GLM Digital: Seu portal para um universo de descobertas online. Navegue por uma seleção cuidadosamente curada de produtos que inspiram e facilitam o seu dia a dia. Mais que uma loja, somos um ponto de encontro digital onde qualidade, variedade e uma experiência de compra intuitiva se unem para transformar seus desejos em realidade, com a conveniência que só o online pode oferecer.
Estamos na era das bonecas virais. Depois do sucesso do bebê reborn, viralizado por meio das role plays – vídeos fictícios – que mostraram a boneca “doente” indo ao hospital, uma outra competidora entra em cena: a Labubu. Um bicho de pelúcia, com ares de monstrinho que vem conquistando consumidores famosos e anônimos.
A Labubu viralizou nas redes sociais, em especial no TikTok, a hashtag “Labubu” foi mencionada em mais de 1 milhão de postagens na rede vizinha em todo o mundo nas últimas semanas, segundo dados da revista Forbes americana.
Com inspiração na mitologia nórdica, a Labubu é uma criação do designer e ilustrador chinês Kasing Lung. A boneca chinesa de bracinhos curtos, orelhas grandes e seus nove dentes característicos nasceu em 2015. Inicialmente, ele criou a personagem apenas para o universo editorial, como protagonista de livros infantis. Mas, em 2019, tudo mudou.
Coleção de bonecos Labubu. / Crédito: Pop Mart (reprodução)
Foi quando a Pop Mart, empresa chinesa especialista em brinquedos colecionáveis, começou a confeccionar e a comercializar miniaturas da Labubu. Mas o crescente interesse pelo produto fez com que a empresa repensasse a produção.
Foi então que, em 2023, criaram a versão chaveiro, confeccionada desta vez em pelúcia e medindo cerca de 15 centímetros. Ela é uma das versões mais comercializadas e é muito utilizada como adereço em bolsas e mochilas, por exemplo.
A versão chaveiro Blind Box traz uma antiga tática em relação aos brinquedos e artigos colecionáveis: o efeito surpresa. Ou seja, o produto vem embalado em uma caixa sem transparência e você só sabe qual Labubu comprou após abri-la. O que estimula os apreciadores a comprarem mais vezes para terem versões diferentes.
Exemplar bege da Labubu. (Imagem: reprodução Pop Mart)
A Labubu original não é vendida em nenhuma loja física no Brasil, apenas em sites brasileiros autorizados que importam o produto, como a The Blind Box, já que a fabricante Pop Mart não atua no país. Os valores variam de R$ 120 até R$ 3 mil.
No entanto, exemplares mais raros, de tamanhos maiores e com designs exclusivos, podem custar bem mais caro. Um exemplo é a versão Sketch Mega, que tem aproximadamente 23 centímetros de altura e pode ser vendida por até R$ 7.200.
Por que viralizou?
Existem alguns fatores que explicam a popularidade da boneca chinesa. O principal deles é o fato de a Labubu ser validada por artistas famosos e grandes influenciadores. Lisa, uma das integrantes da banda de k-pop Blackpink, causou alvoroço posando com a Labubu. Outros artistas também desfilaram com a boneca, como a cantora Dua Lipa e Rihanna.
Versão Sketch Mega da Labubu que pode custar mais de R$ 7 mil. (Imagem: reprodução Pop Mart)
No Brasil, podemos destacar Virginia Fonseca, Gkay e Marina Ruy Barbosa entre alguns famosos que endossaram a fofura da boneca chinesa – gerando um marketing avassalador para o produto.
A escassez é outro ponto. O fato de ele não ser um produto que pode ser encontrado em qualquer esquina, gera o desejo de possuir um item exclusivo e se tornar um colecionador.
Atualmente existem cerca de 300 modelos disponíveis, entre versões raras e populares.
O TikTok bloqueou a hashtag #skinnytok após críticas de que ela incentivava comportamentos prejudiciais à saúde ao glorificar a magreza extrema. As informações são da BBC.
A plataforma informou que a decisão foi tomada porque a hashtag estava associada a conteúdos nocivos relacionados à perda de peso. Agora, ao buscar por ela, os usuários são redirecionados para recursos de apoio à saúde mental.
