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Quais as aranhas mais perigosas do Brasil?

As aranhas sempre despertaram fascínio e medo na mesma medida. Suas teias complexas, habilidades únicas e aparência peculiar já renderam incontáveis curiosidades – e até filmes de terror.

Apesar da má fama, a verdade é que, entre as quase 50 mil espécies de aranhas conhecidas no mundo, apenas uma pequena fração oferece risco real aos humanos.

No Brasil, esse número é ainda mais restrito: apenas três espécies são consideradas perigosas. A seguir, mostramos quais são elas, os cuidados essenciais e o que fazer para evitar acidentes.

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Conheça as aranhas mais perigosas do Brasil

As aranhas são em sua maioria animais que evitam o confronto com humanos, sobretudo as menores. A tendência é que ela reaja apenas quando incomodada ou apertada. O Brasil tem em média 30 mil acidentes por ano, com cerca de 18 óbitos. Em 2023, porém, chegamos a ter 39 mortes no país.

Dentre as quatro espécies de aranhas mais venenosas do mundo, três estão presentes no Brasil, e você as conhecerá a seguir.

Peçonhentas ou venenosas?

A diferença entre os animais venenosos e peçonhentos é que, embora ambos consigam produzir substâncias tóxicas, apenas os peçonhentos possuem estruturas capazes de inocular (injetar) essas substâncias em suas presas ou vítimas. As aranhas então pertencem ao grupo dos peçonhentos como as cobras e escorpiões.

Vamos conhecer as aranhas brasileiras que podem representar algum perigo para as pessoas.

1. Aranha Armadeira (Phoneutria)

Encontrada comumente nas folhas da bananeira, também é conhecida como “aranha bananeira”. O Guinness Book a considera a mais venenosa do mundo, pois testes com poucas quantidades do seu veneno são capazes de matar um camundongo. Seu gênero científico “Phoneutria” significa “assassina”.

Aranha Armadeira gosta de ficar entre as folhas das bananeiras (Imagem: Tobias Hauke / Shutterstock.com)

É uma aranha agressiva, quando incomodada costuma levantar as patas da frente e é capaz de saltar sobre a vítima, daí o seu nome “armadeira”.

Tem cor castanho escuro, perto dos ferrões os pelos são vermelhos. Pode chegar a 15 cm de envergadura. Sua picada é dolorosa e provoca suor, arrepios, náuseas, hipotermia, visão conturbada, tontura, alterações na pressão arterial, convulsões. Nos homens pode provocar priapismo (ereção dolorosa e duradoura).

No ambiente doméstico pode procurar abrigo nos calçados, roupas e cortinas de casa. Para combater seu veneno usa-se soro antiaracnídico, que deve ser administrado o mais rápido possível para evitar complicações ou acidentes fatais.

2. Aranha viúva-negra

A viúva-negra representa risco a saúde caso venha a picar um ser humano. Presentes em praticamente todo o mundo, tem mais de 30 espécies conhecidas. O seu veneno produz dores musculares, alterações cardiorrespiratórias, tremores, náuseas e suor.

Não são agressivas e são chamadas assim porque, durante a cópula, costumam matar e devorar o macho. As fêmeas, com três centímetros de envergadura, são maiores que os machos (que não passam de 6 milímetros).

Viúva-Negra, uma das aranhas mais temidas do mundo (Imagem: @jgiammatteo/PIxabay)

São fáceis de se reconhecer pelas cores entre preto, marrom e vermelho, possuem o desenho de uma “ampulheta” no abdômen. Com teias irregulares e grandes tem hábitos mais sedentários.

3. Aranha-marrom (Loxosceles)

Essa aranha é pequena, tem de 2 a 5 centímetros de envergadura, e é facilmente confundida com as aranhas “de banheiro” que são comuns e inofensivas, por isso talvez é a campeã em acidentes no Brasil.

Aranha Marrom é uma das mais comuns em acidentes no Brasil (Imagem: @wirestock/Freepik)

Se adaptam nas casas e passam despercebidas em roupas e sapatos. Presentes nas regiões Sul e Sudeste do país. Elas tem formato de pera, e o tom da sua coloração é marrom, daí o seu nome.

Suas teias são irregulares e densas, parecem chumaços de algodão e têm hábitos noturnos, essa é uma diferença importante com as aranhas comuns. Elas podem se esconder em pequenas frestas, buracos na madeira, e durante o dia parecem nem existir, porém, ao anoitecer, saem das tocas e ficam a espreita de comida.

