Você já leu por aqui: a Amazon entrou no ramo da conectividade global, ao lançar os primeiros 27 satélites do Projeto Kuiper, parte do ambicioso plano de construir uma constelação com mais de 3.200 satélites para fornecer internet de alta velocidade no planeta todo.
O lançamento, feito pela United Launch Alliance (ULA), marca o primeiro envio operacional da empresa, que já havia testado protótipos em 2022.
Apesar do avanço, os maiores obstáculos da iniciativa estão em terra firme: a Amazon precisa acelerar drasticamente sua produção, conforme relata o Wall Street Journal.
Fabricação de satélites aquém da demanda
A meta é alcançar até cinco satélites por dia em sua fábrica próxima a Seattle, mas atualmente está fabricando cerca de um por dia.
Para manter sua licença junto à Comissão Federal de Comunicações (FCC), a empresa deve ter 1.600 satélites em órbita até julho de 2026.
O Projeto Kuiper, que já recebeu mais de US$ 10 bilhões em investimentos, entra em um mercado competitivo, com rivais como a Starlink da SpaceX — que já tem mais de 7.000 satélites ativos — e projetos semelhantes na China, Europa e Canadá.
Amazon aposta alto em rede global, mas enfrenta alguns entraves – Imagem: Tada Images / Shutterstock
Embora a Amazon preveja iniciar o serviço aos clientes ainda em 2025, analistas duvidam que o prazo com a FCC será cumprido. Caso contrário, a empresa pode ter sua autorização reduzida, comprometendo a capacidade do sistema.
Enquanto isso, empresas parceiras como ULA, Arianespace e Blue Origin correm para aumentar a frequência de lançamentos e viabilizar a missão da Amazon de se tornar uma potência em conectividade via satélite.
A Amazon enviou os seus primeiros satélites para o espaço (Imagem: Divulgação/United Launch Alliance)
Nesta terça-feira (29), às 10h37 (pelo horário de Brasília), a empresa Firefly Aerospace, dos EUA, realizou o sexto lançamento do foguete Alpha, a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, em meio a uma densa neblina. No entanto, o voo não saiu como planejado: após a separação dos estágios, o segundo módulo apresentou um comportamento anormal.
Pouco depois da separação, o segundo estágio pareceu cair ou desviar da rota, mas tentou se corrigir. A Firefly confirmou que houve um impacto no bico do motor do módulo durante a separação. Esse dano comprometeu a trajetória do foguete, que acabou entrando em uma órbita mais baixa do que a prevista inicialmente.
Our Alpha #FLTA006 launch this weekend is being delayed due to a Range constraint at Vandenberg. The rocket and payload remain healthy and ready for launch. We’re now working with the Range team to determine the next window. Stay tuned for more updates.
O lançamento fazia parte da missão “Message in a Booster”, que tinha como objetivo levar ao espaço um satélite experimental chamado LM 400. O satélite foi desenvolvido pela Lockheed Martin e deveria ser colocado na órbita baixa da Terra (LEO, na sigla em inglês). A missão busca testar um novo modelo de satélite que pode ser usado em diferentes aplicações.
De acordo com um comunicado da Firefly, está sendo conduzida uma investigação para entender exatamente o que causou a falha. A empresa está trabalhando em conjunto com a Lockheed Martin, a Força Espacial dos EUA e a Administração Federal de Aviação (FAA). O objetivo é garantir que futuros lançamentos não enfrentem o mesmo problema.
O segundo estágio do foguete Alpha, da Firefly Aerospace, parece cair ligeiramente durante o lançamento da missão “Message in a Booster”, em 29 de abril de 2025. Crédito: Firefly Aerospace/NSF via YouTube
O lançamento desta terça-feira era o primeiro de até 25 previstos dentro de um contrato assinado entre a Firefly e a Lockheed Martin. Ao longo de cinco anos, a Firefly deve realizar diversas missões para levar cargas úteis ao espaço, como satélites de comunicação, observação e uso militar ou civil.
O satélite LM 400, usado nesta missão, é uma plataforma versátil desenvolvida para mostrar a capacidade da Lockheed Martin de oferecer um “barramento” – estrutura básica – que pode ser adaptado para diferentes missões. Ele pode abrigar sensores de radar, câmeras, antenas de comunicação e outros equipamentos, operando em variadas órbitas ao redor da Terra.