Plataforma barra buscas por #skinnytok e redireciona usuários a apoio psicológico (Imagem: phBodrova/Shutterstock)
Hashtag promovia hábitos perigosos
Os vídeos marcados com a hashtag exibiam dietas de baixíssima caloria e rotinas de exercícios, muitas vezes disfarçados como dicas de estilo de vida saudável.
Segundo a Aliança Nacional para Transtornos Alimentares, esses conteúdos, na verdade, reforçam padrões corporais prejudiciais e promovem transtornos alimentares.
Tom Quinn, da ONG britânica Beat, elogiou a medida, mas alertou que usuários podem contornar o bloqueio com variações da hashtag.
Ele ressaltou que ainda há muito a ser feito pelas redes para lidar com conteúdos disfarçados.
Especialistas alertam para conteúdo nocivo disfarçado de “vida saudável” – Imagem: KatarzynaBialasiewicz/Pixabay
Tendência pode ser prejudicial para jovens
Na França, especialistas de saúde se mostraram especialmente preocupados com o impacto da tendência em jovens vulneráveis. “Os pacientes chegam totalmente doutrinados”, disse a nutricionista Carole Copti à AFP.
O ministro digital francês comemorou a decisão do TikTok como uma vitória da pressão política europeia.
A empresa afirmou revisar regularmente suas políticas de segurança e seguirá limitando conteúdos potencialmente nocivos, especialmente para usuários adolescentes. Em março, o TikTok já havia bloqueado filtros que distorciam a imagem corporal, como os que simulavam sobrepeso.
TikTok diz revisar regularmente suas políticas de segurança (Imagem: jackpress/Shutterstock)
Mais da metade dos vídeos mais populares no TikTok com dicas de saúde mental contém desinformação, segundo uma investigação do The Guardian.
A análise de 100 vídeos com a hashtag #mentalhealthtips, feita por especialistas em saúde mental, revelou que 52 apresentavam informações falsas, imprecisas ou enganosas.
O conteúdo vai desde orientações simplistas, como comer uma laranja no banho para aliviar a ansiedade, até diagnósticos indevidos e soluções milagrosas para traumas profundos. Muitos vídeos confundem bem-estar com doenças mentais e tratam experiências humanas comuns como patologias graves, alertam os profissionais.
Transtornos sérios sofrem banalização no TikTok
Especialistas, como o neuropsiquiatra David Okai, do King’s College London (Inglaterra), destacaram o uso incorreto de linguagem terapêutica, o que pode levar à banalização de transtornos sérios;
A psicóloga Amber Johnston alertou para a generalização de traumas complexos e individuais em vídeos de 30 segundos;
Já o psiquiatra e ex-ministro da saúde Dan Poulter criticou a patologização de emoções normais, o que pode prejudicar diagnósticos reais.
52% dos vídeos mais populares distorcem diagnósticos, oferecem soluções simplistas e ignoram complexidade clínica (Imagem: phBodrova/Shutterstock)
Parlamentares classificaram os resultados como alarmantes e cobraram regulamentação mais rigorosa. A deputada Chi Onwurah afirmou que o TikTok e outros algoritmos amplificam conteúdos enganosos, enquanto a deputada Victoria Collins pediu ação urgente para proteger o público.
O TikTok defendeu a plataforma, alegando que remove vídeos perigosos e promove conteúdos confiáveis em parceria com o NHS e a Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, especialistas alertam que dicas virais não devem substituir orientação clínica qualificada e que doenças mentais exigem avaliação profissional.
Especialistas alertam sobre conteúdos simplistas e enganosos que transformam experiências humanas em diagnósticos psiquiátricos (Imagem: Luiza Kamalova/Shutterstock)
Dicas de autocuidado, que prometem melhorar o bem-estar, viralizam com frequência em redes sociais como o TikTok. Às vezes, essas dicas não têm respaldo científico. Por isso, é bom aderir com moderação. A boa notícia: especialistas comentaram sobre “life hacks” populares.
Traduzindo: “life hacks” são atalhos – geralmente, simples – para tornar tarefas do dia a dia mais fáceis, eficientes ou agradáveis. Essas dicas podem incluir estratégias aparentemente práticas para melhorar saúde mental e bem-estar, por exemplo.
