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Por que há animais de sangue quente e frio?

Você já ouviu falar que répteis têm “sangue frio” e mamíferos, “sangue quente”? Essa classificação vai muito além de uma curiosidade biológica – ela influencia diretamente como os animais vivem, se movimentam, caçam e sobrevivem no ambiente.

O controle da temperatura corporal é um dos fatores mais importantes para o funcionamento do organismo, e diferentes estratégias evolutivas surgiram para lidar com isso.

Mas, afinal, o que esses termos significam de verdade? Ser de sangue quente ou frio não tem a ver literalmente com a temperatura do sangue, e sim com como o corpo regula o calor interno. Essa diferença explica por que um lagarto precisa se aquecer ao sol e um cachorro pode correr no frio.

O que significa o sangue ‘frio’ e ‘quente’ nos animais?

Na biologia, os termos “sangue frio” e “sangue quente” são maneiras populares de descrever duas estratégias diferentes de regulação térmica: a ectotermia e a endotermia.

Animais ectotérmicos, como répteis, peixes e anfíbios, dependem do ambiente externo para controlar sua temperatura corporal. Já os endotérmicos, como mamíferos e aves, produzem calor internamente por meio do metabolismo, o que permite que mantenham a temperatura estável mesmo com variações no clima.

Essa diferença afeta profundamente o comportamento e o metabolismo das espécies. Ectotérmicos geralmente possuem um metabolismo mais lento, o que os torna mais econômicos em termos de gasto energético, mas também mais dependentes das condições do ambiente para se manterem ativos. Isso influencia seus hábitos de alimentação, movimentação e caça, que costumam se concentrar em horários mais quentes do dia.

O urso polar, mamífero que vivem em condições extremas de temperatura. (Imagem: Agami Photo Agency / Shutterstock)

Já os endotérmicos têm um metabolismo acelerado, consomem mais energia e precisam se alimentar com mais frequência para manter a temperatura corporal, o que favorece maior resistência e independência das condições externas, permitindo a ocupação de habitats bem diversos.

Um estudo publicado na Nature Ecology & Evolution (2017) aponta que a endotermia foi um dos fatores-chave para a conquista de diferentes habitats, inclusive regiões polares.

Há ainda debates sobre como essas estratégias influenciam a longevidade. Animais com metabolismo mais lento, como os ectotérmicos, em alguns casos parecem envelhecer mais devagar, mas isso não significa que realmente vivam mais.

Fatores como pressão predatória, genética e ambiente têm grande peso na expectativa de vida. A termorregulação, portanto, pode ser uma peça do quebra-cabeça – mas não é, por si só, determinante.

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Quais animais têm sangue quente e frio?

Embora existam milhares de espécies com diferentes estratégias de regulação térmica, alguns exemplos ajudam a ilustrar bem as principais diferenças entre animais de sangue quente e sangue frio:

Animais de sangue quente (endotérmicos):

  • Leão (Panthera leo): mamífero predador que pode caçar durante o dia ou à noite, graças à sua capacidade de manter o corpo aquecido independentemente da temperatura externa.
  • Morcego (Chiroptera): pequeno mamífero voador que regula sua temperatura mesmo em voos noturnos e alimentações constantes.
  • Pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri): aves como os pinguins mantêm a temperatura corporal estável mesmo em ambientes extremamente gelados da Antártida.
Pinguim-imperador. (Imagem: Dennis Stogsdill/Shutterstock)

Animais de sangue frio (ectotérmicos):

  • Cobra (Boidae e Colubridae): precisam se aquecer ao sol antes de sair para caçar; sua atividade é altamente dependente da temperatura externa.
  • Jacaré (Alligator mississippiensis): reduz a atividade durante o frio e fica imóvel por horas, usando a energia de forma extremamente eficiente.
  • Tartaruga-verde (Chelonia mydas): nada longas distâncias, mas alterna períodos de intensa atividade com descanso, aproveitando o calor da água ou do sol.
Imagem mostra um jacaré-norte-americano de boca aberta, ele tem uma das mordidas mais fortes entre os répteis
Jacaré. (Imagem: ventdusud / Shutterstock)

Sangue quente vs sangue frio

Animais de sangue frio realmente têm baixa temperatura no sangue?

