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“Mini-Terra” é descoberta perto do Sistema Solar

Astrônomos identificaram um exoplaneta ao redor da estrela solitária mais próxima do Sistema Solar. Chamado Barnard b, o mundo alienígena recém-descoberto orbitando a Estrela de Barnard, tem metade da massa de Vênus e é classificado como uma “Mini-Terra”.

Barnard b completa uma órbita em torno da estrela-hospedeira a cada três dias terrestres, a cerca de 2,4 milhões de km de distância, o que representa apenas 5% da distância entre o Sol e Mercúrio. Apesar da proximidade, o planeta não está na zona habitável.

Planetas ao redor da Estrela de Barnard. Crédito: Eyes on Planets/Sicence/NASA

“Barnard b é um dos exoplanetas de menor massa já descobertos, mas está muito perto de sua estrela, o que torna improvável a presença de água líquida”, explica Jonay González Hernández, do Instituto de Astrofísica das Canárias, em um comunicado. “Mesmo sendo uma estrela mais fria que o Sol, ainda é quente demais para permitir condições favoráveis à vida na superfície do planeta”.

Como a mini-Terra foi detectada

A descoberta foi feita usando o Very Large Telescope (VLT), um conjunto de telescópios no deserto do Atacama, no Chile. Os astrônomos identificaram o planeta analisando pequenas oscilações na Estrela de Barnard, causadas pela atração gravitacional do objeto em seu entorno. Os dados foram coletados pelo instrumento ESPRESSO e confirmados pelo HARPS, ambos especializados na busca por planetas fora do Sistema Solar. Os resultados foram relatados em um artigo publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Localizada a apenas 6 anos-luz do Sistema Solar, a Estrela de Barnard não é a mais próxima de nós – esse título pertence ao sistema Alpha Centauri, que inclui Proxima Centauri. A diferença é que ela é uma estrela solitária, enquanto Alpha Centauri é um sistema múltiplo.

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Estrelas anãs vermelhas são as mais comuns da Via Láctea

A busca por planetas ao redor da Estrela de Barnard tem sido uma prioridade para astrônomos, já que estrelas anãs vermelhas, como ela, são os tipos mais comuns da Via Láctea. Além disso, exoplanetas rochosos de baixa massa são mais fáceis de detectar orbitando essas estrelas.

Esse objeto é menor e mais frio que o Sol, com temperatura superficial em torno de 2.800°C, enquanto a do Sol chega a 5.600°C. Além disso, acredita-se que essa anã vermelha tenha menos elementos pesados, o que pode dificultar a formação de planetas rochosos em sua órbita.

Mesmo assim, a equipe de González Hernández segue analisando a região em busca de outros planetas. Os cientistas têm especial interesse em mundos que possam estar na zona habitável da estrela, onde a temperatura permitiria a presença de água líquida. Essa região oferece condições nem muito quentes nem muito frias para um planeta potencialmente abrigar vida.

A Estrela de Barnard é 80% menor que o Sol e tem uma temperatura de superfície de cerca de 2.800 graus Celsius, enquanto a solar é de 5.600 graus Celsius. Crédito: IEEC/Science-Wave – Guillem Ramisa

“Levamos tempo para encontrar Barnard b, mas sempre tivemos confiança de que algo estava lá”, disse Hernández. A equipe também identificou sinais de outros três possíveis exoplanetas ao redor da Estrela de Barnard, que serão investigados em pesquisas futuras.

“Precisamos continuar monitorando a estrela para confirmar esses sinais”, disse Alejandro Suárez Mascareño, também do Instituto de Astrofísica das Canárias. “A descoberta de Barnard b, junto com outros planetas como Proxima b e d, mostra que nossa vizinhança cósmica está repleta de mundos de baixa massa”.

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Urano é mais quente do que se pensava, indicam novos estudos

Pesquisadores descobriram que Urano libera mais calor interno do que os dados da sonda Voyager 2, da NASA, sugeriam. Isso significa que, além de refletir a luz solar, o planeta emite uma quantidade extra de energia. 

