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Tecnologia pode detectar lesões na retina antes que sintomas apareçam

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram que o uso da óptica adaptativa pode identificar danos à retina antes que os primeiros sintomas apareçam. A técnica ainda é pouco difundida no Brasil e permite observar alterações celulares.

A partir desta tecnologia é possível gerar imagens da retina com resolução comparável a de análises de microscopia. O método ainda fornece informações muito precisas sobre a densidade e o espaçamento dos cones, algo que os exames convencionais não conseguem captar.

Pacientes passaram por análises específicas

  • Durante o trabalho foram analisadas 18 mulheres usuárias de hidroxicloroquina com dose acumulada superior a 1.600g, sem qualquer sinal de retinopatia nos exames tradicionais.
  • Elas foram comparadas a 18 mulheres saudáveis, sem uso da medicação.
  • Todas as participantes passaram por exames oftalmológicos completos, incluindo mensuração da acuidade visual, comprimento axial dos olhos, refração e dilatação da pupila.
  • As imagens captadas pela óptica adaptativa foram registradas em dois pontos específicos da retina.
  • Esses locais foram escolhidos por serem os primeiros a apresentar sinais de dano na retinopatia induzida por hidroxicloroquina.
  • As informações são do Jornal da USP.
Técnica pode revolucionar diagnósticos no Brasil (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock)

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Diagnóstico precoce pode evitar perda da visão

A equipe ainda levou em conta algumas variáveis que pudessem interferir nos resultados, como idade, refração ocular e comprimento axial dos olhos. Isso garantiu uma maior robustez na comparação entre os grupos.

As descobertas indicam que o processo de toxicidade retiniana pode começar de forma silenciosa, antes mesmo das primeiras manifestações observadas por exames clássicos. Isso significa que é possível identificar a condição de forma precoce.

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Método permite identificar problema antes que os sintomas surjam (Imagem: AnnaVel/Shutterstock)

Apesar das conclusões dos cientistas, ainda não é possível garantir que os danos identificados na retina possam ser revertidos. No entanto, sem um diagnóstico, a toxicidade pode continuar aumentando, causando a perda total da visão, por exemplo.

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Estudo: exame nos olhos permite diagnóstico precoce de Parkinson

Um simples exame oftalmológico não invasivo pode ser a chave para o diagnóstico precoce da Doença de Parkinson. Testada por pesquisadores do Canadá e descrita em um estudo da Neurobiology of Disease, a técnica não apenas permite que os médicos ajam com antecedência para tratar a doença, mas também monitorem sua progressão.

Entenda:

  • Pesquisadores descobriram que um tipo de exame oftalmológico pode apoiar o diagnóstico precoce do Parkinson;
  • Chamada de eletrorretinografia (ERG), a técnica mede a atividade da retina diante de estímulos luminosos;
  • Já se sabe que o ERG pode revelar sinais de transtornos psiquiátricos, mas, até então, o método não havia sido associado ao Parkinson;
  • Testes em humanos e em camundongos geneticamente modificados indicam que o exame permite tanto o diagnóstico precoce da doença quanto o monitoramento de sua progressão.
Exame oftalmológico identifica Parkinson antes que os sintomas se manifestem. (Imagem: SpeedKingz/Shutterstock)

Como destaca a equipe em comunicado, a maioria dos diagnósticos de Parkinson é feita quando os sintomas já começaram a se manifestar. E, quando isso acontece, é sinal de que a doença já atingiu os neurônios em um nível de degeneração irreversível. Encontrar técnicas de diagnóstico precoce – como a dos pesquisadores – é fundamental para superar esse desafio.

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Cientistas testaram exame que também diagnostica transtornos psiquiátricos

Para o estudo, a equipe usou o exame de eletrorretinografia (ERG), que mede a atividade da retina diante de estímulos luminosos. A técnica já havia sido usada antes na medicina para revelar sinais de transtornos psiquiátricos – como esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão –, e os pesquisadores decidiram testar, também, seu efeito no diagnóstico de pacientes com Parkinson.

Os testes envolveram 20 adultos diagnosticados com a doença nos últimos cinco anos e outros 20 da mesma idade, mas sem a doença. “Colocamos um eletrodo na pálpebra inferior de cada participante e registramos sua resposta retiniana a uma série de flashes de diferentes intensidades, frequências e cores. Os resultados que obtivemos para pessoas com Parkinson apresentaram uma assinatura distinta daqueles do grupo de controle”, explica Martin Lévesque, líder do estudo.