Não exatamente. Sangue “frio” e “quente” são expressões populares que se referem à forma como o animal regula sua temperatura, e não à temperatura real do sangue. Um animal de ectotérmico pode atingir altas temperaturas se estiver em um ambiente quente, enquanto um endotérmico pode ter sua temperatura corporal reduzida em situações como hibernação. Esses termos surgiram porque os ectotérmicos costumam ter o corpo frio ao toque, o que levou à ideia de que seu sangue também seria frio – já os endotérmicos mantêm o corpo aquecido o tempo todo, reforçando a ideia de “sangue quente”.

Um animal de sangue quente pode se alimentar de um de sangue frio?

Sim, isso acontece com frequência – aves, mamíferos e até répteis carnívoros comem animais ectotérmicos. O contrário também pode ocorrer: jacarés e cobras, por exemplo, podem se alimentar de aves ou pequenos mamíferos.

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Conheça os diferentes tipos de hemorragia e seus riscos

A hemorragia é uma emergência médica séria que ocorre quando há sangramento excessivo dentro ou fora do corpo. Suas causas podem variar desde pequenos cortes até traumas graves, afetando diferentes regiões e exigindo atenção imediata para evitar complicações.

Mas você sabia que existem diferentes tipos de hemorragia e que cada um exige um cuidado específico?Nesta matéria, explicamos o que é a hemorragia, quando ela ocorre, quais são seus tipos e como agir corretamente para minimizar riscos. Confira!

O que é uma hemorragia e quando ela acontece?

A hemorragia é a perda súbita de sangue do sistema circulatório por conta da ruptura de um ou mais vasos sanguíneos. Ela pode aparecer como consequência de um ferimento, pancada ou até mesmo de alguma doença ou acidente.

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A gravidade dela é medida pela quantidade e rapidez que o sangue é perdido. O organismo age com respostas fisiológicas quando uma hemorragia acontece, porém, se a perda for acima dessa resposta compensatória, a pessoa pode ter um choque hipovolêmico, um problema muito grave.

O choque hipovolêmico é uma emergência médica que acontece quando o corpo perde uma grande quantidade de líquidos e sangue. Com isso, o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo, podendo levar à falência de órgãos e à morte.

Contudo, a situação pode ser revertida caso o indivíduo receba assistência médica de forma imediata, com a reposição de volume de sangue correspondente à perda.

A hemorragia é a perda súbita de sangue do sistema circulatório, por conta da ruptura de um ou mais vasos sanguíneos. (Imagem: Freepik)

Quais são os tipos de hemorragia?

A hemorragia pode ser dividida em duas classificações:

Externa

Quando ela está na superfície e pode ser visível. Pode ser mais ou menos intensa de acordo com o tipo de vaso afetado e a localização, isto é, em uma área com poucos ou muitos vasos sanguíneos. Geralmente é causada por traumas, acidentes, fraturas externas ou feridas abertas, por exemplo.

Os sintomas principais de hemorragia externa são:

  • Sangramento visível na parte externa do corpo;
  • Pouco ou muito sangue;
  • Palidez ou suor excessivo;
  • Fraqueza ou agitação.

Também pode acontecer confusão mental, batimentos cardíacos acelerados ou alteração do nível de consciência. Os sintomas ainda variam de acordo com a quantidade de sangue perdida.

Interna

É mais difícil de ser identificada, podendo acontecer sem lesão na pele. Ela não pode ser visível, já que acontece em alguma cavidade do organismo, como o abdômen ou tórax, por exemplo. É a mais comum de acontecer depois de acidentes.

