comprometer a liderança americana.
  • Dados mostram que estrangeiros representam 46% dos doutorados em STEM nos EUA. Em departamentos como ciência da computação, são maioria.
  • Além do impacto intelectual, esses alunos geralmente pagam mensalidades integrais, o que viabiliza a expansão das universidades sem prejuízo para os estudantes nacionais.
Universidades norte-americanas temem perder talentos internacionais cruciais para a inovação em inteligência artificial (Imagem: Pixels Hunter/Shutterstock)

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Talentos dos EUA já estão sendo captados por outros países

A decisão ocorre enquanto outros países intensificam esforços para atrair estudantes dos EUA e seus talentos, em um movimento que muitos descrevem como “ganho de cérebros” — e que pode significar uma “fuga de cérebros” para os americanos.

O Reino Unido, Canadá e Hong Kong já lançaram programas para acolher esses talentos.

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Governo Trump mira estudantes chineses, e especialistas temem queda na produção científica e inovação – Imagem: Evan El-Amin/Shutterstock

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Gigante dos chips avalia ter “megafábrica” nos Emirados Árabes

A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., conhecida também como TSMC, maior fabricante mundial de chips avançados, está avaliando construir uma megafábrica nos Emirados Árabes Unidos (EAU), semelhante ao complexo que está erguendo no Arizona.

O projeto, chamado de “gigafábrica”, depende do aval dos Estados Unidos, dado o envolvimento estratégico e os riscos geopolíticos, segundo informa a Bloomberg.

As negociações começaram no governo Biden, mas estagnaram diante de exigências consideradas excessivas por Abu Dhabi — como garantias de soberania dos EUA sobre a instalação e acesso prioritário à produção em momentos de crise.

A retomada das conversas ocorre sob a presidência de Donald Trump, com envolvimento de autoridades americanas e representantes da MGX, veículo de investimento ligado à liderança dos EAU.

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Possível expansão da TSMC nos Emirados Árabes preocupa autoridades americanas (Imagem: JHVEPhoto/iStock)

Emirados Árabes querem virar centro estratégico de IA

  • A instalação seria parte do esforço dos Emirados para se posicionarem como potência em inteligência artificial no Oriente Médio, apesar da atual carência de mão de obra qualificada.
  • O país oferece, porém, vasta infraestrutura, recursos energéticos e capital.
  • A TSMC já visitou os EAU para estudar a viabilidade técnica do projeto.

Ideia não é bem aceita nos Estados Unidos

Nos EUA, o plano enfrenta resistência. Alguns membros do governo Trump temem que a nova fábrica enfraqueça o projeto da TSMC no Arizona, apoiado com US$ 6,6 bilhões do governo americano.

Também há preocupações com segurança nacional, devido aos vínculos dos Emirados com a China e à instabilidade regional envolvendo o Irã.

A proposta, ainda não oficializada, reflete o dilema estratégico de Washington: equilibrar a expansão tecnológica americana no exterior com a proteção de seus interesses econômicos e geopolíticos.

Logo da TSMC na fachada de um prédio
Projeto ambicioso pode transformar o Golfo Pérsico em polo de semicondutores (Imagem: Jack Hong/Shutterstock)

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Google enfrenta pressão judicial por monopólio e avanço na IA

O juiz federal Amit Mehta iniciou nesta sexta-feira (30) a fase final do julgamento antitruste contra o Google questionando até onde deve ir para conter o domínio da empresa em buscas na internet — incluindo possíveis restrições à sua atuação em inteligência artificial. As informações são do Wall Street Journal.

O Google já foi considerado monopolista por Mehta, que agora avalia propostas do Departamento de Justiça dos EUA para reequilibrar o mercado, como impedir o Google de promover seu chatbot Gemini e forçar mudanças em acordos com Apple, Mozilla e fabricantes de celulares Android.

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Justiça dos EUA estuda medidas para limitar atuação da empresa – Imagem: One Artist / Shutterstock

Detalhes do julgamento

  • Segundo o governo, a IA generativa, como o ChatGPT, tornou-se a nova porta de entrada para buscas online, o que torna urgente impedir que o Google estabeleça uma posição dominante também nesse novo campo.
  • A empresa paga cerca de US$ 20 bilhões por ano à Apple para ser o buscador padrão do Safari.
  • O Google contesta as acusações, afirmando que o governo não provou que seus contratos com fabricantes de dispositivos são responsáveis por seu domínio de mercado.
  • A empresa propõe mudanças mais brandas e promete recorrer de qualquer decisão desfavorável.

Decisão final sai em agosto

A decisão final, esperada para agosto, pode ter impacto profundo sobre o futuro das buscas online e o espaço que startups de IA terão para competir. Analistas veem o caso como o maior desafio à estrutura de poder do Google em duas décadas.

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Domínio do Google nas buscas entra em xeque com avanço da inteligência artificial – Imagem: Tada Images / Shutterstock

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Elon Musk deixa governo Trump em meio a prejuízos para a Tesla

Elon Musk está demonstrando sinais de distanciamento do ex-presidente Donald Trump e do Partido Republicano após constatar prejuízos significativos para a Tesla decorrentes de políticas adotadas pelo atual Congresso controlado pelos republicanos.

