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Estudo genético revela ancestralidade de antigo inimigo dos romanos

Você gosta de história? Então provavelmente já ouviu falar dos cartagineses. Este povo, que tem a figura de Aníbal como uma das mais famosas, enfrentou os poderosos romanos em três conflitos, as chamadas Guerras Púnicas.

Apesar de ter sido derrotada, esta civilização antiga deixou grandes legados, como a construção de barcos, noções de navegação, planejamento urbano e até um alfabeto usada para o comércio. Mas a verdadeira origem deste povo sempre foi motivo de discussão.

Origem dos cartagineses vai além dos fenícios

  • A mais poderosa e próspera das cidades-estado independentes dos fenícios foi Cartago, fundada por volta do século IX a.C. no que hoje é a Tunísia.
  • Os cartagineses, também conhecidos como povo púnico, estabeleceram um império que acabou se estendendo pelo nordeste da África e pelo sul da atual Espanha.
  • A rivalidade com Roma, no entanto, selou o destino desta civilização.
  • Após vencer a última das guerras, que terminou em 146 a.C., os romanos destruíram completamente a capital rival.
  • Por mais de 2 mil anos, acreditou-se que os cartagineses derivavam do Levante, especificamente de Canaã, a fonte de sua língua e religião.
  • Mas um novo estudo publicado na revista Nature sugere que, do sexto ao segundo século a.C., os fenícios tiveram apenas uma pequena contribuição genética para as colônias púnicas.
Roma e Cartago duelaram pelo domínio do Mediterrâneo (Imagem: Sidhe/Shutterstock)

Migração e miscigenação formaram este antigo povo

De acordo com os pesquisadores, os cartagineses preservaram a cultura, a língua, a religião e o estilo de vida comercial fenícios. No entanto, estas características foram passadas para pessoas de ascendência biologicamente diferente com quem se misturaram depois que chegaram a essas regiões.

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A conclusão faz parte de um trabalho que analisou o DNA de restos mortais de 210 indivíduos, incluindo 196 de 14 locais tradicionalmente identificados como fenícios e púnicos no Levante, Norte da África, Península Ibérica, Sicília, Sardenha e Ibiza. O estudo observou que os fenícios não se misturavam igualmente com todas as pessoas que conheciam.

Escultura de Aníbal, principal figura do povo cartaginês (Imagem: Photogilio/iStock)

A principal ancestralidade dos fenícios estudados era grega. Provavelmente eram pessoas que eles encontraram e se misturaram na Sicília, onde colônias gregas e fenícias existiam lado a lado. O trabalho mostrou que a intensa migração pelo mar Egeu impulsionou a expansão dos fenícios.

Antes de 400 a.C., os fenícios do Mediterrâneo ocidental que viviam no norte da África tinham perfis genéticos bastante simples. Mas, após esta data, os vestígios de ancestralidade norte-africana aparecem em quantidade limitada. Segundo os autores, isso pode refletir a crescente influência de Cartago e a miscigenação do povo.

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Era glacial misteriosa pode ter influenciado fim do Império Romano

O Império Romano é um dos mais lembrados da história e os motivos de sua queda são discutidos até hoje. De acordo um novo estudo, uma era glacial pouco conhecida pode ter influenciado diretamente no destino dos romanos.

As conclusões fazem parte de uma análise feita em rochas com características incomuns. Elas foram identificadas na costa oeste da Islândia e teriam sido transportadas por icebergs oriundos da Groenlândia entre os anos 540 e 800 d.C.

Pequena Idade do Gelo Antiga

Pesquisadores da Universidade de Southampton, no Reino Unido, da Queen’s University, no Canadá, e da Academia Chinesa de Ciências explicam que esse período coincide com um evento de resfriamento climático extremo. Ele é conhecido como Pequena Idade do Gelo Antiga e foi exatamente quando ocorreu o colapso da potência da época.