De ‘coquetéis de cortisol’ a deitar no chão: especialistas analisam dicas de autocuidado populares no TikTok
Especialistas da Universidade da Califórnia em San Diego (UC San Diego) opinaram sobre a validade de alguns “hacks” de autocuidado bem populares do TikTok para melhorar saúde mental e bem-estar – desde “coquetéis de cortisol” até deitar no chão para relaxar. Vamos a eles:
‘Coquetéis de cortisol’
O cortisol é mais conhecido como o hormônio liberado pelas glândulas suprarrenais em momentos de estresse. Níveis elevados de cortisol a longo prazo podem levar a problemas de saúde, como aumento do risco de doenças cardíacas, ganho de peso, distúrbios do sono e transtornos de humor.
Em “coquetéis de cortisol”, se mistura suco de laranja, sal marinho, água de coco e suplemento de magnésio (Imagem: Jag_cz/Shutterstock)
De uns anos para cá, “coquetéis de cortisol” volta e meia viralizam em redes sociais como o TikTok. É uma mistura de suco de laranja, sal marinho, água de coco e suplemento de magnésio que supostamente reduz os níveis desse hormônio do estresse.
“Embora o ‘coquetel de cortisol’ seja promovido como solução fácil para combater o esgotamento, os dados científicos que sustentam essas alegações não são conclusivos”, afirmou a endocrinologista Jodi Nagelberg, professora assistente clínica de medicina.
“Pode até ser refrescante, mas dizer que esse coquetel resolve os efeitos do estresse crônico no corpo é, no mínimo, um exagero”, acrescenta a endocrinologista.
“Geralmente, não há necessidade de ‘consertar’ os níveis de cortisol, mas sim de atacar a causa subjacente do estresse crônico como forma de melhorar a saúde geral” (Imagem: Undrey/Shutterstock)
Nagelberg ressalta que os efeitos da maioria dos ingredientes dessa bebida sobre os níveis de cortisol não foram avaliados cientificamente de forma rigorosa — ou, quando foram, o efeito observado foi mínimo.
“Se alguém se sente melhor depois de tomar esse ‘antídoto’, não podemos descartar um efeito placebo”, disse ela. “Geralmente, não há necessidade de ‘consertar’ os níveis de cortisol, mas sim de atacar a causa subjacente do estresse crônico como forma de melhorar a saúde geral.”
Também é importante ressaltar que essa bebida, por ter alto teor de açúcar e não conter nutrientes reguladores de açúcar como fibras e proteínas, pode ser problemática para diabéticos. Além disso, seus altos níveis de potássio podem ser prejudiciais a pessoas com insuficiência renal ou doença renal crônica.
Brain rot
Após uma votação pública, o termo “brain rot” foi eleito como a Palavra do Ano de 2024 pela Oxford. A definição: “suposta deterioração do estado mental ou intelectual de uma pessoa, especialmente vista como resultado do consumo excessivo de conteúdo considerado trivial ou pouco desafiador (atualmente, especialmente conteúdo online)”.
Até que ponto consumir conteúdo “bobo” e simples é uma maneira saudável de escapismo? (Imagem: DimaBerlin/Shutterstock)
O que está em questão aqui: consumir conteúdo “bobo” é uma maneira saudável de fugir do “lado ruim” da realidade?
Para começar: “Embora o termo ‘brain rot’ possa soar como piada, se desligar assistindo a conteúdos curtos e estimulantes pode alterar o desenvolvimento e funcionamento do cérebro”, explicou Ekta Patel, professora assistente de psiquiatria da UC San Diego.
“Com o tempo, isso pode dessensibilizar o sistema de recompensa natural do cérebro, fazendo com que atividades cotidianas como trabalho, estudo, leitura ou conversas pareçam entediantes em comparação”, explica a professora.
Comportamentos associados ao “brain rot” podem ajudar na saúde mental, mas escapismo deve ser usado com muita cautela. (Imagem: Tirachard Kumtanom/Shutterstock)
Por um lado, Patel acredita que comportamentos associados ao “brain rot” podem ajudar na saúde mental. Mas o escapismo deve ser usado com muita cautela.
“Consumir conteúdo leve e positivo para relaxar ou se desconectar não é algo ruim por si só; na verdade, pode ser uma forma de autorregulação com baixo risco, se feito com moderação”, disse.