Apesar de ter apoiado Trump em sua campanha de reeleição e de ter exercido papel ativo como funcionário especial do governo, Musk, agora, admite que essa associação está afetando diretamente os negócios da Tesla.

Musk vai voltar suas atenções para suas companhias (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Entre as medidas recentes adotadas pelo Congresso está a eliminação de incentivos fiscais para veículos elétricos, como o crédito de US$ 7,5 mil (R$ 42,97 mil, na conversão direta) e a extinção de subsídios para armazenamento de baterias e energia solar, pilares importantes da divisão de energia da empresa.

Em resposta, a Tesla divulgou comunicado solicitando que os incentivos não sejam eliminados abruptamente, mas reduzidos gradualmente, com o argumento de que uma remoção rápida colocaria em risco a independência energética dos Estados Unidos e a confiabilidade da rede elétrica.

Musk compartilhou o comunicado e destacou a contradição de o governo manter subsídios bilionários para a indústria de combustíveis fósseis enquanto retira os benefícios da energia limpa.

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Quando a relação Musk/Trump esfriou?

  • A saída oficial de Musk da função no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) foi anunciada na quarta-feira (28), ao fim do prazo legal de 130 dias para ocupação desse tipo de cargo;
  • A decisão, segundo fontes, não foi discutida previamente com Trump e teria sido tomada ao nível superior dentro da equipe de governo;
  • Nos últimos dias, Musk tem realizado diversas entrevistas para tentar demonstrar que está se desvinculando da política e focando novamente em suas empresas, incluindo Tesla, SpaceX e o X;
  • A Tesla enfrenta queda nas vendas, especialmente na Europa, e protestos relacionados à atuação política de Musk;
  • Em resposta às preocupações dos acionistas, ele reafirmou seu compromisso de liderar a empresa pelos próximos cinco anos e ressaltou o foco no desenvolvimento de tecnologias, como robôs humanoides e o serviço de robotáxis, previsto para ser lançado no próximo mês.

Musk também intensificou sua presença nas instalações da SpaceX, participando do lançamento do foguete Starship no Texas (EUA) e falando sobre os planos da empresa para levar humanos a Marte e construir uma base na Lua.

Em entrevistas, ele relatou as dificuldades enfrentadas no governo e a crescente impopularidade do DOGE, frequentemente responsabilizado por cortes em agências e programas federais.

Embora tenha reduzido sua atuação política e declarado que passou tempo demais envolvido com o governo, Musk não descartou totalmente a continuidade de projetos ligados ao DOGE, afirmando que a prioridade agora é focar em iniciativas de maior retorno.

Elon Musk de perfil
Empresário se desiludiou com o governo (Imagem: Photo Agency/Shutterstock)

Aparentemente, Elon Musk está tentando reverter os danos causados por sua associação com Trump e o Partido Republicano, reposicionando-se como líder empresarial e defensor da inovação tecnológica, em momento crítico para suas empresas.

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Qual legado Elon Musk deixou no governo Trump?

Elon Musk anunciou oficialmente sua saída do governo Trump na noite da última quarta-feira (28), encerrando um mandato breve e controverso como conselheiro sênior e líder informal do Departamento de Eficiência Governamental (Doge).

Sua promessa de reinventar o setor público com tecnologia e cortes de gastos resultou, segundo uma análise do The Guardian, em colapso de agências e perda de serviços essenciais.

A saída ocorre ao fim de seu mandato formal como “funcionário especial”, mas também reflete um esforço do bilionário para se afastar de Washington, em meio a críticas crescentes de acionistas e do público.

Musk afirmou que pretende voltar o foco para suas empresas e reduzir seu envolvimento político.

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Elon Musk sai do governo Trump e deixa rastro de cortes, caos e agências desmanteladas (Imagem: bella1105/Shutterstock)

Cortes de gastos prejudicaram a gestão

  • Durante sua gestão, Musk promoveu cortes drásticos em agências federais, como a NOAA e o Departamento de Assuntos de Veteranos, além de fechar departamentos inteiros voltados para políticas sociais.
  • O Doge alegava economias de US$ 140 bilhões, mas seus dados são contestados e não compensam os US$ 2,3 trilhões que a nova reforma tributária de Trump adicionará ao déficit.
  • Muitos dos cortes comprometeram o funcionamento do governo. Um exemplo é a destruição do 18F, órgão que oferecia soluções tecnológicas ao setor público. Ex-funcionários relataram que a equipe de Musk não compreendia a complexidade do serviço público.
  • “É muito mais fácil destruir do que construir”, alertou Lindsay Young, ex-diretora do 18F.

O impacto mais severo foi sentido na USAid, maior agência de ajuda humanitária do mundo, que teve 83% de seus programas cancelados.

O corte afetou diretamente o Pepfar, iniciativa crucial no combate ao HIV/Aids, atrasando a entrega de novos medicamentos e deixando populações vulneráveis sem atendimento.