Os sintomas principais de hemorragia interna são:

  • Palidez intensa e cansaço;
  • Pele fria e suor intenso;
  • Pulso rápido e fraco;
  • Respiração acelerada;
  • Muita sede;
  • Tontura, confusão mental ou desmaios;
  • Muita dor do abdômen, que fica endurecido.

Em alguns casos, dependendo da lesão, é possível que também seja verificada a saída de sangue pela boca, nariz, urina ou fezes. Os sintomas desse tipo de hemorragia podem demorar mais para aparecer, e geralmente surgem conforme o sangue vai se acumulando no corpo.

A hemorragia interna pode causar o choque hipovolêmico rapidamente, caso o sangramento não seja identificado e estancado pelo médico. Isso coloca a vida do paciente em risco.

ilustração mostrando veias e artérias das pernas
A hemorragia pode ser arterial, venosa ou capilar. (Imagem: Freepik)

Quanto aos tipos, a hemorragia pode ser:

Arterial

O sangue jorra de uma artéria, e o sangramento é vermelho vivo, em forma de jatos, pulsando em sincronia com as batidas do coração. Nesse caso, a perda de sangue é rápida e abundante.

Venosa

O sangue sai de uma veia, e o sangramento é uniforme e de cor escura.

Capilar

O sangue escoa de uma rede de capilares. Sua cor é vermelha, e geralmente menos viva do que o sangue arterial, com fluxo lento.

Independente do tipo da hemorragia, caso a pessoa apresente sinais de palidez, pulso fraco, confusão mental ou desmaio, é preciso levá-la de forma imediata ao pronto-socorro ou ligar para o SAMU no 192 ou corpo de bombeiros no 193. Com isso, o sangramento será estancado, evitando complicações.

Estancar a hemorragia é importante para evitar complicações. (Imagem: Freepik)

Tratamento para hemorragia

Embora existam algumas medidas que possam ajudar a interromper o sangramento, o ideal é buscar atendimento médico, especialmente se você não tiver experiência em primeiros-socorros. Aplicar pressão direta sobre o ferimento pode ser eficaz em muitos casos, mas o uso inadequado de torniquetes ou técnicas erradas pode agravar a situação.

Uma manobra mal-executada, como apertar excessivamente um torniquete ou deixá-lo por muito tempo, pode cortar completamente a circulação do membro afetado, aumentando o risco de necrose e, em casos extremos, levando à necessidade de amputação. Por isso, em situações de sangramento grave, é fundamental agir com cautela e chamar socorro o mais rápido possível.

Informações: site do Hospital Albert Einstein.

Quem pode ter uma hemorragia?

Qualquer pessoa pode ter uma hemorragia. Ela pode ser causada por diversos fatores, como traumas, doenças, medicamentos, hábitos de vida e complicações em procedimentos médicos.imagem ilustrativa de sangue sobre um fundo branco

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É possível suar sangue? A medicina explica esse caso raro

A ideia de suar sangue parece saída de um filme de terror, mas essa condição rara existe e tem um nome: hematidrose. Pouco compreendida até mesmo na medicina, a hematidrose é um fenômeno que assusta tanto os pacientes quanto os médicos, já que faz com que sangue real seja expelido através da pele, geralmente em momentos de grande estresse.

Embora seja extremamente incomum, há relatos médicos documentados de pessoas que experimentaram episódios de sangramento espontâneo pela pele sem cortes ou ferimentos. Mas o que causa isso? Existe um tratamento eficaz? A seguir, a ciência explica o que se sabe sobre essa condição.

Hematidrose: o que é e como ocorre a condição de saúde

A hematidrose não é exatamente uma doença, mas sim uma condição médica rara e pouco compreendida. Acredita-se que seja causada por uma combinação de fatores físicos e psicológicos, geralmente associada a períodos extremos de estresse, medo intenso ou ansiedade profunda.

