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Receita de ‘azul egípcio’ perdido há milênios pode ter sido recriada

Há 5 mil anos, foi criado o pigmento sintético mais antigo do mundo: o azul egípcio. Com o passar dos anos, porém, a receita de sua composição acabou se perdendo – mas parece que isso acabou de mudar. Graças a pesquisadores da Universidade Estadual de Washington, EUA, o pigmento perdido foi recriado em não uma, mas 12 versões diferentes.

Entenda:

  • O pigmento sintético mais antigo já descoberto, chamado de azul egípcio, foi criado há 5 mil anos;
  • Sua receita, entretanto, acabou caindo no esquecimento com o passar dos anos;
  • Recentemente, pesquisadores conseguiram recriar o pigmento em 12 versões diferentes;
  • Além disso, a equipe descobriu que o material pode ter uma série de aplicações diferentes – como a fabricação de tintas à prova de falsificação.
Pigmento ‘azul egípcio’ ganhou 12 novas versões. (Imagem: Nataliya Skarakhod/iStock)

Os ingredientes usados para criar o azul egípcio não eram um mistério: cobre, carbonato de cálcio, areia de quartzo e um álcali (base de hidróxido de um metal alcalino). Entretanto, a combinação exata dos componentes vinha intrigando pesquisadores há muitos – e muitos – anos. Tendo isso em mente, a equipe de Washington arregaçou as mangas e começou a testar várias receitas diferentes.

Leia mais:

Pesquisadores testaram 12 receitas de azul egípcio

Para replicar as temperaturas disponíveis aos artistas egípcios, a equipe aqueceu as misturas de dióxido de silício, cobre, cálcio e carbonato de sódio a cerca de 1.000 ºC por um período de uma a 11 horas. As amostras foram resfriadas em diferentes velocidades e, por fim, analisadas com microscopia moderna e outras técnicas de análise.

Novas receitas de azul egípcio foram comparadas a artefatos originais. (Imagem: Matt Unger, Carnegie Museum of Natural History)

O resultado final de cada receita foi comparado a dois artefatos da época, incluindo um falcão de madeira com resquícios do azul egípcio original. Uma das descobertas mais surpreendentes, aponta a equipe em um comunicado, foi o fato de que o “azul mais azul” só levava 50% dos componentes azuis.

“Uma das coisas que observamos foi que, com pequenas diferenças no processo, obtínhamos resultados muito diferentes”, explica John McCloy, primeiro autor do estudo publicado na NPJ Heritage Science. “Você pode ver que cada partícula de pigmento tem um monte de coisas – não é uniforme de forma alguma.”

Pigmento antigo pode revelar falsificações

Composição do azul egípcio ficou perdida por milênios. (Imagem: Carnegie Museum of Natural History)

Apesar de ter sido criado no Egito como substituto de materiais mais caros, como turquesa e lápis-lazúli, a equipe destaca que o azul dos egípcios possui propriedades ópticas, magnéticas e biológicas bem interessantes, com a “redescoberta” da receita podendo abrir portas a uma série de possibilidades.

Uma delas, por exemplo, é a criação de tintas à prova de falsificação, já que o material “emite luz na região do infravermelho próximo do espectro eletromagnético” invisível aos olhos humanos.

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Nvidia supera expectativas de lucro e receita graças ao setor de data centers

A Nvidia divulgou, nesta quarta-feira (28), resultados financeiros acima do esperado, impulsionados por crescimento de 73% nas vendas de sua divisão de data centers em relação ao ano anterior. Em negociação após o fechamento do mercado, as ações da empresa subiram cerca de 6%, segundo a CNBC.

A empresa registrou lucro por ação ajustado de US$ 0,96 (R$ 5,46, na conversão direta) superando a estimativa de US$ 0,93 (R$ 5,29) dos analistas consultados pela LSEG. A receita também ficou acima do esperado: US$ 44,06 bilhões (R$ 250,68 bilhões) contra projeção de US$ 43,31 bilhões (R$ 246,42 bilhões).

Para o próximo trimestre, a Nvidia espera receita em torno de US$ 45 bilhões (R$ 256,03 bilhões), abaixo da estimativa de US$ 45,9 bilhões (R$ 261,15 bilhões) da LSEG. Segundo a companhia, a previsão teria sido cerca de US$ 8 bilhões (R$ 45,51 bilhões) maior se não fosse por restrições recentes à exportação de chips H20 para a China.

Durante o trimestre, o governo dos EUA informou à Nvidia que seu processador H20, anteriormente aprovado para exportação à China, agora necessitaria de uma licença.

A empresa afirmou que teve encargos de US$ 4,5 bilhões (R$ 25,6 bilhões) relacionados ao excesso de inventário do chip e que poderia ter registrado US$ 2,5 bilhões (R$ 25,6 bilhões) a mais em vendas se não fosse pela restrição.

Outros números da Nvidia

  • A margem bruta da Nvidia foi de 61% no trimestre, mas teria sido de 71,3% não fosse o impacto relacionado à China;
  • O CEO da empresa, Jensen Huang, declarou, em conferência com investidores, que o mercado chinês de chips para IA, estimado em US$ 50 bilhões (R$ 284,48 bilhões), está “praticamente fechado para a indústria dos EUA”;
  • “A proibição de exportação do H20 encerrou nosso negócio de data center Hopper na China”, afirmou Huang;
  • Apesar das tensões políticas, o relatório da Nvidia mostra que a empresa continua crescendo de forma agressiva, impulsionada pela forte demanda por seus chips de inteligência artificial (IA), utilizados em aplicações, como o ChatGPT, da OpenAI;
  • “A demanda global pela infraestrutura de IA da Nvidia é incrivelmente forte”, disse Huang.