Sua picada quase não provoca dor, mas evolui em poucas horas causando necrose da pele, sem tratamento pode danificar os rins e causar a morte.

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Ozempic: como funciona o remédio à base de semaglutida, segundo especialista

É possível que você já tenha ouvido falar do medicamento chamado Ozempic, já que ele tem ocupado lugar na mídia e nas redes sociais, tendo sido envolvido em controvérsias.

No início de 2023, o apresentador do Oscar, Jimmy Kimmel, chegou a fazer piadas com seu uso na festa do cinema.

Na ocasião, ele disse: “Todo mundo parece ótimo. Quando olho ao redor desta sala, não consigo deixar de me perguntar: Ozempic é o produto certo para mim?”.

Apesar de ser usado na perda de peso, este medicamento é voltado para tratamento de pacientes com diabetes tipo 2. Ou seja, quando uma pessoa usa Ozempic para emagrecer, ela está fazendo um uso errado desse remédio.

Para entender melhor como Ozempic funciona, a forma de atuação, a indicação e os riscos, entrevistamos a especialista Dra. Priscila Cardoso. Confira a seguir!  

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Ozempic: como funciona

O principio ativo do Ozempic é a semaglutida que foi aprovada inicialmente para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 na dose de até 1mg por semana.

Depois foram feitos mais estudos, agora em pacientes sem diabetes, e a semaglutida foi aprovada também para o tratamento de obesidade, na dose de até 2,4 mg por semana. Quando foi liberada para o tratamento de obesidade, recebeu um novo nome, o Wegovy, e uma nova bula. Ambos injetáveis, via subcutânea.

É preciso prescrição médica para se adquirir o medicamento (Freepik)

A explicação e as respostas foram dadas pela Dra. Priscila Cardoso, endocrinologista da clínica Synesis, localizada na zona oeste de São Paulo. ” O Ozempic e o Wegovy têm o mesmo principio ativo, a semaglutida, o que muda é a dose e a bula”, explica ela. 

A semaglutida, para tratamento de diabetes mellitus tipo 2, está disponível também na forma de comprimidos, para uso diário, via oral, com o nome comercial Rybelsus. 

Ozempic: para que serve?

A semaglutida é semelhante a um hormônio produzido no nosso trato gastrointestinal, chamado GLP-1, e atua nos receptores desse hormônio em vários órgãos do corpo humano, aumentando a sensibilidade à insulina.

No pâncreas, ela aumenta a produção e liberação de insulina em resposta à glicose e reduz a liberação de glucagon (hormônio que aumenta a glicose no sangue). No músculo, ela aumenta a entrada de glicose nas células; e no estômago, retarda o esvaziamento. Finalmente, no hipotálamo, tem um efeito importante de diminuição do apetite.

Assim, justamente por atuar em tantos pontos do metabolismo da glicose, a semaglutida apresenta um ótimo resultado no controle do diabetes mellitus tipo 2.

Dra. Priscila Cardoso é endocrinologista com registros profissionais CRM 144424 | RQE 60595 (Divulgação)

Ozempic é eficaz?

Ele é muito eficaz no tratamento de diabetes tipo 2, com uma redução média de hemoglobina glicada entre 1,5 e 2. Atualmente, é a medicação mais eficaz para o tratamento de diabetes mellitus tipo 2 disponível nas farmácias aqui no Brasil. Só perde para o Mounjaro (tirzepatida) que já foi aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e chegará em junho de 2025 nas farmácias aqui no Brasil.

Ozempic é para emagrecer?

Não, o Ozempic não é voltado para o emagrecimento. Mas, ele pode provocar a perda de peso como um efeito secundário no tratamento para o diabetes mellitus tipo 2. Nos estudos com a dose de 1 mg por semana (para tratamento de diabetes) os pacientes perderam cerca de 5 a 7% do peso inicial.

No entanto, o Wegovy – também da Novo Nordisk – pode ser usado em pacientes com sobrepeso ou obesidade que tenham comorbidades associadas ao excesso de peso. Em estudos com foco na obesidade, a dose de 2,4 mg de semaglutida por semana provocou uma perda de peso em torno de 15 a 20%, sendo que cerca de um terço dos pacientes perdeu mais de 20% do peso inicial.

Há riscos no uso do Ozempic?

Os principais efeitos colaterais são náusea e vômito, também é comum dar constipação e refluxo gastroesofágico. Geralmente esses sintomas melhoram após algumas semanas. Há um aumento no risco de formação de cálculo biliar, associado a perda de peso rápida que pode ocorrer com o uso da medicação. 