“Quando isso se torna a principal forma de lidar com o desconforto, pode se transformar em evasão emocional ou dissociação. A chave é a intenção. Estamos usando para recarregar gentilmente ou para nos desligar completamente do mundo interior? Essa pergunta ajuda a definir se é uma ferramenta de enfrentamento ou uma barreira à cura.”
Você entende melhor o que é “brain rot” e ainda aprende alguns caminhos para evitar que isso se torne um problema nesta edição do Olhar Digital News.
‘Sleepmaxxing‘
Vídeos sobre “sleepmaxxing” descrevem técnicas e produtos para melhorar o sono. Isso vai desde usar cobertores com peso até colar fita adesiva na boca para forçar a respiração pelo nariz.
Para começar: “Especialistas concordam que a duração ideal de sono é entre sete e nove horas por noite”, disse Michael McCarthy, professor de psiquiatria com foco em ritmos circadianos.
“Dormir pouco está associado a problemas de saúde, mas dormir mais de nove horas também está relacionado a resultados negativos, como maior mortalidade.”
Algumas dicas para melhorar o sono têm mérito, outras são balela (Imagem: Yuganov Konstantin / Shutterstock)
McCarthy concorda que algumas técnicas do sleepmaxxing têm mérito – por exemplo: manter o quarto escuro e fresco, gerenciar o estresse e usar ruído branco. Mas outras, como a técnica de colar a boca, “não foram bem estudadas e podem trazer efeitos colaterais inesperados”.
Ele ainda enfatiza que a preocupação excessiva com ter o “sono perfeito” pode ser prejudicial. “A ansiedade de qualquer tipo, inclusive a obsessão com o sono, pode causar distúrbios no sono”, alertou.
“Manter uma rotina regular de sono e vigília ajuda o corpo a reconhecer a hora de dormir. Passar tempo ao ar livre, especialmente pela manhã, é essencial para manter ritmos circadianos saudáveis.”
Manifestar é a ideia de que, ao acreditar fortemente em algo — autoconfiança, um relacionamento, dinheiro, casa nova, o emprego dos sonhos, saúde melhor — conseguimos fazer com que se torne realidade.
O conceito não é novo, mas ganhou popularidade nas redes sociais. Pode parecer pseudociência, mas com nomes como Oprah Winfrey por trás, não é difícil entender por que viralizou. E o que dizem especialistas?
“Manifesting” não é um conceito novo, mas ganhou popularidade nas redes sociais (Imagem: Natalie Sierra/Unsplash)
“Onde sua mente vai, sua energia flui”, disse E. Nathaniel Chapman, professor do Departamento de Psicologia da UC San Diego. “O otimismo é a base, mas é preciso agir para alcançar resultados duradouros.”
Para Chapman, decidir o que se quer na vida é apenas o primeiro passo. “O sentimento de que se merece algo sem esforço pode ser prejudicial”, alertou.
“Se você tem um objetivo claro e mantém o foco, seu cérebro começa a criar planos — mas você precisa colocá-los em prática. Aí, vêm os desafios. Nem todo plano vai funcionar, mas se você continuar ajustando e tentando, eventualmente alcançará seus objetivos.”
O governo brasileiro colhe os primeiros resultados de ter intensificado a corrida por investimentos de big techs. Um dos maiores exemplos é a decisão do TikTok de instalar um data center em Caucaia, município no Ceará. Mas um detalhe desta história preocupa, conforme apontado pelo Intercept Brasil.
Qual detalhe? Os possíveis impactos ambientais, especialmente diante do histórico de seca na região. O empreendimento, orçado em cerca de R$ 55 bilhões, será realizado pela Casa dos Ventos, empresa especializada em energia eólica. E já possui licença prévia para construção.
Apesar do histórico de seca, cidade no Ceará vai ter data center do TikTok por sua localização privilegiada
Caucaia foi escolhida estrategicamente por seu posicionamento geográfico privilegiado, segundo a reportagem.
A cidade fica perto de cabos submarinos que conectam o Brasil ao restante do mundo, o que facilita o trânsito de dados. Além disso, tem Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que oferece benefícios fiscais e menos burocracia para instalação de empresas.