Musk ainda terá pessoas de confiança no governo

Mesmo com Musk fora, seus aliados permanecem em cargos-chave no governo, como Antonio Gracias, que ainda atua em agências como a Previdência Social e a FAA. Operando com acesso privilegiado e pouca transparência, o futuro dessas operações paralelas permanece incerto.

Alguns seguidores próximos de Musk já o acompanharam na saída, como Steve Davis e Katie Miller. A liderança do Doge agora passa para Russ Vought, nome ligado à extrema-direita cristã, que defende cortes radicais e aumento do poder presidencial.

Embora Musk tenha prometido um governo mais enxuto e eficaz, o que se viu, segundo especialistas, foi um desmonte acelerado de serviços públicos, perda de expertise institucional e risco à saúde e bem-estar de milhões.

“Você não precisa de muitas pessoas para cortar coisas”, disse Young. “Mas para construir algo que funcione, é preciso pensamento e esforço. Isso nunca esteve nos planos.”

Elon Musk usando uma camiseta com os dizeres "DOGE"
Atuação de Elon Musk no Doge, na prática, não trouxe os benefícios prometidos (Imagem: Joshua Sukoff / Shutterstock.com)

A coletiva do adeus

Em entrevista concedida na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos elogiou o trabalho do parceiro, inflou dados de sua atuação a frente do DOGE e deu a entender que ele poderia voltar ao governo em algum momento. Leia mais sobre o assunto nesta outra matéria.

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Musk pode voltar ao governo Trump? Presidente se pronunciou sobre a saída do aliado

Elon Musk anunciou sua saída do governo Trump em uma publicação na rede social X na última quarta-feira (28). O bilionário chefiava o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), que tinha como objetivo cortar gastos governamentais. Nesta sexta-feira (30), Trump falou sobre a saída de Musk.

Em entrevista concedida na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos elogiou o trabalho do parceiro, inflou dados de sua atuação a frente do DOGE e deu a entender que ele poderia voltar ao governo em algum momento.

Trump falou sobre a saída da Elon Musk do governo

Musk anunciou sua saída do DOGE em uma publicação no X. Ele teve uma atuação abaixo do esperado, criticou decisões recentes de Trump e estava pressionado para voltar a focar em suas próprias empresas (como a Tesla, em crise). Falaremos mais sobre os motivos da saída abaixo.

Nesta sexta-feira, Trump se pronunciou sobre o caso. Ele estava vestido com um boné preto do DOGE e uma camiseta com a estampa “The Dogefather” (em referência ao filme O Poderoso Chefão, The Godfather em inglês).

O republicano elogiou os “esforços” do bilionário ao trabalhar “incansavelmente” para cortar gastos durante seu tempo no departamento. Mas deu a entender que o aliado pode voltar: “Elon realmente não vai embora. Ele vai ficar indo e voltando”.

Trump ainda inflou os números de Musk no governo. O presidente dos EUA afirmou que o executivo teria economizado US$ 175 bilhões em apenas quatro meses. No entanto, segundo o g1, o site oficial que contabiliza esses dados mostra um valor menor que a metade do que foi revelado.

Também nesta sexta-feira, Musk confirmou que continuaria a ser conselheiro de Trump e demonstrou otimismo no futuro do DOGE. A gestão do bilionário foi marcada por milhares de demissões, redução drástica de agências e uma avalanche de contratos.

Musk estava pressionado para voltar a focar na Tesla (Imagem: miss.cabul / Shutterstock)

Por que Trump saiu do governo?

A saída de Elon Musk do DOGE era certa, já que o bilionário tinha um contrato voluntário de 130 dias com a Casa Branca. A ‘demissão’, no entanto, veio antes do que o esperado.

O mandato do executivo foi marcado por demissões em massa e bilhões de dólares em contratos, mas não atingiu as expectativas, o que aumentou a pressão interna. Inclusive, durante o tempo a frente do DOGE, Musk foi diminuindo cada vez mais suas metas:

  • Primeiro, queria cortar US$ 2 trilhões (R$ 11,38 trilhões) em gastos governamentais;
  • Depois, reduziu o número para US$ 1 trilhão (R$ 5,69 trilhões);
  • Por fim, chegou aos US$ 150 bilhões (R$ 853,58 bilhões), à medida que enfrentava resistências internas e políticas.

O bilionário também já havia expressado sua discordância e insatisfação com algumas das decisões do governo Trump, como o pacote tarifário que ficou conhecido como ‘tarifaço’. Isso só aumentou o sentimento de ruptura. O Olhar Digital deu detalhes de algumas das divergências nesse período neste link.

Para piorar a situação, Musk sofria pressão dos investidores de suas empresas por não estar completamente focado nelas. Algumas das ações do governo até prejudicaram as companhias do bilionário, principalmente a Tesla.

Leia mais:

Após a saída oficial do DOGE, um grupo de acionistas da montadora enviou uma carta à presidente do conselho da empresa, Robyn Denholm, pedindo garantias de que Elon Musk irá se dedicar pelo menos 40 horas por semana à fabricante de veículos elétricos. Veja os detalhes aqui.

Um possível retorno ao governo não foi descartado por Trump, mas também não foi confirmado por Musk.

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