Dois estudos, conduzidos por duas equipes independentes – e que aguardam revisão por pares – indicam que Urano se comporta de forma mais semelhante a Júpiter, Saturno e Netuno do que se pensava.

Os planetas possuem três fontes principais de calor: o calor residual de sua formação, a radioatividade de seus elementos e a energia recebida do Sol. O primeiro fator aquece mundos jovens, mas diminui ao longo de bilhões de anos. O equilíbrio entre a radioatividade e a luz solar depende da composição química do planeta e de sua distância do Sol.

Representação artística da sonda Voyager 2 investigando Urano. Créditos: Joshimerbin – Shutterstock (Urano); NASA (Voyager 2). Edição: Olhar Digital

Quando a sonda Voyager 2 passou por Urano em 1986, os dados coletados indicaram que ele não possuía uma fonte significativa de calor interno, ao contrário dos outros gigantes gasosos. Isso surpreendeu os cientistas, pois Urano e Netuno compartilham muitas características. Desde então, novos telescópios em solo e no espaço têm permitido reavaliar essa conclusão.

Sonda da NASA pode ter medido errado a temperatura de Urano

Uma equipe liderada por Patrick Irwin, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, analisou dados coletados entre 2000 e 2009 pelo Telescópio Espacial Hubble e observatórios no Havaí. Outro grupo, liderado por Xinyue Wang, da Universidade de Houston, nos EUA, estudou registros desde meados do século 20 e incorporou medições recentes para avaliar as variações térmicas ao longo da órbita de 84 anos do planeta.

Os resultados sugerem que a Voyager 2 pode ter medido erroneamente a temperatura ou passado por Urano em um período atípico. Ambas as equipes concluíram que o planeta reflete mais calor do que se pensava, indicando a presença de uma fonte interna de energia. Embora as estimativas variem (12,5% para um grupo e 15% para o outro), as diferenças estão dentro da margem de erro.

Imagem de Urano feita pelo James Webb (Crédito: NASA)
Imagem de Urano feita pelo Telescópio Espacial James Webb. Crédito: NASA

Apesar dessa descoberta, Urano ainda emite muito menos calor do que os outros planetas gigantes do Sistema Solar. Netuno, por exemplo, libera mais que o dobro da energia que recebe do Sol. As razões para essa discrepância ainda são desconhecidas, mas podem estar ligadas ao impacto que inclinou Urano em um ângulo extremo.

Uma missão dedicada ao planeta poderia responder a essas questões. Para isso, cientistas defendem um lançamento em 2032, aproveitando um impulso gravitacional de Júpiter para tornar a viagem mais eficiente. No entanto, o futuro dessa proposta dependerá das prioridades da exploração espacial nos próximos anos.

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Onda galáctica de gás e poeira engoliu o Sistema Solar há 14 milhões de anos

Uma nuvem gigante de gás e poeira cósmica conhecida como Onda Radcliffe já encontrou e engoliu o Sistema Solar. Segundo um estudo, isso ocorreu há 14 milhões de anos e diminuiu a visão do céu estrelado a partir da Terra. De acordo com os autores, o evento pode ter deixado traços na história geológica terrestre.

Em 2024, cientistas descobriram ondas galácticas enormes feitas de estrelas, gás e poeira na Via Láctea. Uma das mais próximas e evidentes é a Onda Radcliffe, com 9 mil anos-luz de largura e a cerca de 500 anos-luz de distância do Sistema Solar. 

Pesquisadores da Universidade de Viena, na Áustria, descobriram que essa onda já esteve mais próxima da Terra. Ela cruzou com a órbita solar e seus planetas entre 11 e 18 milhões de anos atrás, segundo a pesquisa.

Onda Radcliffe se movendo pela galáxia (Foto: Ralf Konietzka, Alyssa Goodman, Telescópio Mundial/Reprodução)

A equipe usou dados coletados pelo Telescópio Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), responsável por mapear milhares de estrelas na Via Láctea. O foco do estudo foi identificar grupos recém formados de estrelas dentro de Radcliffe com as nuvens de poeira e gás das quais elas foram feitas.