Isoladamente, não causa hipoglicemia, mas se usado com outras medicações para diabetes, como insulina ou sulfonilureias pode ocorrer hipoglicemia.

Exercício físico é fundamental para boa saúde do corpo e da mente (Freepik)

Ozempic precisa de receita?

Inicialmente, o Ozempic era vendido com receita médica simples. Mas, a Anvisa determinou, no dia 16 de abril, que a retenção de receita médica será obrigatória para esse e outros medicamentos, como Wegovy, Saxenda e similares. Serão duas vias, como a de antibiótico, tendo validade de 90 dias após a emissão.

“É importante ressaltar que o acompanhamento médico é essencial para um bom resultado no tratamento, controle de efeitos colaterais, ajuste de dose, associação com outras medicações e na manutenção do peso perdido”, afirma a Dra. Priscila.

Todos perdem peso com o uso do Ozempic?

É preciso deixar claro que nem todos os pacientes que usaram Ozempic perderam peso. Tem uma pequena porcentagem de pacientes que não respondem à medicação. “Cerca de 15% dos pacientes não perderam nem 5% do peso inicial, mesmo no estudo com a dose de 2,4mg”, afirma a médica.

Todo remédio precisa sempre contar com o acompanhamento médico para que seu uso seja seguro e o paciente tenha benefícios. Tenha sempre responsabilidade com a sua saúde.

As informações presentes neste texto têm caráter informativo e não substituem a orientação de profissionais de saúde. Consulte um médico ou especialista para avaliar o seu caso.

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Por que Abby e Ellie se tornam inimigas em The Last Of Us?

A segunda temporada de The Last Of Us mal começou e trouxe para os fãs o gosto amargo da vingança e suas consequências. Para quem acompanha os jogos da franquia “The Last Of Us”, sabe o que esperar da trama que segue o destino de Ellie e Abby, ambas com realidades que se chocam de forma brutal e que elevam o clima das telinhas. Quer saber o que tornou Abby e Ellie inimigas mortais? Descubra no texto abaixo.

ALERTA DE SPOILERS: a partir daqui, este texto contém informações que podem estragar o elemento surpresa da série.

Por que Abby e Ellie se tornam inimigas em The Last Of Us?

Para entender como a segunda temporada de “The Last of Us” se transforma em uma intensa caçada por vingança, é preciso voltar no tempo e revisitar os eventos que entrelaçaram os destinos de Joel (Pedro Pascal), Abby (Kaitlyn Dever) e Ellie (Bella Ramsay).

Joel é a peça-chave nessa conexão. Nos minutos finais da primeira temporada, ele extermina o grupo dos Vaga-lumes (Fireflies), uma facção que buscava uma cura para a infecção por meio de uma cirurgia em Ellie – um procedimento que, inevitavelmente, resultaria em sua morte.

Movido por um turbilhão de sentimentos, Joel mata todos os membros do grupo e salva Ellie, protagonizando uma das cenas mais marcantes da primeira temporada.

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Entre as vítimas está o pai de Abby, o cirurgião-chefe dos Vaga-lumes e responsável pela operação. A perda do pai e a destruição do grupo empurram Abby para um novo caminho. Em busca de sobrevivência e propósito, ela se junta ao grupo militar conhecido como WLF (Lobos), enquanto alimenta silenciosamente o desejo de vingança.

Durante anos, ela procura Joel – e a oportunidade perfeita surge cinco anos depois, quando ele a salva de um ataque de infectados durante uma patrulha com Dina (Isabela Merced). Em relação ao jogo, há uma pequena diferença, Joel realizada a patrulha com Tommy.

Segunda temporada de The Last Of Us se torna uma caça a vingança (Reprodução: Instagram/Max Brasil).

É nesse momento que os caminhos de Abby e Ellie se cruzam de forma trágica. Ellie presencia Abby matar Joel brutalmente com um taco de golfe, em uma cena cruel e visceral. A partir daí, o ciclo da vingança continua. Tomada pela dor e pela raiva, Ellie jura matar Abby.

Sua jornada em busca de Abby e de seu grupo em Seattle se torna um mergulho sombrio em sentimentos de perda, culpa e remorso — uma trilha marcada pela sede de vingança, que transforma profundamente a vida de ambas.

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Bioluminescência: como e por que há animais que brilham?