Caucaia foi escolhida para receber data center de big tech por ficar perto de cabos submarinos e ter Zona de Processamento de Exportação (Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock)
A escolha do TikTok – que superou competidores como Google, Amazon, Facebook e Apple para receber o data center – foi consolidada em dezembro de 2024. Na época, representantes da empresa foram recebidos pelo presidente em exercício, Geraldo Alckmin (Lula estava ausente).
A ausência de algum representante do Ministério do Meio Ambiente nas reuniões decisivas chamou atenção;
Também não há indícios de que órgãos ambientais ou reguladores tenham sido consultados antes da concessão da licença prévia.
A preocupação de especialistas é o uso intensivo de água por data centers. Essas instalações dependem de milhões de litros de água para manter resfriamento de equipamentos. E operam 24 horas por dia, sete dias por semana. Essa demanda colide com a realidade climática de Caucaia.
Data centers dependem de milhões de litros de água para manter resfriamento de equipamentos (Imagem: Caureem/Shutterstock)
A cidade cearense enfrentou situações de emergência por estiagem e seca em 16 dos últimos 21 anos, segundo dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil e do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres. Em 2019, cerca de dez mil pessoas foram afetadas diretamente pela falta d’água.
O que mais preocupa: a instalação de um data center desse porte pode agravar ainda mais o acesso da população à água potável e pressionar os recursos hídricos locais.
Além de Caucaia, a reportagem aponta que outros três data centers estão em processo de autorização em regiões com histórico semelhante de estiagem. Entre eles, estão: Campo Redondo (RN) e Igaporã (BA).
Procurado pelo Intercept Brasil, o TikTok não se manifestou sobre o caso.
Já a Casa dos Ventos afirmou estar “empenhada em transformar o Porto do Pecém num complexo de inovação em tecnologia e transição energética”, com “o maior projeto de datacenter e hidrogênio verde do país”.
Além disso, a empresa disse que está “analisando oportunidades de parceria com companhias que possam ser complementares na viabilização dos empreendimentos”.
O TikTok foi banido dos Estados Unidos em 19 de janeiro, um dia antes da posse de Donald Trump. Já no dia seguinte, o presidente estendeu o prazo para a venda da rede social em território americano, para que possa continuar operando.
O prazo deveria terminar em 19 de junho, mas Trump já avisou que pode estender essa data mais uma vez. A declaração aconteceu no programa “Meet the Press with Kristen Welker”, da NBC News, gravado na sexta-feira (02) e que foi ao ar no domingo (04).
Na entrevista, o republicano também afirmou que tem uma “relação especial” com o TikTok, depois que a plataforma ajudou o então candidato à presidência conversar com um público de eleitores mais jovens durante a campanha.
TikTok foi banido após decisão do Congresso dos EUA (Crédito: Below the Sky / Shutterstock)
Prazo para venda do TikTok acaba em 19 de junho
O TikTok foi banido dos Estados Unidos por preocupações com privacidade e segurança, envolvendo um possível acesso da China a dados de usuários americanos. Isso porque a ByteDance, controladora da rede social, é chinesa.
Como solução, a empresa precisaria vender o controle da plataforma para companhias dos EUA. Um acordo nesse sentido não aconteceu e a rede social saiu do ar no dia 19 de janeiro.
Rumores de venda já surgiram… mas nenhum negócio foi concretizado (Imagem: Mamun_Sheikh/Shutterstock)
Em 20 de janeiro, dia seguinte, Trump assumiu a presidência e prorrogou o prazo para venda do TikTok no país:
Na ocasião, o republicano afirmou em publicação na Truth Social que uma transação deste tipo requer mais tempo;
Ele revelou que estendeu o prazo em mais 75 dias. Desde então, surgiram boatos de venda, mas nada foi concretizado;
Com o adiamento da suspensão, o TikTok voltou a funcionar nos EUA.
O TikTok foi multado em €530 milhões (cerca de R$ 3,38 bilhões) por violar as leis de privacidade de dados da União Europeia. As informações são do New York Times.
A penalidade, anunciada pela Comissão Irlandesa de Proteção de Dados, ocorreu após constatação de que a plataforma transferiu indevidamente dados pessoais de usuários europeus para a China, sem garantir os padrões mínimos de proteção exigidos pelo Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR).
Segundo os reguladores, a empresa não implementou salvaguardas adequadas para impedir o acesso de funcionários chineses a essas informações, expondo milhões de usuários a riscos.
