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Os sapos realmente andam sobre a água? Entenda esse mistério

Os sapos são conhecidos por sua habilidade de saltar grandes distâncias em terra firme, mas algumas espécies também demonstram um comportamento curioso na água.

A ideia de que um sapo anda na água pode parecer coisa de desenho animado. Mas, com a ajuda de tecnologia de alta velocidade, pesquisadores analisaram a maneira como alguns sapos interagem com a superfície aquática e os resultados são surpreendentes.

O estudo, publicado no Journal of Experimental Biology, examinou o comportamento do sapo-grilo do norte (Acris crepitans), comum na América do Norte. Para entender melhor o fenômeno, os cientistas filmaram os saltos do animal tanto na terra quanto na água, em alta velocidade.

O que se viu foi que, ao pousar na superfície líquida, o corpo do sapo afunda parcialmente, mas ele rapidamente se impulsiona de volta para cima, criando um efeito de “quicar” sobre a água.

Os sapos realmente andam sobre a água?

Embora pareça que o sapo anda na água, o que ele faz é um movimento cíclico que lembra o chamado “efeito golfinho”. Esse fenômeno também é observado em cetáceos como os golfinhos, que saltam fora da água enquanto nadam rapidamente. O segredo está na maneira como os sapos usam suas pernas para criar impulso, aproveitando a resistência da água e a força da gravidade.

Estudo analisou como o sapo-grilo do norte consegue se locomover sobre a água
(Reprodução/Weiss et al., Journal of Experimental Biology, 2024)

A estratégia dos sapos consiste em bater a barriga na água e estender as pernas para trás, gerando um impulso que os lança novamente para cima. Antes de pousar novamente, eles repetem o movimento, garantindo uma sequência de “saltos” rápidos.

Assim, cria-se a ilusão de que um sapo anda na água, quando, na verdade, ele está se utilizando de uma técnica que lembra a de uma pedra quicando em um lago.

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Essa habilidade não exige uma adaptação anatômica específica. Os cientistas concluíram que, apesar de serem exímios saltadores em terra, nem todas as espécies de sapo desenvolvem essa técnica na água. O motivo para essa diferença entre as espécies ainda é incerto, mas fatores como tamanho corporal, habitat e pressões evolutivas podem, possivelmente, influenciar essa capacidade.

O fenômeno de um sapo andar sobre a água pode ser comparado a outras situações em que o corpo ganha impulso sem um contato sólido. Atletas de polo aquático e nadadoras de nado sincronizado utilizam um princípio semelhante para se projetar acima da superfície.

Então, ao empurrar a água para baixo com força suficiente, criam um impulso que permite elevação momentânea, antes de voltarem a submergir parcialmente.

Embora a ideia de um sapo andar sobre a água seja um mito, o fenômeno real por trás dessa impressão revela a incrível complexidade da locomoção animal. Cada salto e cada movimento desses anfíbios mostram como a natureza encontra soluções eficientes para desafios aparentemente simples.

No caso dos sapos, essa habilidade exemplifica perfeitamente como a física e a biologia se unem para criar comportamentos únicos e surpreendentes.

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Veneno de sapo pode tratar ansiedade e depressão, diz estudo

Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, fizeram uma descoberta que pode abrir novos caminhos no desenvolvimento de tratamentos contra a depressão e a ansiedade. E isso graças a um veneno produzido por um sapo.

Estamos falando do Bufo alvarius, também conhecido como sapo do deserto de Sonora ou sapo do rio Colorado. Este animal é capaz de produzir a substância alucinógena 5-MeO-DMT (5-metoxi-N, N-dimetiltriptamina ou O-metil-bufotenina).

Efeitos positivos foram associados a experimentação de efeitos psicodélicos

Durante o trabalho, publicado na revista The American Journal of Drug and Alcohol Abuse, um grupo de 362 adultos recebeu a substância. Aproximadamente 80% deles relataram melhorias na ansiedade e na depressão.

Segundo os cientistas, estes efeitos foram associados a experimentação de efeitos psicodélicos mais intensos durante a experiência com 5-MeO-DMT. Além disso, foram relacionadas a uma maior certeza de que a experiência favorecia o bem-estar a longo prazo e a satisfação com a vida.

Substância está presente no veneno do sapo Bufo alvarius (Imagem: Mikhail Blajenov/Shutterstock)

Em outras palavras, o estudo demonstrou que os psicodélicos administrados junto com a psicoterapia ajudam pessoas com depressão e ansiedade. Apesar dos resultados promissores, a equipe afirma que ainda é necessário realizar novos estudos para entender quais os efeitos de longo prazo da substância.

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Efeitos estão ligados a uma substância que pode combater a depressão (Imagem: fizkes/Shutterstock)

Efeitos semelhantes já haviam sido descritos anteriormente

  • Esta não é a primeira vez que pesquisadores descrevem os efeitos terapêuticos e as possíveis aplicações medicinais dessa substância.
  • Um estudo publicado na revista Nature já havia apontado que o 5-MeO-DMT poderia contribuir substancialmente para os efeitos antidepressivos sustentados dos psicodélicos.
  • Neste trabalho, os cientistas defenderam que a substância pode ajudar a ativar a serotonina.
  • Este é um neurotransmissor relacionado às emoções e ao humor, cuja baixa concentração no nosso organismo pode causar depressão.

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Espécie rara de sapo é avistada pela primeira vez em mais de 100 anos

Descrita pela primeira vez em 1902, a espécie de sapo Alsodes vittatus intrigava os cientistas há décadas. Isso porque os animais nunca mais haviam sido avistados, apesar de diversas expedições de busca aos anfíbios.

Tudo mudou quando uma equipe de pesquisadores redescobriu a espécie após quase 130 anos sem qualquer notícia sobre estes sapos. Duas populações destas criaturas foram localizadas na região de La Araucanía, no Chile.

Diversas expedições buscaram os sapos sem sucesso

  • O entomologista francês Philibert Germain descobriu o sapo pela primeira em 1893 na antiga Hacienda San Ignacio de Pemehue, no Chile.
  • Ele levou três espécimes para que Rodulfo Amando Philippi, um naturalista alemão, descrevesse a espécie cientificamente em 1902.
  • Desde então, no entanto, o animal nunca mais havia sido avistado.
  • Entre 1995 e 2002, vários pesquisadores tentaram, sem sucesso, encontrar os animais na área de Pomehue, no extremo noroeste da antiga propriedade onde haviam sido identificados pela primeira vez.
  • Mas foi apenas recentemente que novas expedições lideradas por Claudio Correa e Juan Pablo Donoso conseguiram localizar duas populações de Alsodes vittatus na mesma área.
  • O estudo confirmando o avistamento da espécie foi publicado na revista ZooKeys.

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Sapos de espécie rara foram localizados após décadas de buscas (Imagem: ZooKeys)

Redescoberta pode ajudar a preservar espécie

Para localizar a espécie, os pesquisadores recriaram a rota que Germain poderia ter seguido dentro da propriedade, estudando suas publicações e outros documentos históricos. Em 2023 e 2024, Claudio Correa e Edvin Riveros seguiram este caminho, entrando na antiga propriedade pelo extremo sudeste.

No local, eles encontraram duas populações do sapo nas bacias dos rios Lolco e Portales, na região de La Araucanía. Após análises, foi confirmado que tratava-se da espécie buscada há tanto tempo por vários colegas.

Segundo os cientistas, a redescoberta é um marco importante para garantir conservação da biodiversidade na América do Sul. Isso porque a maioria das outras espécies do gênero Alsodes está ameaçada de extinção.

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