A bioluminescência, a capacidade de organismos vivos de emitir luz, é uma adaptação fascinante que desempenha papéis fundamentais na sobrevivência e evolução de inúmeras espécies.

Essa característica evoluiu independentemente em diversos grupos ao longo da história da vida, sendo especialmente prevalente em ambientes marinhos profundos. Estima-se que 76% dos organismos da zona mesopelágica (que vivem de 200 a 1.000 metros de profundidade) apresentam algum nível de bioluminescência.

Como funciona a bioluminescência

De acordo com o artigo “Evolution of Bioluminescence in Anthozoa with Emphasis on Octocorallia”, a bioluminescência em octocorais (Anthozoa) remonta a mais de 540 milhões de anos e teria surgido como uma resposta a ambientes com pouca luz, proporcionando uma vantagem competitiva a organismos capazes de produzir luz. A descoberta foi publicada em 2023 no periódico Proceedings of the Royal Society B por Danielle M. DeLeo e colaboradores.

Esses organismos, encontrados predominantemente em águas profundas, utilizam a bioluminescência como um mecanismo multifuncional: para defesa, atração de presas e comunicação intraespécie. A pesquisa revela que a luz emitida por esses corais é resultado de proteínas fotônicas especializadas, que se ativam em resposta a estímulos externos, como o movimento de predadores ou correntes de água.

Medusas, como a Aequorea victoria, produzem luz por meio da interação entre a luciferina, uma molécula emissora de luz, e a enzima luciferase. Esse processo químico, chamado oxidação da luciferina, libera energia na forma de fótons, gerando luz fria, que não emite calor.

Fenômeno da bioluminescência observado em Aequorea victoria. Imagem: GaryKavanagh / iStock

O mesmo mecanismo é encontrado em peixes como o peixe-pescador, que utiliza um apêndice luminoso para atrair presas, e em polvos e lulas, que emitem flashes de luz para confundir predadores.

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Diversidade de organismos com bioluminescência

Entre os organismos terrestres, os vaga-lumes são exemplos emblemáticos. Esses insetos utilizam sua bioluminescência para comunicação reprodutiva, emitindo padrões de luz específicos para atrair parceiros.

Em fungos, como os do gênero Mycena, a bioluminescência pode servir para atrair insetos que ajudam na dispersão de esporos. Embora menos estudada, a bioluminescência em fungos também segue o mesmo princípio químico, envolvendo luciferina e luciferase.

Exemplo do brilho do fungo em um cogumelo
Exemplo do brilho fúngico na natureza (Imagem: Reprodução/YouTube/Empa-TV)

Há também organismos microscópicos, como dinoflagelados, presentes no plâncton marinho, que emitem flashes de luz quando são agitados pelo movimento das ondas ou pelo movimento de nadadores, causando o espetáculo raros das águas brilhantes nas praias.

O mais famoso exemplo desse fenômeno ocorre em algumas praias tropicais e subtropicais, como as de Porto Rico, Bahamas e até no Brasil. Esses dinoflagelados possuem uma reação bioquímica que resulta na emissão de luz fria, iluminando a água ao serem perturbados.

água da praia brilhando devido a bioluminescência de dinoflagelados.
Praia com fenômeno de biolominescência. (Imagem: RugliG/Shutterstock)

Aplicações científicas

Além de seu papel ecológico, a bioluminescência tem aplicações práticas significativas. Um exemplo é o uso da proteína fluorescente verde (GFP), derivada da água-viva Aequorea victoria.

Essa proteína revolucionou a pesquisa científica ao permitir o rastreamento de processos celulares em organismos vivos, técnica que rendeu o Prêmio Nobel de Química em 2008. Hoje, o GFP é amplamente usado em estudos de biologia molecular e biomedicina.

A bioluminescência não é apenas um fenômeno biológico fascinante, mas também um lembrete da capacidade adaptativa da vida em ambientes extremos. Como destaca DeLeo, “a conservação de habitats marinhos profundos é vital para proteger esses organismos únicos e os ecossistemas que eles sustentam.”

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O que acontece se você segurar um espirro? Entenda as piores consequências

Segurar um espirro pode parecer algo banal, um gesto automático, muitas vezes feito por educação ou para evitar chamar atenção em público. No entanto, o que parece inofensivo pode trazer riscos reais à saúde. 

Neste artigo, vamos explicar o que acontece no corpo durante um espirro, por que é perigoso tentar reprimi-lo e quais são as consequências médicas mais graves que essa atitude pode provocar. 