Pedras incomuns foram identificadas na Islândia (Imagem: Christopher Spencer/Queen’s University)

A equipe sugere que a abrupta queda de temperatura pode ter sido um fator decisivo para a desestabilização de um império já enfraquecido por crises internas e externas. A nova pesquisa aponta ainda que a era glacial foi provavelmente desencadeada por três grandes erupções vulcânicas consecutivas.

As nuvens de cinzas lançadas na atmosfera teriam bloqueado a luz do Sol e provocado uma queda expressiva nas temperaturas globais. O estudo, publicado na revista Geology, afirma que as descobertas fortalecem “a hipótese de que um curto, porém severo, período de resfriamento pode ter precipitado uma série de migrações em massa que alteraram profundamente o cenário político e social da Europa”.

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Rochas seriam originárias da Groenlândia (Imagem: Ross Mitchell/Academia Chinesa de Ciências)

Impacto das mudanças climáticas foi extremo para os romanos

  • Durante o trabalho, os cientistas analisaram rochas encontradas na Islândia.
  • Eles perceberam que os tipos de materiais eram diferentes de qualquer outro material geológico da ilha.
  • Assim, começaram a rastrear a origem deles até chegar em regiões específicas da Groenlândia.
  • Segundo os pesquisadores, estas rochas foram transportadas para a Islândia por icebergs durante o século VII.
  • A descoberta não apenas fornece novas pistas sobre o impacto das mudanças climáticas na antiguidade, mas confirma como fenômenos naturais distantes podem desencadear transformações profundas em grandes civilizações.

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Exploradores com um cânion no fundo do cenário.

Crime atual já era prática desde o Império Romano

Evasão fiscal é um crime tão antigo quanto a invenção dos impostos. No entanto, uma nova pesquisa revelou que essa pratica era considerada tão séria no Império Romano que as penas variavam entre multas pesadas, exílio permanente e, em última instância, execução pública. Os historiadores traduziram e analisaram um documento que registra um desses casos.

A descrição de crime está escrita num papiro encontrado no Deserto da Judeia. O grupo de pesquisadores analisou o artefato e descobriu que os criminosos realizaram um esquema de falsificação de documentos e venda de alforrias – libertação de escravos – ilícitas, tudo para evitar o pagamento de impostos nas províncias romanas da Judeia e da Arábia.

Os dois sonegadores eram conhecidos. Um deles, Gadálias, tinha ligações com a elite administrativa local e já havia sido condenado por extorsão e falsificação, além der ser famoso por roubar e não comparecer aos julgamentos.

O segundo era Saulo, registrado como o mentor do esquema e “amigo e colaborador” de Gadálias. A equipe de pesquisa acredita, com base nos nomes e na localização, que a dupla seria composta por dois homens judeus.

Imagem do papiro em infravermelho. (Imagem: Shai Halevi/Israel Antiquities Authority)

Acusados podem ter lutado contra o Império Romano

A trama de sonegação aconteceu durante um período conflituoso da história. O imperador Adriano reinava por volta de 130 d.C., quando Simão bar Kochba, um chefe guerrilheiro, liderou uma revolta popular que resultou numa guerra entre o povo judeu e o Império Romano. A revolta foi reprimida e a população judaica se dispersou para fora da Judeia.

“É possível que sonegadores de impostos como Gadálias e Saulo, que eram inclinados a desrespeitar a ordem romana, estivessem envolvidos nos preparativos [da revolta]”, disse Anna Dolganov, historiadora que decifrou o pergaminho, em entrevista ao New York Times.

A pesquisadora acredita que o papiro tenha sido encontrado em 1950 por beduínos vendedores de antiguidades. Segundo ela, o artefato poderia estar escondido em Nahal Hever, um cânion a oeste do Mar Morto, onde alguns rebeldes de Bar Kochba se refugiaram ao fugir dos romanos.