Por meio dessas informações, eles puderam compreender como a onda se move. A partir dessa análise, mapearam as órbitas das nuvens de gás no decorrer do tempo e conseguiram revelar suas diferentes localizações pela história do Universo.

Onda cósmica já engoliu o Sistema Solar

“A descoberta de novas estruturas galácticas, como a onda de Radcliffe, levanta a questão de se o Sol encontrou alguma delas”, dizem os pesquisadores.

Em busca da resposta, o grupo calculou o passado da Via Láctea, voltando aos eventos dos últimos 30 milhões de anos. Ao regredirem, descobriram que o Sol e Radcliffe fizeram uma aproximação entre cerca de 15 e 12 milhões de anos atrás. Eles estimam que o Sistema Solar estava dentro da onda há 14 milhões de anos.

Silhuetas de duas pessoas observando o céu noturno
A onda cósmica atrapalharia a chegada da luz vinda de estrelas distantes (Imagem: National Geographic/Shutterstock/Vchal)

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Esse evento teria tornado a visão do céu noturno a partir da Terra mais escuro do que parece hoje. O contraste ocorreria principalmente pelo planeta estar numa área relativamente vazia do espaço

“Se estivermos em uma região mais densa do meio interestelar, isso significaria que a luz vinda das estrelas para você seria diminuída. É como estar em um dia de neblina”, diz Efrem Maconi, principal autor do estudo.

Evento pode ter deixado rastros

O encontro entre os corpos galácticos pode ter deixado evidências na história natural da Terra, observadas no depósito de isótopos na crosta. Porém, os autores explicam que isso é difícil de mensurar devido ao passado distante quando aconteceu.

A Terra passava por um período de esfriamento, chamado de Mioceno Médio, quando a onda provavelmente atravessou o Sistema Solar. Há a possibilidade de que os dois eventos estejam ligados, porém, isso seria muito complicado de se provar, de acordo com Maconi.

Para Ralph Schoenrich, professor de física climática da Universidade de Londres, uma regra geral na história terrestre é que a geologia supera qualquer influência cósmica.

“Se você deslocar continentes ou interromper correntes oceânicas, você terá mudanças climáticas a partir disso, então sou muito cético de que você precise de algo adicional”, conclui o físico.

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Lua se encontra com Marte esta noite

Depois de passar por Mercúrio, Vênus e Júpiter, a Lua vai fazer a penúltima “parada” da “turnê mensal” de março pelos planetas do Sistema Solar visitando Marte – em um fenômeno conhecido como conjunção astronômica.

Segundo o guia de observação InTheSky.org, isso acontece às 21h27 (horário de Brasília) deste sábado (8). De São Paulo, o par estará visível na direção norte do céu das 18h45 à 0h36 do dia seguinte – o que significa que o momento da conjunção poderá ser observado.

O par não caberá no campo de visão de um telescópio, mas será visível a olho nu ou através de binóculos.  

Configuração do céu no momento da conjunção entre a Lua e Marte neste sábado (8). Crédito: SolarSystemScope

Enquanto a Lua estará em magnitude de -12.3, a de Marte será de -0.1, com ambos na constelação de Gêmeos. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

O último planeta a receber a “visita” da Lua neste mês será Saturno (28). Essa série de conjunções que o satélite faz mensalmente ocorre porque ele orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.

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Por que Marte é vermelho? 

O característico tom avermelhado de Marte sempre chamou atenção, evocando associações com deuses e a operações bélicas. Na mitologia grega, Ares, o deus da guerra, era frequentemente ligado a essa cor. Curiosamente, a estrela mais brilhante da constelação de Escorpião, Antares, ganhou esse nome por sua tonalidade avermelhada, que remete a Ares, significando “Anti-Ares”.

Marte
Representação artística do Planeta Vermelho. Crédito: Sergei Voevitko – Shutterstock

Mais tarde, com o domínio romano na Europa, Ares foi renomeado como Marte, nome que também foi dado ao planeta e permanece em uso até hoje.

A tonalidade vermelha marciana é resultado de uma combinação de fatores complexos. E essa interação se dá entre a composição da superfície do planeta, sua atmosfera e fenômenos geológicos. Saiba mais aqui.

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