Como funciona o espirro no corpo

O espirro, também chamado de esternutação, é um reflexo involuntário e poderoso que serve como defesa natural do organismo. Ele ocorre quando algo irrita as vias nasais: poeira, pólen, fumaça, perfumes fortes, pelos de animais ou mesmo uma infecção viral, como o resfriado.

Essa irritação ativa terminações nervosas na mucosa nasal, que enviam um sinal ao cérebro. O sistema nervoso central então aciona uma sequência de reações rápidas que culminam na expulsão do ar pelos pulmões, passando pelo nariz e pela boca, numa velocidade que pode ultrapassar 160 km/h.

Jovem mulher espirrando devido a alergia. Sensação de mal-estar com nariz escorrendo. / Crédito: Mix and Match Studio (Shutterstock/reprodução)

Músculos do peito, abdômen e diafragma se contraem violentamente para forçar a saída do ar. Ao mesmo tempo, a glote se fecha por um instante, aumentando ainda mais a pressão interna antes de liberar o ar de uma vez. É esse mecanismo que garante a expulsão de partículas indesejadas, protegendo o sistema respiratório.

Por que é perigoso segurar um espirro?

Quando uma pessoa tenta segurar um espirro, normalmente tampando o nariz e a boca, ela impede que o corpo libere a pressão de forma natural. Com isso, o organismo redireciona essa pressão para dentro. Esse desvio pode provocar um aumento brusco da pressão no crânio, no tórax e no abdômen, fazendo o ar circular por regiões que não foram feitas para suportar tanta força.

Mulher com lenço assoando o nariz escorrendo ao ar livre. Sintoma de resfriado. / Crédito: New Africa (Shutterstock/reprodução)

Esse ar pode ir para os ouvidos, aumentando o risco de romper o tímpano. A pressão também pode atingir os seios da face, a garganta ou vasos sanguíneos da cabeça, o que pode causar rompimentos, sangramentos ou dores intensas.

Quais as consequências mais perigosas?

Reprimir um espirro pode gerar uma série de complicações médicas, como:

  • Ruptura do tímpano: a pressão pode danificar o ouvido médio, provocando dor, zumbido e até perda auditiva temporária.
  • Ruptura da garganta: há relatos médicos raros, mas reais, de lesões graves causadas por espirros contidos. Um caso famoso no Reino Unido envolveu um homem que precisou ser internado após romper parte da faringe ao tentar segurar um espirro.
  • Hemorragias oculares: o aumento súbito da pressão pode causar rompimento de vasos nos olhos, gerando manchas vermelhas ou, em casos extremos, afetando a visão.
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC): em pessoas com fragilidade vascular, a pressão interna pode romper vasos cerebrais, provocando um AVC hemorrágico.
  • Pneumotórax: um espirro contido pode gerar acúmulo de ar entre o pulmão e a parede torácica, causando colapso pulmonar.
Jovem homem espirrando. / Crédito: VidMore (Shutterstock/reprodução)

Esses efeitos, embora raros, são suficientemente graves para que especialistas desaconselhem fortemente segurar um espirro.

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Mitos e verdades sobre espirrar

Jovem espirrando e com nariz escorrendo, sentado em um banco ao ar livre, em frente a um prédio comercial. / Crédito: voronaman (Shutterstock/reprodução)

É impossível espirrar de olhos abertos?

Verdade. O reflexo de fechar os olhos durante um espirro é automático e serve como proteção contra partículas expelidas e contra a pressão que pode afetar os olhos.

Segurar o espirro só causa um desconforto leve?

Mito. Como vimos, a prática pode gerar desde dor de ouvido até quadros clínicos graves.

Espirrar espalha doenças?

Verdade. Um único espirro pode liberar até 40 mil gotículas no ar, que podem conter vírus e bactérias. Por isso, é essencial cobrir o nariz e a boca com um lenço ou com o braço (nunca com as mãos) ao espirrar.

É possível espirrar dormindo?

Mito. Durante o sono profundo, os músculos responsáveis por espirrar estão relaxados e o reflexo é suprimido. Se houver forte irritação nasal, a pessoa acorda antes de espirrar.

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Por que há animais de sangue quente e frio?

Você já ouviu falar que répteis têm “sangue frio” e mamíferos, “sangue quente”? Essa classificação vai muito além de uma curiosidade biológica – ela influencia diretamente como os animais vivem, se movimentam, caçam e sobrevivem no ambiente.