O lucro líquido aumentou 26%, passando de US$ 14,9 bilhões (R$ 84,77 bilhões) (US$ 0,60 [R$ 3,41] por ação) no ano anterior para US$ 18,8 bilhões (R$ 106,96 bilhões) (US$ 0,76 [R$ 4,32] por ação).

A receita total aumentou 69% em relação aos US$ 26 bilhões (R$ 147,93 bilhões) do mesmo período do ano anterior. A divisão de data center, que inclui chips de IA e componentes relacionados, respondeu por 88% da receita total, atingindo US$ 39,1 bilhões (R$ 221,89 bilhões).

A Nvidia informou que grandes provedores de nuvem representaram pouco menos da metade da receita dessa divisão, enquanto US$ 5 bilhões (R$ 28,44 bilhões) vieram da venda de produtos de rede usados para conectar vários chips da Nvidia em pesquisas de IA.

Segundo a diretora financeira Colette Kress, a Microsoft já implantou “dezenas de milhares de GPUs Blackwell” e deve aumentar esse número para “centenas de milhares” da linha GB200, devido, em grande parte, à sua parceria com a OpenAI.

A divisão de games da empresa, que inclui chips para jogos em 3D, cresceu 42% em relação ao ano anterior, alcançando US$ 3,8 bilhões (R$ 216,2 bilhões).

A Nvidia, que inicialmente se destacou com chips para jogos, ainda fornece o processador central do novo console Nintendo Switch 2. Esses chips também podem ser utilizados em aplicações de IA.

As divisões automotiva e de robótica da empresa apresentaram crescimento de 72% nas vendas, totalizando US$ 567 milhões (R$ 3,22 bilhões), atribuído à maior demanda por chips e software para carros autônomos.

Já a divisão de visualização profissional, composta por chips para design 3D e os novos desktops DGX Spark e DGX Station para IA, teve alta de 19%, com receita de US$ 509 milhões (R$ 2,89 bilhões).

Durante o trimestre, a Nvidia gastou US$ 14,1 bilhões (R$ 80,22 bilhões) em recompra de ações e pagou US$ 244 milhões (R$ 3,09 bilhões) em dividendos. As ações da empresa estão agora a menos de 5% de sua máxima histórica, alcançada em janeiro, e no ponto mais alto dos últimos quatro meses.

Matéria em atualização

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Cientistas criam anel de lula ‘digital’ com impressora 3D – e ele é comestível!

Em 2023, cientistas criaram anéis de lula totalmente veganos usando uma impressora 3D. Na época, a versão “digital” – feita com uma pasta de microalgas e proteínas de feijão mungo verde – chegou a ser preparada em um evento da American Chemical Society (ACS), mas, apesar de saborosa, a invenção estava longe da textura ideal. Agora, a equipe diz ter encontrado a fórmula perfeita.

Entenda:

  • Cientistas usaram impressão 3D para criar anéis de lula veganos;
  • Uma versão do fruto do mar “digital” havia sido apresentada em 2023, mas a textura não estava próxima à do alimento verdadeiro;
  • A equipe, então, testou diferentes receitas, e recentemente divulgou uma nova fórmula;
  • A nova versão não apenas se aproxima da lula real em questão de mastigabilidade, mas também a supera em teor proteico.
Anéis de lula 3D ganharam nova receita. (Imagem: ACS Food Science & Technology)

A equipe vinha trabalhando para encontrar uma forma de deixar o sabor, o conteúdo nutricional e, principalmente, a textura do anel de lula 3D o mais próximo possível do fruto do mar verdadeiro. Os esforços levaram à criação de uma nova receita, e o processo foi detalhado em um artigo na ACS Food Science & Technology.

Leia mais:

Equipe testou novas receitas do anel de lula 3D

Como descrito no estudo, os pesquisadores fizeram alguns ajustes na receita e nos parâmetros de impressão para solucionar a questão da textura da lula ao ser empanada e frita. Foram testadas versões com diferentes medidas de feijão mungo verde, microalgas em pó, espessante (goma gelana) e gordura (óleo de canola).

Usando uma impressora 3D de alimentos, a equipe criou anéis de lula de cerca de 4,5 centímetros de largura e, ao contrário da versão anterior, congelou o conteúdo durante a noite. No dia seguinte, os anéis veganos foram fritos.

Lula 3D é mais proteica que fruto do mar verdadeiro. (Imagem: Poornima Vijayan)

Anel de lula “digital” tem mais proteínas que o verdadeiro

Uma vez pronta, a versão vegana foi analisada em laboratório. Os resultados mostraram que a receita cujo resultado final mais se assemelhava à lula verdadeira – em fatores de mastigabilidade – continha 1,5% de espessante, 2% de gordura e 10% de microalgas.

Além disso, a equipe ainda descobriu que a versão 3D pode contar com um teor proteico de 19%, maior do que a lula real, com 14%.

“Esta pesquisa demonstra o potencial da impressão 3D para transformar proteínas vegetais sustentáveis, como feijão-mungo e microalgas, em análogos de frutos do mar com textura comparável. Nossos próximos passos envolvem entender a aceitação do consumidor e dimensionar a formulação para aplicações mais amplas”, diz Poornima Vijayan, autora principal do estudo, em comunicado.

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