O foguete Alpha, usado nesse lançamento, tem dois estágios e mede quase 30 metros de altura. Ele é capaz de transportar até 1.030 kg de carga útil para a órbita baixa. Apesar de ser um modelo relativamente novo, o Alpha já passou por falhas anteriores. Em dezembro de 2023, por exemplo, uma carga foi entregue na órbita errada.
Mesmo assim, a Firefly tem conseguido avançar no setor espacial. Em março deste ano, a empresa conseguiu pousar com sucesso o módulo lunar Blue Ghost na superfície da Lua.
Nesta terça-feira (29), a Agência Espacial Europeia (ESA) lançou um satélite para monitorar as florestas tropicais do planeta. Batizado de Biomass, o equipamento foi levado ao espaço pelo foguete Vega-C, que decolou às 6h15 (horário de Brasília) do Espaçoporto Europeu de Kourou, na Guiana Francesa.
Esse lançamento marca a quarta missão do Vega-C e a segunda desde a falha registrada em 2022. Na ocasião, uma anomalia no segundo estágio comprometeu a missão. Em dezembro de 2023, no entanto, o foguete voltou a operar com sucesso, colocando em órbita outro satélite europeu – e abriu caminho para o envio do Biomass.
Quarto lançamento do foguete Vega-C: envio do satélite Biomass, de monitoramento de florestas, para a órbita da Terra. Crédito: ESA
Como o satélite Biomass vai monitorar florestas ao redor do mundo
O novo satélite será posicionado em uma órbita a 666 km da superfície da Terra. O processo de inserção nessa órbita leva cerca de 57 minutos. Depois disso, o Biomass passará por uma fase de testes e ajustes antes de iniciar sua missão principal, que deve durar no mínimo cinco anos.
Durante esse período, o satélite usará um radar especial chamado SAR (sigla em inglês para Radar de Abertura Sintética) para estudar florestas em diversas regiões do mundo. O instrumento é capaz de atravessar as copas das árvores e coletar dados sobre a altura, a estrutura e a densidade da vegetação.
Essas informações permitem medir a quantidade de carbono armazenado nas florestas, um dado fundamental para o combate às mudanças climáticas. O Biomass também ajudará a monitorar a perda de áreas verdes e os impactos disso na biodiversidade.
Segundo um comunicado da ESA, a missão faz parte do programa Earth Explorers, voltado ao estudo das transformações ambientais no planeta. Os dados gerados deverão apoiar políticas de conservação e uso sustentável das florestas. O satélite foi desenvolvido por mais de 50 empresas lideradas pela Airbus UK.
A Starlink vai começar a oferecer serviços gratuitos de internet via satélite no Brasil a partir de julho deste ano. O benefício, no entanto, vale para determinados modelos de smartphones, que poderão ser conectados mesmo em regiões isoladas.
Inicialmente, a empresa de Elon Musk vai permitir envio e recebimento de mensagens de texto, compartilhamento de localização e acesso a canais de emergência. Futuramente, é esperada a inclusão de chamadas de voz e navegação na internet.
Conexão depende da instalação de um kit Starlink Mini (Imagem: bella1105/Shutterstock)
O serviço gratuito poderá ser usado apenas se o usuário estiver em área sem cobertura de empresas de telefonia convencionais. Os dispositivos compatíveis são:
Apple: iPhone 14, iPhone 15, iPhone 16;
Google: Pixel 9;
Motorola: Razr (2024), Razr Plus (2024), Moto Edge, Moto G Power 5G (2024);
Samsung: Galaxy A14 até A54, Galaxy S21 até S25, Galaxy Z Flip 3 até Z Flip 6.
Os dispositivos devem estar atualizados com as versões mais recentes de seus sistemas operacionais para que a tecnologia funcione. Segundo a Starlink, novos modelos poderão ser incorporados à lista após atualizações de hardware.
Planos pagos
Para quem tiver interesse em contratar o serviço, a empresa oferece planos para atender diversas situações (valores informados em abril de 2025).
Residencial: com dados ilimitados e localização fixa, plano é indicado para assistir filmes, acessar jogos, realizar chamadas, entre outros. Valor: R$ 236/mês;
Viagem: cobertura em todo o país, acesso em movimento, indicado para viagens internacionais, motorhomes, pessoas que levam um estilo de vida nômade ou que trabalham de qualquer lugar. Valor: R$ 315/mês (50GB) ou R$ 576/mês (ilimitado);
Comercial: há também serviços para empresas, mas ainda sem disponibilidade no Brasil.