O controle da temperatura corporal é um dos fatores mais importantes para o funcionamento do organismo, e diferentes estratégias evolutivas surgiram para lidar com isso.

Mas, afinal, o que esses termos significam de verdade? Ser de sangue quente ou frio não tem a ver literalmente com a temperatura do sangue, e sim com como o corpo regula o calor interno. Essa diferença explica por que um lagarto precisa se aquecer ao sol e um cachorro pode correr no frio.

O que significa o sangue ‘frio’ e ‘quente’ nos animais?

Na biologia, os termos “sangue frio” e “sangue quente” são maneiras populares de descrever duas estratégias diferentes de regulação térmica: a ectotermia e a endotermia.

Animais ectotérmicos, como répteis, peixes e anfíbios, dependem do ambiente externo para controlar sua temperatura corporal. Já os endotérmicos, como mamíferos e aves, produzem calor internamente por meio do metabolismo, o que permite que mantenham a temperatura estável mesmo com variações no clima.

Essa diferença afeta profundamente o comportamento e o metabolismo das espécies. Ectotérmicos geralmente possuem um metabolismo mais lento, o que os torna mais econômicos em termos de gasto energético, mas também mais dependentes das condições do ambiente para se manterem ativos. Isso influencia seus hábitos de alimentação, movimentação e caça, que costumam se concentrar em horários mais quentes do dia.

O urso polar, mamífero que vivem em condições extremas de temperatura. (Imagem: Agami Photo Agency / Shutterstock)

Já os endotérmicos têm um metabolismo acelerado, consomem mais energia e precisam se alimentar com mais frequência para manter a temperatura corporal, o que favorece maior resistência e independência das condições externas, permitindo a ocupação de habitats bem diversos.

Um estudo publicado na Nature Ecology & Evolution (2017) aponta que a endotermia foi um dos fatores-chave para a conquista de diferentes habitats, inclusive regiões polares.

Há ainda debates sobre como essas estratégias influenciam a longevidade. Animais com metabolismo mais lento, como os ectotérmicos, em alguns casos parecem envelhecer mais devagar, mas isso não significa que realmente vivam mais.

Fatores como pressão predatória, genética e ambiente têm grande peso na expectativa de vida. A termorregulação, portanto, pode ser uma peça do quebra-cabeça – mas não é, por si só, determinante.

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Quais animais têm sangue quente e frio?

Embora existam milhares de espécies com diferentes estratégias de regulação térmica, alguns exemplos ajudam a ilustrar bem as principais diferenças entre animais de sangue quente e sangue frio:

Animais de sangue quente (endotérmicos):

  • Leão (Panthera leo): mamífero predador que pode caçar durante o dia ou à noite, graças à sua capacidade de manter o corpo aquecido independentemente da temperatura externa.
  • Morcego (Chiroptera): pequeno mamífero voador que regula sua temperatura mesmo em voos noturnos e alimentações constantes.
  • Pinguim-imperador (Aptenodytes forsteri): aves como os pinguins mantêm a temperatura corporal estável mesmo em ambientes extremamente gelados da Antártida.
Pinguim-imperador. (Imagem: Dennis Stogsdill/Shutterstock)

Animais de sangue frio (ectotérmicos):

  • Cobra (Boidae e Colubridae): precisam se aquecer ao sol antes de sair para caçar; sua atividade é altamente dependente da temperatura externa.
  • Jacaré (Alligator mississippiensis): reduz a atividade durante o frio e fica imóvel por horas, usando a energia de forma extremamente eficiente.
  • Tartaruga-verde (Chelonia mydas): nada longas distâncias, mas alterna períodos de intensa atividade com descanso, aproveitando o calor da água ou do sol.
Imagem mostra um jacaré-norte-americano de boca aberta, ele tem uma das mordidas mais fortes entre os répteis
Jacaré. (Imagem: ventdusud / Shutterstock)

Sangue quente vs sangue frio

Animais de sangue frio realmente têm baixa temperatura no sangue?

Não exatamente. Sangue “frio” e “quente” são expressões populares que se referem à forma como o animal regula sua temperatura, e não à temperatura real do sangue. Um animal de ectotérmico pode atingir altas temperaturas se estiver em um ambiente quente, enquanto um endotérmico pode ter sua temperatura corporal reduzida em situações como hibernação. Esses termos surgiram porque os ectotérmicos costumam ter o corpo frio ao toque, o que levou à ideia de que seu sangue também seria frio – já os endotérmicos mantêm o corpo aquecido o tempo todo, reforçando a ideia de “sangue quente”.