O mecanismo exato da hematidrose ainda não foi totalmente esclarecido, mas a teoria mais aceita é que, sob estresse extremo, os pequenos vasos sanguíneos que cercam as glândulas sudoríparas se rompem, misturando sangue ao suor. Esse sangue, então, é expelido pelos poros, criando a aparência assustadora de alguém “suar sangue”.

Os locais mais comuns para o sangramento são o rosto, especialmente a testa e ao redor dos olhos, além do couro cabeludo, pescoço e até as palmas das mãos. A quantidade de sangue expelida costuma ser pequena, geralmente algumas gotas, e o episódio pode durar de minutos a algumas horas.

A hematidrose pode trazer consequências fisiológicas e sociais para quem sofre com a condição. Do ponto de vista físico, o sangramento pode ser acompanhado de tontura, fraqueza e queda da pressão arterial, especialmente se o episódio for prolongado. Algumas pessoas também relatam dor de cabeça ou leve ardor na pele durante o sangramento.

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Já no aspecto social, o impacto pode ser significativo, pois a aparência de suor misturado a sangue pode assustar quem não conhece a condição. Isso pode gerar discriminação, isolamento e dificuldades emocionais para o paciente, que já lida com os efeitos do estresse e da ansiedade.

A hematidrose não é contagiosa nem hereditária. Não há evidências de que seja transmitida de pessoa para pessoa ou de que tenha um fator genético determinante. No entanto, como o estresse pode ser um dos gatilhos, indivíduos que vivem sob pressão intensa podem estar mais propensos a apresentar episódios esporádicos.

Quanto à prevenção, ainda não há uma fórmula específica. Algumas abordagens incluem técnicas para reduzir o estresse, como meditação, terapia psicológica e mudanças no estilo de vida. Alimentação equilibrada e hábitos saudáveis também podem contribuir para a saúde vascular, mas não há evidências científicas de que possam evitar crises de hematidrose.

Hematidrose tem cura?

Médico em conceito futurista usando inteligência artificial
Imagem: Elnur/Shutterstock

O diagnóstico da hematidrose pode ser um desafio, já que a condição é extremamente rara e muitas vezes confundida com outros problemas dermatológicos. O profissional mais indicado para avaliar a situação é um dermatologista ou um hematologista, que pode solicitar exames para descartar outras causas de sangramento pela pele.

Os exames incluem análise laboratorial do sangue e biópsias de pele para verificar se há algum distúrbio hemorrágico ou inflamatório que possa estar causando os episódios. Dependendo do caso, testes psicológicos também podem ser recomendados para avaliar o nível de estresse e ansiedade do paciente.

O tempo para o diagnóstico pode variar, já que muitas vezes é necessário descartar outras condições antes de confirmar a hematidrose. O processo pode levar semanas ou até meses, dependendo da complexidade do caso.

O tratamento também não é padronizado, pois cada paciente responde de forma diferente. Alguns médicos prescrevem betabloqueadores, que ajudam a reduzir a pressão nos vasos sanguíneos, enquanto outros recomendam ansiolíticos ou antidepressivos para controlar o estresse. Técnicas de relaxamento, como ioga e terapia comportamental, também podem ajudar a reduzir a frequência das crises.

Não há uma cura definitiva para a hematidrose, mas os tratamentos podem reduzir significativamente os episódios. Em alguns casos, os pacientes deixam de apresentar os sintomas ao longo do tempo, especialmente se conseguem controlar os fatores desencadeantes.

Com informações de WebMD.

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“Chuva de sangue” atinge Ilha Arco-íris e gera imagens impressionantes

Na última semana, a Ilha de Ormuz, no Irã, se transformou em um cenário digno de filme de terror. As águas do mar e a areia da praia ficaram completamente vermelhas, enquanto cascatas jorravam das montanhas, levando terra com alto teor de óxido de ferro para o oceano

Esse evento é conhecido como “chuva de sangue”, que acontece quando chuvas fortes atingem solos ricos em minerais como o óxido de ferro. O resultado é a mistura desses minerais com a água das chuvas, tingindo rios e córregos de vermelho. 