Exame oftalmológico que identifica Parkinson também foi testado em camundongos

Médico examina olho de paciente homem mais velho
Exame que analisa pupilas também mostra sinais de transtornos psicológicos. (Imagem: seb_ra/iStock)

Além de humanos, o ERG também foi testado em camundongos geneticamente modificados com uma proteína humana associada ao Parkinson. “Mais uma vez, obtivemos respostas diferentes em animais com Parkinson. Isso sugere que as manifestações funcionais do Parkinson podem ser detectadas em um estágio inicial da doença por meio do exame da retina”, completa Lévesque.

Considerando que a idade média de diagnóstico da Doença de Parkinson é 65 anos, os cientistas propõem oferecer o exame de retina a partir dos 50, permitindo não só que o diagnóstico aconteça antes da manifestação dos sintomas – e, assim, o tratamento seja mais eficaz – mas também que a progressão do quadro seja monitorada continuamente.

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Este sinal no fundo dos olhos pode indicar demência

Uma pesquisa da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, sugere que os vasos sanguíneos no fundo do olho podem indicar sinais de demência precoce. Os cientistas observaram que a retina está diretamente conectada ao cérebro.

Há três anos, a mesma equipe realizou um estudo sobre a relação entre o afinamento da retina de uma pessoa na meia-idade e o desempenho cognitivo na infância e na vida adulta. A retina é um tecido fino e sensível à luz que reveste a parte de trás do olho, no interior do globo ocular.

“Acredita-se que muitos dos processos da doença de Alzheimer são refletidos na retina, tornando-a um bom alvo como biomarcador para identificar pessoas em risco de desenvolver demência”, disse a psicóloga Ashleigh Barrett-Young da Universidade de Otago.

Estudo pode ajudar a aprimorar diagnóstico da doença no início de seu curso (Imagem: Makhbubakhon Ismatova/iStock)

Como foi feita a nova pesquisa?

  • Os cientistas usaram parte das informações da pesquisa de 2022, que rastreou 45 anos de dados de saúde de neozelandeses nascidos em 1972 e 1973;
  • Desta vez, eles focaram em fotografias da retina, exames de vista e uma série de testes que avaliam o risco de Alzheimer e demências relacionadas na meia-idade de 938 participantes com 45 anos de idade;
  • A partir daí, eles identificaram associações entre declínio cognitivo e espessura da camada da retina (assim como o fizeram no estudo inicial);
  • Além disso, consideraram a saúde microvascular da retina, medida pelo diâmetro de pequenas artérias e veias no tecido;
  • São essas artérias e veias que “refletem a integridade do sistema cardiovascular geral do corpo (incluindo a cerebrovascular), que está implicado na patologia da doença de Alzheimer e demências relacionadas e, em particular, nas demências vasculares”, escrevem.

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As descobertas

Eles descobriram que o risco de demência era mais alto entre pessoas com arteríolas mais estreitas (pequenos vasos que transportam sangue para longe do coração) e vênulas mais largas (veias em miniatura que recebem sangue dos capilares).

Novos estudos são necessários para considerar diferenças populacionais (Imagem: Sakorn Sukkasemsakorn/iStock)

No entanto, novos estudos são necessários para comprovar a relação entre a saúde da retina e demência considerando diferentes quadros populacionais. Além disso, as medidas usadas na pesquisa ainda não podem ser usadas como um diagnóstico da doença.

“Os tratamentos para Alzheimer e algumas outras formas de demência podem ser mais eficazes se iniciados no início do curso da doença”, afirmou Barrett-Young. “Espero que um dia possamos usar métodos de IA em exames oculares para dar uma indicação da saúde do seu cérebro, mas ainda não chegamos lá.”

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Cientistas acabam de ver uma cor inédita! Mas você não pode vê-la

Já imaginou poder ver cores inéditas? Bem, parece que isso já é realidade: pesquisadores da Universidade da Califórnia e da Universidade de Washington se uniram para criar uma técnica que lhes permitiu enxergar uma nova cor jamais vista por seres humanos. O experimento foi detalhado em um artigo publicado na revista Science Advances.