Um animal de sangue quente pode se alimentar de um de sangue frio?

Sim, isso acontece com frequência – aves, mamíferos e até répteis carnívoros comem animais ectotérmicos. O contrário também pode ocorrer: jacarés e cobras, por exemplo, podem se alimentar de aves ou pequenos mamíferos.

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Por que temos a sensação de estar caindo durante o sono?

A sensação de estar caindo durante o sono é algo que muitas pessoas já experimentaram ao menos uma vez na vida. Essa experiência súbita e desconfortável, geralmente acompanhada de um espasmo muscular ou um sobressalto, ocorre logo no início do sono e pode até despertar a pessoa de forma abrupta. 

Embora pareça assustadora, trata-se de um fenômeno comum e geralmente inofensivo chamado sobressalto hipnagógico, espasmo do sono ou até mioclonia do sono.

Neste artigo, vamos explorar o que causa essa sensação, quais são os fatores que a intensificam e como ela pode ser evitada

O que é o sobressalto hipnagógico (sobressalto do sono)?

O sobressalto hipnagógico é um tipo de contração muscular involuntária que acontece durante a transição entre a vigília e o sono. Nessa fase, chamada de fase hipnagógica, o corpo começa a relaxar enquanto a mente ainda está parcialmente desperta. 

Homem caindo. / Crédito: Yupa Watchanakit (Shutterstock/reprodução)

Esse desalinhamento entre cérebro e corpo pode gerar interpretações equivocadas, como a ilusão de que estamos caindo de um lugar alto.

Essa resposta pode vir acompanhada de movimentos bruscos, aceleração dos batimentos cardíacos, respiração rápida e, em alguns casos, uma breve sensação de pânico. Embora possa ser desconcertante, é considerada uma reação fisiológica normal.

Por que sentimos que estamos caindo durante o sono?

Existem várias teorias científicas que explicam a origem dessa sensação:

Descompasso entre corpo e mente

À medida que o corpo relaxa, o cérebro pode interpretar esse relaxamento muscular como uma queda real. Como resposta, ele envia sinais de alerta para os músculos, produzindo um espasmo que nos desperta.

Ilustração moderna representando o espasmo hípnico (hypnic jerk). / Crédito: Pro Symbols (Shutterstock/reprodução)

Mecanismo evolutivo

Outra teoria sugere que essa reação é um reflexo herdado de nossos antepassados primatas. Para quem dormia em árvores, um alerta súbito de queda poderia ser essencial para a sobrevivência.

Flutuações neuroquímicas

Durante a transição para o sono, há alterações nos níveis de neurotransmissores como a serotonina e o GABA, que regulam o relaxamento muscular e os estados de consciência. Mudanças rápidas nesses níveis podem contribuir para o sobressalto.

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Fatores que favorecem a sensação de queda durante o sono

Embora o sobressalto hipnagógico seja natural, alguns fatores aumentam sua frequência ou intensidade:

Pessoa tentando dormir / Crédito: fizkes (Shutterstock/reprodução)
  • Estresse e ansiedade: períodos de tensão aumentam a atividade do sistema nervoso, dificultando o relaxamento completo do corpo. Isso pode intensificar o reflexo de queda.
  • Privação de sono: dormir menos ou com horários irregulares interfere na qualidade do sono, favorecendo esse tipo de espasmo.
  • Estímulos externos: ambientes com ruídos, luz excessiva ou temperatura desconfortável também dificultam a transição suave para o sono profundo.
  • Consumo de estimulantes: cafeína, nicotina e alguns medicamentos que afetam o sistema nervoso central podem aumentar a incidência desses episódios.
  • Exercícios físicos intensos à noite: atividades físicas próximas ao horário de dormir mantêm o corpo em estado de alerta, dificultando o relaxamento muscular necessário para o sono.

O sobressalto hipnagógico é perigoso?

Mulher exausta deitada na cama usando o celular, sem conseguir dormir. / Crédito: DimaBerlin (Shutterstock/reprodução)

Na maioria dos casos, não é motivo de preocupação. Trata-se de uma resposta fisiológica normal do organismo. No entanto, se os episódios forem muito frequentes, acompanhados de outros sintomas (como insônia, suor noturno intenso ou dor), ou se impactarem significativamente a qualidade do sono, vale buscar avaliação médica.