A conexão depende da instalação de um kit Starlink Mini, que está disponível por R$ 1,79 mil. O pacote inclui roteador Wi-Fi embutido, consumo de energia reduzido, entrada de energia CC e velocidades de download acima de 100 Mbps.
“A Starlink Mini é um kit compacto e portátil que cabe facilmente em uma mochila e que foi projetado para fornecer internet de alta velocidade e baixa latência em qualquer lugar”, diz a empresa.
Insira seu endereço no campo: “Endereço de uso do Serviço”;
Clique em “Pedir agora”;
Escolha o plano desejado;
Insira dados pessoais: seu nome, sobrenome, telefone (incluindo o DDD) e e-mail;
Informe dados de pagamento.
O tempo de entrega varia de uma a duas semanas, segundo a Starlink e a instalação é feita em poucos minutos. O cliente tem direito a um teste pelo período de 30 dias e pode desistir do produto se não estiver satisfeito com o serviço.
Cobertura no Brasil será limitada a partir de julho deste ano (Imagem: Ssi77/Shutterstock)
Em São Paulo, a cobertura atingiu a capacidade máxima, segundo a empresa, mas é possível reservar uma vaga na lista de espera e receber uma notificação assim que o serviço estiver disponível novamente.
“Observe que nós não temos como fornecer um prazo estimado para a disponibilidade do serviço, mas nossas equipes estão trabalhando o mais rápido possível para ampliar a capacidade da constelação de satélites. Dessa forma, poderemos continuar a expandir a cobertura para mais clientes ao redor do mundo”, informa o site.
As Forças Armadas da Alemanha estão planejando construir sua própria constelação de satélites. O objetivo é garantir uma alternativa à Starlink, da SpaceX, do bilionário Elon Musk, segundo o site alemão Handelsblatt.
Inicialmente, o cronograma para que o sistema entre em operação é 2029. Um porta-voz do Ministério da Defesa alemão confirmou a existência do plano à reportagem, mas detalhes sobre custos e logística ainda são confidenciais por questão de “segurança nacional”.
“Várias opções estão sendo exploradas para o desenvolvimento potencial de constelações para atender à crescente necessidade de reconhecimento espacial por meio de capacidades nacionais”, afirmou.
Militares alemães não querem depender de satélites de comunicação da SpaceX (Imagem: ssi77/Shutterstock)
Plano ousado
Conhecidas como Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs pretendem lançar os satélites para fins de comunicação e, futuramente, sensoriamento remoto, de acordo com a reportagem.
O custo da operação pode chegar a 10 bilhões de euros, de acordo com um especialista consultado pelo site. Atualmente, a Bundeswehr opera apenas dez satélites no espaço.
O projeto ocorreria paralelamente ao acordo da União Europeia, do qual o país é membro, que prevê o lançamento de uma constelação de 290 satélites de comunicação. O contrato de concessão de 12 anos pretende colocar novos equipamentos em órbita até 2030, como relatou o Olhar Digital.
Internet via satélite é um foco do setor militar. Crédito: Jacques Dayan/Shutterstock
A guerra por trás de tudo isso…
O interesse da Bundeswehr por uma alternativa à Starlink também está associada à invasão da Rússia na Ucrânia. A guerra evidenciou a dependência do Exército ucraniano ao sistema da SpaceX, que opera os satélites de comunicações militares no país.
A única opção viável para o presidente Volodymyr Zelensky é a constelação OneWeb, uma rede de 630 satélites, o que representa um décimo do tamanho da megaconstelação Starlink da empresa de Musk.
Recentemente, o governo da Itália confirmou o lançamento de 38 satélites pelo grupo aeroespacial e de defesa italiano Leonardo com fins militares e civis, incluindo IA.
Pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica (NCAR), Colorado, EUA, estão convencidos de que o clima espacial — especialmente ao redor da Terra — se intensificará nas próximas décadas, com erupções e tempestades solares mais frequentes.
A equipe revisou dados de satélite que medem a densidade de partículas energéticas próximas do planeta. São prótons expelidos pelo vento solar que ficam “presos” em cinturões de radiação graças ao campo magnético da Terra.
Nos últimos 45 anos, a densidade das partículas apresentou uma tendência crescente até atingir seu pico em 2021. De acordo com a pesquisa, publicada na revista Space Weather, a densidade começou a cair logo após o atual ciclo solar ganhar força.
Pesquisa analisou prótons expelidos pelo vento solar que ficam “presos” em cinturões de radiação (Imagem: rasslava/iStock)
O que isso quer dizer?