Embora o nome pareça sombrio, a explicação para o fenômeno é bem simples e curiosa: a terra vermelha da ilha é cheia de compostos metálicos, que deixam as águas com essa cor intensa.

“Chuva de sangue” em ilha no Irã atrai turistas e curiosos. Crédito: Reprodução/Redes Sociais

A terra vermelha da Ilha de Ormuz não é apenas uma curiosidade visual, mas também possui grande valor econômico. Usada em diversas indústrias, como produção de corantes, cosméticos, vidro e cerâmica, a terra é extraída e exportada para diferentes partes do mundo. O Conselho de Turismo do Irã destaca que a terra não só chama atenção pela cor, mas também pela sua utilidade no mercado global.

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Por que o nome Ilha Arco-íris?

Além disso, ao caminhar pela praia, os visitantes podem observar áreas onde a areia brilha, devido à presença de compostos metálicos na terra. A Ilha de Ormuz é conhecida também como “Ilha Arco-íris” por causa dos 70 minerais encontrados no solo. Esses minerais, ao interagir com a água e outras camadas rochosas, criam uma paleta de cores vívidas, como vermelho, amarelo e laranja.

Esse fenômeno natural tornou a Ilha de Ormuz um destino turístico popular. A visão das ondas vermelhas quebrando contra a costa, com as montanhas coloridas ao fundo, é hipnotizante. Turistas de diversas partes do mundo se aglomeram na ilha para ver o raro evento, que ocorre especialmente durante chuvas fortes.

Apesar de ser uma cena aparentemente assustadora, a “chuva de sangue” é inofensiva – e fascinante. A ilha Arco-íris oferece uma experiência única, onde beleza e ciência se encontram, revelando um espetáculo natural que é ao mesmo tempo inquietante e deslumbrante.

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Doar sangue faz bem para a nossa saúde, diz pesquisa britânica

Doar sangue é um dos atos mais nobres que existem. Você dá uma parte do seu corpo para ajudar outras pessoas. E isso só é possível por que nosso organismo tem a incrível capacidade de se “regenerar”.

De acordo com o site do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos maiores centros médicos da América Latina, a recuperação do volume coletado ocorre aproximadamente 24 horas após a doação. Já a recuperação das hemácias (que contém a hemoglobina) é mais lenta e pode levar de 6 a 8 semanas.

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Quem já doou sangue conhece a sensação positiva e psicológica de ter feito o bem, de ter ajudado alguém que precisa. Agora, essa não é a única recompensa que o nosso corpo recebe. Pelo menos é isso o que indica uma pesquisa britânica que acaba de ser divulgada.

Cientistas do Francis Crick Institute, em Londres, descobriram que doar sangue com frequência pode deixar as suas células sanguíneas mais saudáveis.

Autoridades brasileiras defendem a doação de sangue e explicam que nossos estoques são baixos – Imagem: LuAnn Hunt/Unsplash

Como isso é possível?

  • A resposta está em um gene chamado DNMT3A.
  • Os pesquisadores analisaram dados genéticos extraídos de células sanguíneas doadas por 429 homens de 60 a 72 anos na Alemanha.
  • Desse total, 217 doaram sangue mais de 100 vezes na vida e os outros 212 doaram menos de 10 vezes – ou nenhuma.
  • O estudo concluiu que esse gene DNMT3A sofre mutações benéficas apenas entre os maiores doadores.
  • Em testes de laboratório, eles identificaram que as células com as mutações do doador frequente cresceram 50 por cento mais rápido do que aquelas sem as mutações.
  • Em uma outra experiência, a equipe as misturou essas células com outros que aumentam o risco de leucemia.
  • O resultado é que as “mutantes” cresceram substancialmente mais que as outras.
  • Segundo os autores do artigo, isso sugere que as mutações DNMT3A são benéficas e podem suprimir até mesmo o crescimento de células cancerígenas.
  • Você pode ler o estudo na íntegra na revista científica Blood.
A chave está em um gene chamado DNMT3A – Imagem: angellodeco/Shutterstock

Próximos passos

Os próprios cientistas afirmaram que são necessários agora novos estudos, mais amplos, para confirmar essa hipótese. Explicaram que experimentos de laboratório fornecem uma imagem altamente simplificada do que acontece no nosso corpo.