Entenda:

  • Pesquisadores afirmam ter criado uma técnica que permite enxergar uma nova cor jamais vista por humanos;
  • A técnica – chamada de Oz – consiste em disparar pulsos de laser nos olhos para estimular as células da retina;
  • O método supostamente ampliou os limites naturais de percepção e permitiu a visualização da nova cor – que ganhou o nome de olo;
  • Olo foi descrita como uma espécie de azul-esverdeado altamente saturado;
  • A experiência, porém, já está sendo contestada por especialistas.
Técnica supostamente permite enxergar nova cor nunca vista por humanos. (Imagem: patat/Shutterstock)

Como explicam os autores do estudo, a técnica (batizada de Oz, em homenagem a O Mágico de Oz) usa pulsos de laser disparados diretamente nos olhos para estimular células individuais da retina. O método amplia os limites naturais de percepção e, com isso, permitiu que voluntários e alguns membros da equipe enxergassem a nova cor – que acabou ganhando o nome de olo.

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Como é a nova cor vista pelos cientistas?

Olo foi descrita pelos autores e participantes do estudo como um azul-esverdeado altamente saturado. A descrição, entretanto, não faz jus à rica experiência de realmente enxergar a nova car: “Foi de cair o queixo”, contou Ren Ng, da Universidade da Califórnia, ao The Guardian.

A equipe até chegou a compartilhar uma imagem (que pode ser vista abaixo) para ajudar a ilustrar olo, mas destaca que a verdadeira cor só pode ser vista com a técnica Oz. “Não há como transmitir essa cor em um artigo ou monitor. A questão toda é que essa não é a cor que vemos, simplesmente não é. É uma versão dela, mas empalidece completamente em comparação com a experiência de olo”, complementou Austin Roorda, pesquisador do estudo.

Representação aproximada de olo, a nova cor vista pelos cientistas. (Imagem: James Fong et al./Science Advances)

Experiência de nova cor foi contestada

A experiência de olo vem sendo contestada por especialistas. John Barbur, da Universidade de Londres, disse ao The Guardian que a pesquisa tem “valor limitado”, e não há como olo ser uma nova cor.

“É um verde mais saturado que só pode ser produzido em um indivíduo com mecanismo cromático vermelho-verde normal quando a única informação vem dos cones M [fotorreceptores da retina que reagem a ondas de luz de comprimento médio]”.

Apesar disso, os criadores da técnica acreditam que Oz possa ser usada para apoiar estudos do daltonismo – e, talvez, até mesmo ajudar a tratar o distúrbio.

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Esse pode ser o segredo para, em alguns casos, restaurar a visão

A Universidade Médica de Wenzhou e parceiros identificaram uma população de células-tronco retinianas humanas com potencial para regenerar o tecido da retina e restaurar a visão, uma descoberta significativa para o tratamento da degeneração retinal, como retinite pigmentosa e degeneração macular.

Essas condições causam a perda irreversível de células sensíveis à luz na retina, e, embora os tratamentos atuais possam retardar o progresso, não substituem o tecido danificado. A perda de visão causada pela degeneração da retina afeta milhões em todo o mundo.

Por décadas, pesquisadores investigaram a possibilidade de usar células-tronco para regenerar a retina humana, um processo já observado em peixes e anfíbios.

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Descobertas oferecem novas esperanças para doenças oculares degenerativas – Imagem: goffkein.pro/Shutterstock

Descobertas do estudo

  • No estudo publicado na Science Translational Medicine, os cientistas identificaram células-tronco na retina periférica de tecido fetal humano, com características de autorrenovação e capacidade de se diferenciar nos diferentes tipos de células da retina.
  • Em organoides retinianos, essas células se moveram para áreas danificadas e geraram novas células retinianas.
  • Os testes em modelos de degeneração retiniana em camundongos mostraram que as células transplantadas permaneceram viáveis por até 24 semanas, se integraram à retina e restauraram a estrutura e a função visual.
  • Em comparação com outras células progenitoras, essas células-tronco se destacaram pela capacidade de diferenciação e viabilidade a longo prazo.

Os resultados indicam que organoides retinianos podem ser uma fonte promissora para o desenvolvimento de terapias regenerativas. Mais estudos serão necessários para avaliar a segurança, a compatibilidade imunológica e a eficácia em modelos que se assemelham mais à doença humana.

Estudo pode revolucionar o tratamento da degeneração visual – Imagem: Tocarciuc Dumitru/iStock

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