Os dados corroboram a hipótese de um fenômeno conhecido como Ciclo de Gleissberg, em que a atividade solar oscila em um padrão de aproximadamente 100 anos. O motivo por trás da intensidade de cada ciclo, no entanto, ainda é desconhecido.
“Normalmente, ao longo de quatro ciclos solares, a intensidade da atividade solar aumenta”, disse Kalvyn Adam, ex-pesquisador do NCAR e principal autor do novo estudo, ao site Space.com. “Depois, ela atinge seu pico e, em seguida, diminui ao longo de mais quatro ciclos solares.”
As medições mais recentes apontam que o atual ciclo, o 25º desde o início dos registros, pode ter atingido seu ponto mais baixo. “Isso significaria que o próximo conjunto de ciclos solares será mais ativo”, disse Adams.
Com a atividade solar mais intensa, o campo magnético do Sol deverá produzir mais manchas solares, ejetando plasma quente da atmosfera. É essa a origem dos prótons que ficam aprisionados na Terra. Mas um efeito contrário — e até positivo — pode surgir daí.
Densidade das partículas apresentou uma tendência crescente até atingir seu pico em 2021 (Imagem: murat4art/iStock)
“Se houver mais atividade solar, mais calor e mais energia entrarão em nossa atmosfera”, explicou Adams à reportagem. “Se nossa atmosfera receber mais calor e energia, ela se expandirá. À medida que a atmosfera se expande, os prótons colidirão com essa atmosfera expandida e, eventualmente, sairão.”
Em um primeiro momento, a densidade será benéfica para satélites que orbitam o planeta, já que a radiação estará mais fraca e não afetará com tanta rapidez os dispositivos eletrônicos.
Mas há um porém nessa história. A frequência de tempestades solares deverá ser maior, e o aquecimento da atmosfera poderá “engrossar” gases ao redor da Terra, aumentando o arrasto de satélites em órbita baixa.
Em maio do ano passado, uma poderosa tempestade solar derrubou a altitude de dezenas de satélites de uma só vez, como lembra o estudo. O risco de colisões orbitais foi excepcionalmente alto, já que os operadores tiveram de responder às pressas.
Quais os efeitos que uma tempestade solar causa na Terra?
Os efeitos que pode causar na Terra são variados. Alguns dos mais comuns incluem:
Auroras: As tempestades solares aumentam a atividade auroral, resultando em auroras mais intensas e visíveis em latitudes mais baixas do que o normal. As auroras boreais ocorrem no hemisfério norte, enquanto as auroras austrais ocorrem no hemisfério sul.
Interferência em Comunicações: As partículas carregadas emitidas pelo Sol podem causar interferência em comunicações por rádio de alta frequência e sistemas de navegação por satélite, afetando redes de comunicação e sistemas de posicionamento global.
Danos a Satélites: A radiação solar intensa pode danificar eletrônicos e componentes de satélites em órbita terrestre, causando falhas temporárias ou permanentes em sistemas de comunicação, navegação e meteorologia por satélite.
Falhas em Redes Elétricas: Tempestades solares severas podem induzir correntes elétricas nos sistemas de transmissão de energia elétrica da Terra, potencialmente causando falhas e danos em transformadores e equipamentos de distribuição de energia.
Riscos para Astronautas e Aeronaves: Durante tempestades solares intensas, a radiação solar aumentada pode representar um risco maior para astronautas em órbita terrestre e para tripulações de aeronaves em altitudes elevadas, aumentando o risco de exposição à radiação.
Distúrbios em GPS: A interferência causada por tempestades solares pode afetar a precisão e a confiabilidade dos sistemas de navegação por satélite, como o GPS (Sistema de Posicionamento Global), levando a erros de posicionamento e temporariamente interrompendo o serviço em algumas áreas.
O Comitê de Infraestrutura de Telecomunicações (C-INT) da Anateldefiniu que os sistemas de satélites não geoestacionários serão prioridade dos temas de estudo da agência para 2025.
Satélites de “baixa órbita” circulam em torno do planeta com velocidades de rotação diferentes. São equipamentos usados para prover internet de alta velocidade, conectando regiões de difícil acesso à infraestrutura de telecomunicações tradicional.
Na avaliação da Anatel, o avanço das constelações de satélites não geoestacionários amplia a “complexidade no uso dos recursos de espectro e órbita”. “Esse movimento impõe ao órgão regulador o desafio de conciliar inovação e expansão com a preservação de um ambiente competitivo, seguro e sustentável”, diz o comunicado.