As autoridades alertaram ainda que, sob as leis de segurança e espionagem da China, o governo daquele país poderia acessar esses dados. Com cerca de 175 milhões de usuários no continente europeu, o TikTok é alvo crescente de preocupação entre governos ocidentais sobre a proteção de dados e segurança nacional.
TikTok é penalizado por falhas na proteção de dados na Europa – Imagem: BINK0NTAN/Shutterstock
TikTok alega que vai recorrer da decisão
A ByteDance, controladora chinesa do TikTok, já enfrenta pressões semelhantes nos Estados Unidos, onde autoridades tentam forçar a venda da plataforma ou impor um possível banimento.
Em resposta, o TikTok afirmou que cumpre as leis da União Europeia e que nunca recebeu solicitações de dados por parte do governo chinês.
A empresa disse ainda que vai recorrer da decisão, o que pode levar a uma longa disputa judicial com o governo irlandês — responsável pela fiscalização da empresa na Europa, já que sua sede regional está localizada na Irlanda.
O TikTok criticou a decisão por não considerar investimentos recentes, como um plano de € 12 bilhões para reforçar a proteção de dados, incluindo a construção de um data center na Finlândia.
Usuários europeus desprotegidos
A Comissão Irlandesa também afirmou que, mesmo após negar repetidamente, o TikTok revelou recentemente ter identificado dados de usuários armazenados em servidores na China.
Caso a empresa não cumpra determinadas exigências, poderá ser obrigada a interromper a transferência de dados para a China no prazo de seis meses.
A decisão é vista como um marco nas tentativas da União Europeia de impor seus regulamentos de privacidade sobre grandes empresas de tecnologia com atuação global.
Empresa contesta decisão e diz que investiu bilhões para cumprir regras da UE – Imagem: 19 STUDIO/Shutterstock
Um levantamento realizado pela empresa de cibersegurança ESET aponta que o algoritmo do TikTok está recomendando vídeos de saúde e bem-estar criados por inteligência artificial. O problema é que estes conteúdos também usam informações totalmente falsas.
Os vídeos são gerados a partir de técnicas de deepfake. Segundo o trabalho, a divulgação deste tipo de conteúdo pode gerar riscos para a saúde dos usuários, uma vez que são recomendados tratamentos ineficazes e até curas falsas para uma série de doenças.
Conteúdos podem gerar riscos para a saúde das pessoas
O relatório ainda aponta que os vídeos falsos têm como objetivo vender produtos sem eficácia comprovada de forma científica ou simplesmente gerar engajamento para as contas. Dessa forma, no entanto, eles podem prejudicar tratamentos reais de pessoas com alguma condição médica.
Vídeos são criados a partir de técnicas de deepfakes (Imagem: R.bussarin/Shutterstock)
Durante a pesquisa foram encontrados mais de 20 perfis no TikTok e no Instagram usando falsos médicos gerados por IA. Vários deles foram tirados do ar depois da denúncia, mas a facilidade de criação de deepfakes dificulta a eliminação completa destes conteúdos.
Segundo o trabalho, os conteúdos falsos simulam formatos reais de vídeo. A fala promove suplementos vendidos por um perfil específico ou cita produtos naturais como mais eficazes que remédios para certas doenças. Em alguns casos, imagens de médicos de verdade são recriadas digitalmente para dar maior credibilidade a o vídeo.
O TikTok segue ampliando seu domínio no mercado de vídeos curtos, enquanto gigantes da tecnologia como Meta e Google correm para tentar alcançá-lo.
Desde seu lançamento global em 2016, o aplicativo da ByteDance conquistou mais de 1,12 bilhão de usuários ativos mensais e mantém usuários americanos conectados por, em média, 108 minutos diários, como mostra a CNBC.
A popularidade do TikTok forçou outras plataformas a adaptarem suas estratégias. Instagram Reels, YouTube Shorts e até o LinkedIn investem em formatos similares, mas ainda não atingiram o nível de precisão algorítmica do TikTok.
Segundo especialistas, a plataforma se consolidou como um verdadeiro centro digital para a geração mais jovem, influenciando entretenimento, notícias e até hábitos de compra.
Enquanto TikTok cresce, YouTube e Instagram lutam para manter o ritmo – Imagem: 19 STUDIO/Shutterstock.
