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Cérebro pode interpretar o mesmo som de maneiras diferentes, revela estudo

O cérebro humano é um órgão extremamente complexo. Mesmo após décadas de estudos, os cientistas ainda são surpreendidos por revelações sobre como ele funciona. Mas algumas dúvidas sobre as incríveis capacidades cerebrais ainda persistem.

Uma delas diz respeito ao que faz com que regiões quase idênticas em hemisférios opostos do cérebro processem diferentes tipos de informação? Um artigo publicado no The Conversation por Hysell V. Oviedo, professor da Universidade de Washington em St. Louis, nos EUA, pode apresentar a resposta.

Lados diferentes, funções diferentes

  • Algumas das funções cognitivas mais complexas são possíveis porque diferentes lados do cérebro as controlam.
  • O principal deles é a percepção da fala, a capacidade de interpretar a linguagem.
  • Nos seres humanos, este processo é tipicamente dominado pelo hemisfério esquerdo.
  • O processamento sensorial dos sons começa na cóclea, uma parte do ouvido interno onde as frequências sonoras são convertidas em eletricidade e encaminhadas para o córtex auditivo do cérebro.
  • Os cientistas acreditam que a divisão do trabalho entre os hemisférios cerebrais necessária para reconhecer os padrões sonoros começa nessa região.
  • Recentes descobertas apontam que a divisão do processamento de som no cérebro não é uma exclusivamente humana.
  • E esta conclusão foi fundamental para a realização de novas análises sobre o assunto.
Novo estudo aumenta compreensão sobre as capacidades cerebrais (Imagem: Alexander Supertramp/Shutterstock)

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Estudo ajuda a ampliar conhecimento sobre o cérebro

Em seu recente trabalho, o professor Hysell V. Oviedo descobriu que o lado esquerdo do cérebro tem conexões mais focadas e especializadas que podem ajudar a detectar características-chave da fala, como distinguir uma palavra de outra. Enquanto isso, o lado direito é mais amplamente conectado, adequado para processar melodias e a entonação da fala.

Rastreamos como os circuitos neurais no córtex auditivo esquerdo e direito se desenvolvem desde o início da vida até a idade adulta. Para fazer isso, registramos sinais elétricos em cérebros de camundongos para observar como o córtex auditivo amadurece e ver como as experiências sonoras moldam sua estrutura. Surpreendentemente, descobrimos que o hemisfério direito superou consistentemente o esquerdo no desenvolvimento, mostrando crescimento e refinamento mais rápidos. Isso sugere que existem janelas críticas de desenvolvimento – breves períodos em que o cérebro é especialmente adaptável e sensível ao som ambiental – específicas para cada hemisfério que ocorrem em momentos diferentes.

Hysell V. Oviedo, professor da Universidade de Washington em St. Louis

Orelha de mulher em vermelho e preto e branco
Som é captado pelo ouvido e interpretado pelo cérebro (Imagem: BLACKDAY/Shutterstock)

Para testar as consequências dessa assincronia, o especialista expôs camundongos jovens a tons específicos durante períodos sensíveis. Na idade adulta, o som que era processado em seus cérebros era permanentemente distorcido. Já os animais que ouviram os tons durante a janela crítica anterior do hemisfério direito tiveram uma super-representação dessas frequências mapeadas no córtex auditivo direito.

Outra descoberta foi que essas janelas críticas variam de acordo com o sexo. A janela crítica do hemisfério direito abre mais cedo em camundongos fêmeas, e a janela do hemisfério esquerdo abre poucos dias depois. Em contraste, os camundongos machos tinham uma janela crítica do hemisfério direito muito sensível, mas nenhuma janela detectável à esquerda. Isso aponta para o papel indescritível que o sexo pode desempenhar na plasticidade cerebral.

Hysell V. Oviedo, professor da Universidade de Washington em St. Louis

Representação de um cérebro humano pairando sobre um par de mãos
Cérebro pode codificar o mesmo som de maneiras diferentes (Imagem: Anucha Tiemsom/Shutterstock)

Estas conclusões fornecem uma nova maneira de entender como diferentes hemisférios do cérebro processam o som e por que isso pode variar entre pessoas. Elas também fornecem evidências de que o cérebro pode codificar o mesmo som de maneiras diferentes, dependendo de quando ocorre e de qual hemisfério está preparado para recebê-lo.

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Fim dos enjoos? Estudo parece ter encontrado solução

Pesquisadores da Universidade de Nagoya, no Japão, desenvolveram uma abordagem sonora inovadora para prevenir o enjoo de movimento, condição comum em viagens de carro, barco ou avião.

O estudo identificou que a simples exposição a um tom sonoro específico, por apenas um minuto, pode aliviar significativamente sintomas como náusea, tontura e fadiga. A pesquisa é descrita em um artigo publicado recentemente na revista Environmental Health and Preventive Medicine.

O enjoo ocorre quando há um conflito entre os sinais de movimento recebidos pelos olhos, músculos e ouvidos internos, especialmente pela cavidade utricular, responsável pelo equilíbrio.

Sons específicos podem aliviar a sensação de enjoo

  • Com base em estudos anteriores que sugeriam que sons poderiam estimular essa região, os cientistas testaram tons com diferentes frequências e intensidades em utrículos de camundongos.
  • O tom mais eficaz — batizado de sound spice — apresentou frequência de 100 hertz e intensidade de 65,9 decibéis A, dentro da faixa de ruídos ambientais diários.
  • Quando camundongos foram expostos ao som antes de realizarem movimentos que normalmente causariam enjoo, mostraram melhora no equilíbrio e nos sintomas por mais de duas horas.
O estudo utilizou um simulador de direção com os voluntários dos testes – Imagem: Universidade de Nagoya

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Testes com humanos foram positivos

Em testes com humanos, os voluntários também relataram menos desconforto após ouvirem o som por um minuto, antes de serem submetidos a estímulos em simuladores de movimento e veículos reais.

Segundo os autores, a técnica é segura, prática e promissora como alternativa não medicamentosa para combater o enjoo em diversas situações do dia a dia.

“O nível sonoro efetivo está dentro da faixa de exposição diária ao ruído ambiental”, afirma Takumi Kagawa, pesquisador e um dos autores do estudo.

Resultados sugerem uma maneira segura e eficaz de melhorar o enjoo de movimento, potencialmente oferecendo ajuda a milhões de pessoas – Imagem: New Africa/Shutterstock

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