Além disso, sugerem que são necessários novos testes com diferentes etnias, entre mulheres e outras faixas etárias. Só assim eles terão uma visão mais universal dessa propriedade mutagênica.

Até lá, porém, podemos dizer que estamos diante de uma grande descoberta científica. E que tem potencial de incentivar o importante ato de doar sangue regularmente.

As informações são do New Scientist.

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Cardio em dia: experimento inusitado coloca morcegos para correr em esteira

O morcego-vampiro (Desmodus rotundus), um dos mamíferos mais intrigantes do planeta, foi o foco de um estudo inovador que analisou seu metabolismo em condições controladas. Para isso, pesquisadores da Universidade de Toronto, no Canadá, conduziram um experimento curioso: colocaram os morcegos para correr em uma esteira.

Embora inusitada, a abordagem permitiu que os cientistas investigassem a resistência física e o consumo de energia desses animais. O estudo revelou detalhes fascinantes sobre o funcionamento metabólico dos morcegos-vampiros, ampliando a compreensão sobre suas capacidades adaptativas.

Essa pesquisa, publicada na revista Biology Letters, trouxe à tona uma descoberta surpreendente. Ao contrário de outros mamíferos, que utilizam principalmente carboidratos e gorduras como fonte de energia para atividades físicas, os morcegos-vampiros são capazes de metabolizar aminoácidos (componentes das proteínas) de forma muito eficiente.

Veja um vídeo de um morcego-vampiro caminhando na esteira (gravado por Kenneth Welch, um dos pesquisadores):

Como funciona o metabolismo do morcego-vampiro

Essa capacidade metabólica única permite que os morcegos-vampiros, que se alimentam exclusivamente de sangue, obtenham a energia necessária para atividades como voar e correr, mesmo com uma dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos.

O estudo

  • Os cientistas alimentaram os morcegos com sangue de vaca contendo glicina e leucina, dois aminoácidos. 
  • Os morcegos-vampiros foram colocados para correr em esteiras a velocidades de 10, 20 e 30 metros por minuto. 
  • Os cientistas monitoraram a respiração dos morcegos, registrando a taxa de oxigênio ingerido e a de dióxido de carbono expelido. 

Os resultados

  • Os morcegos-vampiros conseguiram correr por até 90 minutos. 
  • Os morcegos metabolizaram aminoácidos, que corresponderam a até 60% da energia que usaram para correr. 
  • Os morcegos-vampiros têm uma habilidade única de metabolizar rapidamente os aminoácidos do sangue que consomem. 
Morcegos com a cabeça pendurada em uma estalactite em uma caverna
Morcegos-vampiros são animais sociais e vivem em colônias (Imagem: Amrisa M / Shutterstock)

Os resultados do estudo mostraram que os morcegos-vampiros podem correr por longos períodos e com grande intensidade, utilizando a energia obtida da metabolização dos aminoácidos presentes no sangue que consomem. Essa descoberta desafiou as noções anteriores sobre o metabolismo dos mamíferos e revelou uma adaptação evolutiva incrível desses animais.

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O estudo dos morcegos-vampiros ajuda a entender como os animais se adaptam a dietas extremas e como o metabolismo pode evoluir para atender às necessidades específicas de cada espécie.

A compreensão do metabolismo dos morcegos-vampiros pode ter implicações para o desenvolvimento de novas terapias para doenças relacionadas ao metabolismo, como diabetes e obesidade, por exemplo.

De onde vem a energia?

A pesquisa realizada com morcegos-vampiros em esteiras revelou uma incrível capacidade adaptativa desses animais, desafiando as noções convencionais sobre o metabolismo de mamíferos. Mas a pergunta que fica é: de onde eles tiram energia para caminhar e por que gostam tanto dessa atividade?