Anatel acredita que constelações vão comprometer a concorrência do setor (Imagem: diegograndi/iStock)
Ambiente competitivo
Em uma reunião, o conselheiro Alexandre Freire ponderou que a concentração de satélites por grandes conglomerados empresariais pode comprometer a dinâmica de concorrência do setor espacial. Isso vai criar, segundo ele, desafios complexos de governança internacional.
“O espaço exterior, enquanto bem comum da humanidade, demanda soluções regulatórias que ultrapassem as fronteiras estatais, sobretudo diante das implicações geopolíticas advindas da ocupação intensiva e estratégica das órbitas”, disse.
Recentemente, a agência aprovou a expansão do sistema da Starlink, que pertence ao bilionário Elon Musk, no Brasil.
Agora, a companhia vai poder lançar mais 7,5 mil satélites. Atualmente, a empresa pode operar 4,4 mil satélites no país até 2027.
Starlink foi autorizada a lançar mais 7,5 mil satélites no Brasil (Imagem: Saulo Ferreira Angelo/Shutterstock)
De olho no futuro
Outro ponto debatido na reunião foi a possibilidade de os sistemas passarem a ser usados como armas militares. Por isso, a agência vai priorizar estudos sobre as transformações em curso nesse mercado em parceria com o Comitê de Espectro e Órbita (CEO).
“A Anatel está dedicada a garantir que o Brasil esteja na vanguarda da inovação, segurança e eficiência nas telecomunicações. Nosso objetivo é criar um ambiente regulatório que promova o desenvolvimento sustentável e a proteção das infraestruturas críticas, beneficiando toda a sociedade”, afirmou o conselheiro.
Está prevista ainda a realização de discussões com a participação de diversos órgãos, incluindo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), além de empresas reguladas e representantes da sociedade civil.
O satéliteVanguard 1 completou 67 anos em operação e se tornou o objeto espacial mais antigo a orbitar a Terra. Agora, uma empresa americana propõe um plano para resgatar o artefato que marcou o início da Guerra Fria, de acordo com o site Space.
O satélite entrou em órbita em 17 de março de 1958, logo após o Exército dos EUA lançar o primeiro equipamento do tipo ao espaço, o Explorer 1. Era o auge da rivalidade na corrida espacial com a antiga União Soviética, pioneira na exploração com o lendário Sputnik.
Em 1970, o Explorer 1 reentrou na atmosfera da Terra — mas o Vanguard 1 continuou por lá, e ainda é monitorado pelo Laboratório de Pesquisa Naval (NRL). O equipamento foi o primeiro do tipo a gerar energia usando células solares.
Esfera de alumínio de 15 centímetros tem antena de 91 centímetros (Imagem: NASA)
E por onde anda o Vanguard 1?
Atualmente, o satélite tem uma inclinação de 34,25 graus, com uma órbita elíptica variando de 660 quilômetros no seu perigeu (momento mais próximo da Terra) e 3.822 quilômetros no seu apogeu (momento mais distante da Terra).
O objeto não está transmitindo desde 1964, quando a potência das células solares caiu para baixo do nível necessário para operar o transmissor. Ainda assim, sensores podem ser usados para determinar seu status de rotação ou queda.
Vanguard 1 foi lançado em março de 1958 do Campo de Mísseis do Atlântico (Imagem: Laboratório de Pesquisa Naval)
Qual é o plano?
A empresa líder em tecnologia avançada nos setores de defesa, civil e de segurança nacional Booz Allen Hamilton é a responsável pela mais recente análise de estudos sobre a viabilidade de recuperação do satélite mais antigo em órbita no planeta.
“Não somos os primeiros a ter essa ideia e esperamos não ser os últimos”, disse Matt Bille, analista de pesquisa aeroespacial da Booz Allen, ao Space. “Mas teremos que esperar para ver se alguma entidade com a capacidade necessária decidirá que o valor para ela compensa o investimento.”
Uma das hipóteses é embarcar em missões de cargas úteis usando uma tecnologia que inspecionaria o satélite com segurança antes de recuperá-lo. O Vanguard 1 poderia ser colocado em uma órbita mais baixa e reembalado na Estação Espacial Internacional.
“Nossa pesquisa indicou possível interesse na condição das células solares, baterias e metais, juntamente com o registro de micrometeoritos ou detritos atingidos por um período tão longo”, afirmou Bille. “Seria um recorde para a recuperação de uma espaçonave exposta.”