Exploradores com um cânion no fundo do cenário.
Exploradores no cânion de Nahal Hever. (Imagem: Benno Rothenberg /Meitar Collection / National Library of Israel / The Pritzker Family National Photography Collection / CC BY 4.0)

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Esquema de sonegação era complexo

A pesquisa revela que o crime de Gadálias e Saulo foi confirmado por um informante às autoridades romanas. O texto também sugere que o denunciante era o próprio Saulo, que pôs a culpa em seu comparsa Queréias para proteger a si mesmo da punição. 

O cenário mais provável era de que Saulo, da Judeia, vendia vários escravos para Queréias, da Arábia, sem a documentação adequada. Ao serem comercializados através da fronteira entre as províncias,  os escravos supostamente desapareciam dos bens de Saulo na Judeia. Mas, como permaneciam fisicamente com ele, Queréias, o comprador, poderia optar por não declarar os escravizados na Arábia.

“Assim, no papel, os escravos desapareciam na Judeia, mas nunca chegavam à Arábia, tornando-se invisíveis para os administradores romanos. A partir de então, todos os impostos sobre esses escravos podiam ser evitados”, explicou a historiadora.

Os romanos tinham um sistema sofisticado para evitar a sonegação e examinar o comércio de escravizados. As taxas chegavam a 4% sobre a venda de escravos e 5% sobre as alforrias. “Se algum documento estivesse faltando ou parecesse suspeito, os administradores romanos investigavam”, comentou a pesquisadora.

Portão de Adriano feito por volta de 130 d.C.
Portão de Adriano feito por volta de 130 d.C. (Imagem: Joe Wallace / Wikimedia Commons)

O julgamento foi intenso, diz o estudo

Para ocultar a falsidade ideológica de seu parceiro, Gadálias, filho de um tabelião, falsificou as notas de venda e outros documentos. Quando as autoridades desvendaram o caso, a dupla procurou e pagou um concelho municipal em troca de proteção.

Durante o julgamento, Saulo atribuiu a culpa pelas irregularidades no comércio de escravos a Queréias. Gadálias culpou seu pai pelas falsificações.

Para os pesquisadores, as motivações da dupla ainda são desconhecidas. “Por que os homens correram o risco de libertar um escravo sem documentos válidos permanece um mistério”, disse Dolganov.

A equipe apresentou algumas hipóteses:

  • Ao simular a venda de escravos e libertá-los, a dupla estaria cumprindo um dever da cultura judaica de libertar escravizados em determinados períodos e situações.
  • Poderiam estar lucrando com o sistema de captura de pessoas, sua escravização e depois libertação dentro do Império Romano
  • Gadálias e Saulo poderiam também ser traficantes de pessoas

O papiro não revelou o veredito do caso jurídico. Mas, os historiadores acreditam que Gadálias, por ser membro da elite local, poderia ter recebido uma morte mais misericordiosa: a decapitação. Para Saulo, idealizador do esquema, o fim pode ter sido mais tenebroso.

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Descoberta pode reescrever a história do Império Romano na Alemanha

Arqueólogos vão passar os próximos dois anos examinando 4 mil tijolos do Império Romano vindos da cidade de Tréveris, na Alemanha. O objetivo da pesquisa é entender como esses blocos eram produzidos e distribuídos, além de compreender como a cidade foi estruturada e sua importância na época.

Tréveris era conhecida como a capital germânica do Império Romano. Ela ganhou destaque entre os séculos I e V, sendo uma grande metrópole ao norte dos Alpes.

Por sua influência política e econômica, se tornou a residência imperial durante as dinastias Constantiniana e Valentiniana. Nesse período, a cidade passou por transformações de larga escala em sua estrutura e planejamento urbano. Os romanos utilizaram vários formatos de tijolos cozidos para construir os edifícios monumentais que hoje contam a história do local. 

No início do século XX, uma equipe de pesquisadores recuperou 4 mil tijolos estampados dessa época, mas eles permaneceram guardados e pouco estudados. Agora, um novo grupo planeja examinar o material um século depois.