A principal fonte de energia dos morcegos-vampiros é o sangue que eles consomem. Os morcegos-vampiros se alimentam do sangue de aves e mamíferos, incluindo o gado. Eles também praticam um comportamento chamado trofalaxia, no qual um indivíduo regurgita sangue para alimentar outro membro da colônia que não conseguiu se alimentar.

Em casos raros, morcegos-vampiros podem se alimentar de sangue de humanos, especialmente em regiões onde há contato próximo com animais de criação.

Imagem mostra de perto um morcego-vampiro comum
A pesquisa com morcegos-vampiros em esteiras demonstrou a importância de estudos inovadores para expandir nosso conhecimento sobre a natureza (Imagem: Wirestock Creators / Shutterstock)

A pesquisa mostrou que esses animais possuem uma habilidade única de metabolizar rapidamente os aminoácidos presentes no sangue, transformando-os em energia utilizável para atividades físicas. Essa adaptação evolutiva permite que eles tenham um desempenho físico surpreendente, mesmo com uma dieta rica em proteínas e pobre em carboidratos.

A capacidade de caminhar é eficaz para a sobrevivência dos morcegos-vampiros. Essa habilidade os ajuda a:

  • Buscar alimento: os morcegos-vampiros precisam se locomover no solo para encontrar suas presas, que geralmente são mamíferos que dormem.
  • Evitar predadores: a capacidade de correr rápido ajuda os morcegos-vampiros a escapar de predadores.
  • Explorar o ambiente: caminhar permite que os morcegos-vampiros explorem diferentes áreas em busca de novas fontes de alimento e locais seguros para descansar.

Por que os morcegos-vampiros foram colocados em esteiras?

As esteiras permitem medir a velocidade, a resistência e a quantidade de energia gasta pelos morcegos durante a locomoção. Ao controlar a velocidade e a inclinação da esteira, os pesquisadores podem estudar como o metabolismo dos morcegos se adapta a diferentes níveis de atividade física.

Ao variar a composição da dieta dos morcegos, os pesquisadores podem analisar como diferentes nutrientes afetam o desempenho físico dos animais.

As esteiras utilizadas para esses estudos são especialmente adaptadas para animais pequenos e delicados, e os morcegos são monitorados de perto durante todo o experimento, como é possível observar neste outro vídeo:

É importante ressaltar que os estudos com morcegos-vampiros em esteiras são realizados com o máximo cuidado para garantir o bem-estar dos animais. Os pesquisadores seguem rigorosos protocolos éticos e trabalham em estreita colaboração com veterinários para garantir que os animais não sofram nenhum tipo de estresse ou dor.

Os estudos com morcegos-vampiros em esteiras contribuíram para uma melhor compreensão do metabolismo e da fisiologia desses mamíferos. Essa pesquisa não apenas expande nosso conhecimento sobre a biodiversidade, mas também pode ter implicações importantes para a pesquisa médica e biotecnológica.

Todos os morcegos sugam sangue?

Não, nem todos os morcegos se alimentam de sangue. Essa é uma ideia bastante comum, reforçada por filmes e histórias de terror, mas é um grande mito.
A grande maioria dos morcegos é frugívora, ou seja, se alimenta de frutas. Existem também espécies que comem insetos, néctar e até mesmo peixes.
Os morcegos hematófagos, que se alimentam de sangue, são uma minoria. Existem apenas três espécies de morcegos-vampiros, todas encontradas nas Américas. Abaixo, foto de um morcego-fruteiro, da família Pteropodidae, composta por morcegos que se alimentam de frutas e néctar. Morcego-da-fruta-de-focinho-curto - Cynopterus brachyotis, espécie de megamorcego da família Pteropodidae, pequeno morcego noturno que vive no sul e sudeste da Ásia e na Indonésia (Bornéu)

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