A empresa de serviços e logística em órbita Astroscale anunciou que vai reabastecer um satélite da Força Espacial dos Estados Unidos em uma missão complexa planejada para 2026. A sonda de 300 quilos será lançada a cerca de 35.786 quilômetros acima do equador da Terra.
“Estamos mudando a realidade do que é possível. Esta missão prova que a logística espacial não precisa estar a anos de distância. Somos uma equipe focada com um objetivo: entregar e operar um protótipo operacional de nave espacial para a Força Espacial”, disse Ron Lopez, presidente da Astroscale US.
Conceito da operação de reabastecimento planejada para 2026 (Imagem: Astroscale/Divulgação)
Objetivo da missão
A operação foi anunciada no 40º Simpósio Espacial em Colorado Springs e tem como objetivo abrir caminhos para serviços de reabastecimento no espaço. Além disso, busca trazer “agilidade e flexibilidade operacional adicionais para operações espaciais dinâmicas”.
A nave espacial APS-R Refueler da Astroscale foi projetada para “maior manobrabilidade” e transportará um tanque de hidrazina recarregável.
O líquido contém propriedades similares a amônia e funciona como propelente para satélites artificiais.
Essa será a primeira nave espacial a realizar operações de reabastecimento com esse tipo de composto químico acima do cinturão geoestacionário (GEO), assim como a primeira missão de apoio a uma nave do Departamento de Defesa dos EUA.
Missão pode abrir caminhos para serviços de reabastecimento no espaço (Imagem: yucelyilmaz/iStock)
De olho no futuro
A Astroscale diz que a missão vai estabelecer um “legado espacial para serviços de reabastecimento escaláveis, um passo crucial para permitir uma manobrabilidade sustentada”.
A empresa fechou uma parceria com a startup Orbit Fab para criar um ecossistema comercial com foco em logística escalável e flexível no espaço. Os satélites Tetra-5 vão transportar uma interface de transferência de fluidos criados pela Orbit Fab para facilitar o reabastecimento.
Na sexta-feira (4), a Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO) informou que um de seus satélites foi intencionalmente derrubado no Oceano Índico. O comunicado foi compartilhado em uma publicação no X (antigo Twitter) e esclarece que a reentrada foi controlada. O equipamento estava em órbita desde o fim do ano passado.
A ISRO explicou que a queda não foi causada por falha técnica e que, na verdade, o módulo experimental foi desorbitado propositalmente, encerrando uma missão bem-sucedida. O procedimento foi feito de forma planejada e segura, para garantir que não oferecesse riscos ao meio ambiente nem à população.
Atmospheric Re-entry of POEM-4
On December 30, 2024, ISRO’s PSLV-C60 launched twin SPADEX satellites and after injecting satellites at 475 km altitude, the specially configured upper stage (PS4) of PSLV-C60 (called PSLV Orbital Experimental Module in short POEM-4) was also… pic.twitter.com/teQGV5EASx
A espaçonave em questão era o POEM-4 (sigla em inglês para Módulo Experimental Orbital PSLV-4), lançado no dia 30 de dezembro por um Veículo de Lançamento de Satélite Polar (PSLV), foguete mais utilizado pela Índia em missões orbitais, como parte da missão Experiência de Acoplagem Espacial (SPADEX, na sigla em inglês), que testou tecnologias de acoplamento espacial.
Remoção de satélite da órbita reflete preocupação da Índia com lixo espacial
Durante sua operação, o módulo experimental transportou 24 cargas úteis, sendo 14 da própria ISRO e outras 10 de instituições não governamentais. Todos os equipamentos funcionaram corretamente e forneceram dados científicos relevantes. A missão ainda conseguiu realizar, pela primeira vez na história da Índia, um acoplamento autônomo no espaço.
Representação gráfica do PSLV Orbital Experimental Module (POEM-4), satélite da Índia que foi derrubado no oceano. Crédito: ISRO
Após o término dos experimentos, a ISRO decidiu remover o módulo da órbita para evitar o acúmulo de lixo espacial. Com manobras controladas, o estágio superior do foguete foi redirecionado para uma rota de colisão com o mar. Antes da queda, o combustível restante foi liberado, para prevenir explosões ou fragmentações.
O satélite atravessou a atmosfera às 8h03 no horário da Índia (22h33 de 3 de abril, pelo horário de Brasília). Segundo a ISRO, essa operação reforça o compromisso da agência com a segurança espacial. A manobra também demonstra a preocupação em manter o espaço limpo e sustentável para futuras missões.