“Presumimos que a maioria dos tijolos estampados data da Antiguidade Tardia. Isso nos permite realizar uma análise abrangente de como a cerâmica de construção era produzida e utilizada durante esse período”, afirmou o Dr. Thomas Schmidts, professor da Universidade Goethe e participante do estudo, em um comunicado.

O Portão Negro em Tréveris, um dos monumentos da época do Império Romano (Imagem: Sergii Figurnyi / Shutterstock)

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Uso de tecnologia irá revelar oficinas romanas

A nova pesquisa irá utilizar análises arqueométricas, uma abordagem científica que une diversas áreas do conhecimento. Os pesquisadores determinarão a composição química dos tijolos para identificar os materiais utilizados em sua produção. Isso permitirá o grupo rastrear a origem dessas matérias-primas, podendo localizar oficinas onde os artesãos faziam os blocos.

O foco é entender a infraestrutura complexa da cidade. Os arqueólogos pretendem estudar, com a análise dos artefatos, o período de expansão e avanço tecnológico do Império Romano.

Tijolos estudados têm marcas e escritas romanas
Tijolos estudados têm marcas e escritas romanas. (Imagem: M. Scholz.)

Com o exame da distribuição das oficinas no espaço da cidade, eles buscam entender como era a fabricação dos tijolos e para onde os romanos os levavam. “Isso permitirá a identificação de projetos de edifícios públicos e estatais até então desconhecidos”, escreveu a equipe no projeto de pesquisa.

“As descobertas do projeto não só ampliarão nosso conhecimento sobre cerâmica de construção da Antiguidade Tardia, mas também servirão como um modelo de estudo que integra metodologias arqueológicas e arqueométricas, ajudando-nos a reconstruir o desenvolvimento histórico de Tréveris”, concluíram os pesquisadores.

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Uma árvore acaba de revelar segredos do Império Romano

Uma das maiores ameaças ao Império Romano ocorreu em 367 d.C., quando povos nativos se rebelaram contra o domínio da Grã-Bretanha. Os ataques aconteceram por terra e mar, com diversos comandantes romanos sendo mortos ou capturados.

Foram necessários dois anos até que Roma recuperasse totalmente o controle da então chamada Britânia Romana. Um episódio que ficou marcado na história, mas que pode ter sido desencadeado por mudanças extremas no clima da região.

Secas prolongadas atingiram a região

  • Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Cambridge e publicado na Climatic Change aponta severas secas ocorreram nos anos de 364, 365 e 366 d.C., sendo catalisadores da rebelião futura.
  • No período de 350 a 500 d.C., a precipitação média mensal entre os meses de abril e julho foi de 51 mm.
  • Mas em 364 d.C., caiu para apenas 29 mm, diminuindo anda mais nos ano seguinte e criando uma grave crise.
  • Segundo os responsáveis pelo trabalho, três secas consecutivas teriam um impacto devastador na produtividade da região agrícola mais importante da Grã-Bretanha romana.
  • Isso resultou em escassez de alimentos com diversos efeitos sociais desestabilizadores.
Secas severas motivaram rebelião (Imagem: Khenyothaa/Shutterstock)

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Fome motivou revolta contra o Império Romano

Para chegar a estas conclusões, os cientistas usaram registros de anéis de carvalho. Os materiais serviram para reconstruir os níveis de temperatura e precipitação no sul da Grã-Bretanha durante e após a chamada Conspiração Bárbara.

Na época, os principais produtos da região eram trigo e cevada.

Uma árvore ajudou a revelar segredos de Roma! Imagem: M O H/Shutterstock

Como a província tinha um clima úmido, a produção acontecia fundamentalmente durante a primavera, fazendo com que as secas ameaçassem a segurança alimentar da população.

Relatos históricos comprovam uma situação delicada em 367 d.C. De acordo com escritos do cronista romano Amiano Marcelino, o povo da Grã-Bretanha enfrentava “condições máximas de fome”. Um cenário que influenciou a rebelião nativa.