Vídeos curtos podem ser prejudiciais para o cérebro
Apesar do sucesso, o formato de vídeos curtos levanta preocupações.
Pesquisadores apontam que o consumo intenso desse tipo de conteúdo pode prejudicar a capacidade de atenção, afetar o sono e aumentar a ansiedade, especialmente entre os mais jovens.
A dinâmica de rolagem infinita, que prende o usuário em breves picos de atenção, marca uma mudança profunda em como consumimos entretenimento.
Lucrar com os vídeos curtos não é fácil
Outro desafio é a monetização. Embora o TikTok tenha gerado cerca de US$ 23,6 bilhões em receita publicitária no último ano, criadores frequentemente ganham pouco com conteúdos virais.
O YouTube Shorts e o Instagram Reels também enfrentam dificuldades em tornar o formato curto rentável, apesar de iniciativas como parcerias de marca e testes de novos recursos.
Com a ameaça de restrições ao TikTok nos EUA devido à sua propriedade chinesa, empresas como Meta e YouTube estão se preparando para capturar parte do mercado publicitário. Ainda assim, permanece a pergunta: os concorrentes conseguirão realmente acompanhar a velocidade de inovação do TikTok?
Vídeos curtos conquistam usuários e transformam redes sociais, mas geram preocupações com a saúde mental – Imagem: Ascannio / Shutterstock
Segundo informações divulgadas pela Reuters, a ByteDance, dona do TikTok, está planejando investir em um data center no Brasil. O projeto aproveitaria a vasta quantidade de energia eólica na costa nordeste brasileira.
Para tanto, a empresa chinesa estaria negociando parceria com a geradora de energia renovável Casa dos Ventos visando a construção de instalação no complexo portuário do Pecém, localizado no Ceará.
A proposta da ByteDance vem em momento no qual o Brasil quer se consolidar como centro global de data centers. Isso pode ser visto no plano da Scala Data Center, que consiste em construir verdadeira “cidade data center” no sul do País.
Empresa chinesa pode transformar Brasil em seu pilar de suas operações no Hemisfério Ocidental (Imagem: Ascannio/Shutterstock)
Características do possível data center brasileiro do TikTok
Segundo a agência de notícias, as negociações iniciais visam um data center de 300 MW, podendo ser expandido para 900 MW em uma eventual segunda fase;
Contudo, a demanda total do projeto poderá chegar a quase 1 GW;
Caso isso se concretize, o Brasil será um pilar das operações da ByteDance no Hemisfério Ocidental;
E não é só o País que está na mira da chinesa: em fevereiro, ela anunciou que deve investir US$ 8,8 bilhões (R$ 50,01 bilhões, na conversão direta) em data centers na Tailândia durante cinco anos.
Pecém é um ponto estratégico para data centers, pois é onde existem estações de aterrissagem de cabos submarinos próximas e possui concentração de energia renovável.
A Casa dos Ventos tem parceria, desde 2022, com a TotalEnergies. A geradora de energia renovável já solicitou conexão à rede para criação de projeto de data center justamente em Pecém.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a princípio, não aceitou o pedido por preocupações com a estabilidade da rede, pois as instalações da região demandam muita energia.
Dessa forma, o Ministério de Minas e Energia (MME) estaria avaliando aumentar a capacidade de rede para projetos de data center em Pecém e em outras áreas.
O que dizem os citados
Nem MME, nem TikTok responderam aos pedidos de contato da Reuters. A agência de notícias não conseguiu contato com a ByteDance. Contudo, a Casa dos Ventos enviou um comunicado oficial, se esquivando de sua suposta relação com a ByteDance, afirmando apenas que está “comprometida em transformar o porto do Pecém em um polo de inovação tecnológica e transição energética“.
Projeto da controladora do TikTok pode consolidar o Brasil como polo de data centers (Imagem: Nomad_Soul/Shutterstock)
“A empresa está desenvolvendo o maior data center e projeto de hidrogênio verde do país, que será alimentado por energia renovável de seu portfólio. No desenvolvimento de ambos os projetos, está avaliando oportunidades de parceria com empresas que possam apoiar sua implementação”, concluiu.
O Olhar Digital entrou em contato com a Pasta, com a rede social, com sua controladora e com a Casa dos Ventos e aguarda retorno.