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Enorme canal construído pelos romanos pode ter sido encontrado

Relatos históricos apontam que os romanos construíram um canal há cerca de 2.100 anos no delta do rio Ródano, na atual França. A obra teria sido feita a mando do tio de Júlio César durante batalhas travadas contra os celtas.

Conhecida como Canal Marius, esta foi uma das principais construções hidráulicas da época, precedendo barragens, moinhos de água e aquedutos. No entanto, a obra acabou sendo perdida com o passar do tempo.

Construção tinha propósito militar

  • Historiadores acreditam que a construção teria ocorrido entre 104 e 102 a.C.
  • As obras foram realizadas pelas tropas do tio de Júlio César, o general Caio Mário.
  • O canal ajudaria nas Guerras Cimbrianas, uma série de conflitos entre a República Romana e as tribos celtas, que estavam migrando para o sul da atual Dinamarca.
  • As possíveis invasões dos povos do norte colocariam todo o território romano em risco.
  • Por conta disso, Caio Mário ordenou que o canal fosse construído para abastecer suas tropas, o que ajudou no sucesso das batalhas.
  • Apesar de todas as pesquisas realizadas nos últimos séculos, no entanto, o Canal Marius nunca foi encontrado.
Tio de Júlio César teria sido responsável pela construção (Imagem: Jule_Berlin/Shutterstock)

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Local do canal romano pode ter sido descoberto

Um novo estudo realizado em um delta nos pântanos de Vigueirat, ao sul de Arles, revelou uma característica subaquática que os cientistas levantaram a hipótese de ser um antigo canal. O trabalho foi publicado no Journal of Archaeological Science: Reports.

Escavações desenterraram 69 peças de cerâmica romana, duas estacas de madeira antigas e duas extensas plataformas de paralelepípedos. A datação por radiocarbono apontou que os materiais eram da mesma época em questão.

Construção auxiliou em vitória militar romana (Imagem: Stasia04/Shutterstock)

No entanto, ainda não há evidências para confirmar se esta área realmente abriga o canal antigo romano. Novos estudos devem ser realizados no local para tentar colocar um ponto final no assunto. De qualquer forma, ninguém dúvida da capacidade dos romanos de construir algo com tamanha dimensão mesmo na antiguidade.

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Romanos já tinham comédia há milhares de anos

Escavações recentes no sítio arqueológico de Pompeia (Itália) – cidade imortalizada pela erupção do Monte Vesúvio em 79 d.C., que, ao encerrar o tempo, preservou inúmeros vestígios históricos – desenterraram murais e afrescos romanos que revelam aspectos do cotidiano e das crenças da época.

Em abril de 2024, pesquisadores da Universidade Open de Artes e Humanidades investigaram nova área de escavação na cidade italiana, ampliando o conjunto de afrescos já conhecidos e resgatando outras descobertas inusitadas do passado. Entre elas, destaca-se uma achada na Jordânia, realizada em 2016, onde pinturas do século I d.C. incorporavam balões de fala escritos em aramaico.

Achado na Jordânia, em 2016, pinturas do século I d.C. incorporavam balões de fala escritos em aramaico (Imagem: Julien ALIQUOT/HiSoMA 2018)

Contrariando a ideia de que as artes milenares eram sempre formais e solenes, esses vestígios demonstram que, frequentemente, a arte refletia o cotidiano de forma descontraída. Nos “quadrinhos” encontrados na Jordânia – datados da época em que a região integrava a província da Judeia, na cidade de Capitolias – os textos dos balões trazem expressões, como “Estou cortando [pedra]” e “Ai de mim! Estou morto!”.

A preservação desses afrescos depende de condições naturais ideais. No caso de Pompeia, as cinzas vulcânicas atuaram como selo protetor, isolando as pinturas por mais de 1,5 mil anos, enquanto, na Jordânia, a aridez do deserto cobriu o basalto repleto de arte com uma camada que o protegeu do tempo.

Além disso, os grafites encontrados em Pompeia e Herculano – esta última também atingida pelo Vesúvio – estão reunidos no sítio Ancient Graffiti Project, oferecendo vislumbre da vida romana durante a dinastia Flaviana, por volta de 79 d.C.

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Limpeza do local de Capitolias, com a ajuda de Dionísio e outros deuses (magem: Julien ALIQUOT/ HiSoMA 2018

Comédia entre os antigos romanos? Tinha sim!

Entre as pinturas mais irreverentes, destacam-se representações de figuras mitológicas nuas, cenas sugestivas e uma curiosa fixação por símbolos fálicos. Algumas inscrições chamativas evidenciam que, em muitos aspectos, o comportamento humano se mantém surpreendentemente similar ao de antigamente:

  • Sanius a Cornelius: vá se enforcar” – registro de uma disputa particularmente acalorada;
  • Lucilla fez dinheiro com seu corpo” – frase esculpida na fachada de uma basílica, cujo contraste enfatiza a irreverência;
  • Amplicatus, sei que Icarus está infernizando você. Salvius escreveu isso” – acompanhada do desenho de um homem de nariz proeminente;
  • O oficial de finanças do imperador Nero diz que esta comida é veneno” – provavelmente um comentário satírico sobre a má qualidade dos alimentos;
  • Restituta, tire sua túnica, por favor, e nos mostre suas partes privadas cabeludas” – inscrição na parte externa de uma taverna, evidenciando que a irreverência sempre foi característica humana.
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Zeus entre as duas Fortunas de Capitolias e Cesareia Marítima (Imagem: Julien ALIQUOT/HiSoMA 2018)

Essa reinterpretação dos vestígios históricos não só amplia o conhecimento sobre a arte e a cultura da Antiguidade, mas, também, reforça que o humor e a irreverência são traços atemporais da humanidade.

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Cidade perdida romana é descoberta na Itália

Escavações realizadas no sítio arqueológico de Interamna Lirenas, na região central da Itália, revelaram informações valiosas sobre a era romana. Os pesquisadores encontraram indícios de que aquela foi uma cidade próspera e movimentada no passado.

A área não havia sido estudada até agora porque apenas alguns fragmentos de cerâmica foram encontrados na superfície. Isso deixou os restos arqueológicos das construções romanas “guardados” por séculos.

Local foi mais importante do que pensava

  • Agora, um estudo liderado pela Universidade de Cambridge provou que a cidade teria resistido à queda até o final do século 3 d.C. 
  • Isso significa que história dela durou cerca de 900 anos, aproximadamente 300 anos a mais do que se acreditava inicialmente.
  • No seu ague, Interamna Lirenas teve uma população de duas mil pessoas, com diversas construções romanas importantes.
  • As escavações foram feitas com ajuda de radares magnéticos penetrantes por 24 hectares. 
  • As descobertas foram publicadas no portal Antigone.
Radares magnéticos foram utilizados para localizar a cidade perdida (Imagem: Antigone)

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Cidade acabou sendo abandonada

A cidade ficava às margens do rio Liri. Durante o estudo, os pesquisadores localizaram um grande depósito, um templo e um complexo de banhos, indicando que o local foi um porto fluvial romano entre os século 1 a.C. e o século 4 d.C.

Também foi encontrado um templo coberto que abrigava até 1.500 pessoas. Além dos edifícios comunitários, também haviam 19 construções com pátios e terras que acredita-se terem sido usadas para um mercado de gado e ovelhas.

Cidade ficava no centro-sul da atual Itália (Imagem: Antigone)

Não foram encontradas evidências de cinzas ou qualquer outro sinal de destruição violenta. Segundo os cientistas, os habitantes teria abandonado a cidade por conta da insegurança anterior à invasão lombarda do Império Romano do final do século 6 d.C.

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