Além disso, é importante diferenciar o sobressalto hipnagógico de outras condições mais graves, como:

  • Síndrome das pernas inquietas
  • Apneia do sono
  • Epilepsia noturna
  • Transtornos de movimento durante o sono

Como reduzir a sensação de estar caindo durante o sono

Mulher jovem sorridente e tranquila, deitada na cama com as mãos sob a cabeça / Crédito: ViDI Studio (Shutterstock/reprodução)

Para reduzir a sensação de estar caindo durante o sono, algumas práticas podem ajudar. Melhorar a higiene do sono é essencial: estabeleça um horário regular para dormir e acordar, crie um ambiente escuro, silencioso e com temperatura agradável, e evite o uso de telas e a exposição à luz azul antes de dormir. Apostar em técnicas de relaxamento também faz diferença, como a prática de meditação, mindfulness, exercícios de respiração profunda e relaxamento muscular progressivo. 

Além disso, é importante reduzir o estresse ao longo do dia com a prática regular de atividades físicas, mantendo uma rotina equilibrada e, se necessário, buscando apoio por meio de terapia ou aconselhamento psicológico.

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Entenda o que é uma traqueotomia e como o procedimento pode salvar vidas

A traqueotomia é um procedimento médico essencial quando o paciente não consegue respirar normalmente. Ela consiste na abertura da traqueia para criar uma via aérea alternativa, permitindo a passagem do ar até os pulmões. É indicada em casos como obstruções nas vias respiratórias, insuficiência respiratória grave ou quando outros métodos de ventilação não funcionam adequadamente.

Embora seja um procedimento comum em ambientes hospitalares, sua aplicação pode ser decisiva em situações de risco iminente, em que a rápida intervenção é necessária para evitar danos irreparáveis.

Com o avanço da medicina e tecnologias, a traqueotomia tem se tornado cada vez mais segura e eficaz, proporcionando não apenas a sobrevivência do paciente, mas também contribuindo para a sua recuperação a longo prazo. Vamos entender como a traqueotomia é realizada, em que circunstâncias ela é indicada e como pode ser fundamental para salvar vidas.

O que é a traqueotomia?

A traqueotomia é um procedimento cirúrgico em que é realizada uma abertura na traqueia, logo abaixo da laringe, para permitir a passagem do ar diretamente para os pulmões. Essa abertura, chamada de estoma, é normalmente feita utilizando bisturis ou outros instrumentos cirúrgicos de precisão, com o objetivo de garantir a ventilação adequada do paciente quando a respiração está comprometida.

A principal indicação para a traqueotomia é a obstrução das vias aéreas superiores. Isso pode ocorrer devido a diversos fatores, como lesões no pescoço, presença de tumores, doenças respiratórias graves ou até mesmo em pacientes que precisam de ventilação assistida por longos períodos, como aqueles com doenças pulmonares crônicas ou aqueles submetidos a cirurgias complexas.

Imagem: UI Health/Reprodução

Ao criar uma via alternativa de respiração, a traqueotomia permite que o ar flua diretamente para os pulmões, sem a necessidade de passar pela garganta ou vias aéreas superiores, que podem estar bloqueadas ou comprometidas.

Embora pareçam sinônimos, traqueotomia e traqueostomia são coisas diferentes. Tecnicamente, “traqueotomia” é o nome do procedimento cirúrgico, enquanto “traqueostomia” se refere à abertura resultante na traqueia.

Quando a traqueotomia é indicada?

A traqueotomia pode ser necessária em várias situações emergenciais, mas também pode ser realizada de forma planejada para pacientes com necessidades respiratórias crônicas. Abaixo, listamos algumas das condições mais comuns que levam à indicação do procedimento.

Obstrução das vias aéreas superiores

Este é um dos principais motivos para a realização da traqueotomia. A obstrução pode ser causada por inchaços decorrentes de infecções, como laringite, ou por corpos estranhos que bloqueiam a passagem do ar. Em situações mais graves, como traumas no pescoço ou cabeça, pode ser necessário abrir a traqueia para restaurar a passagem do ar.

Doenças respiratórias crônicas

Pacientes com doenças como DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) ou fibrose cística podem ter dificuldades respiratórias graves. Quando os tratamentos convencionais não são suficientes para garantir a ventilação, a traqueotomia pode ser realizada para facilitar a respiração e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Raio-x de câncer de pulmão (Imagem: utah778/iStock)

Ventilação mecânica prolongada

Pacientes que necessitam de ventilação assistida por longos períodos, como aqueles em estado crítico após uma cirurgia complexa ou vítimas de acidentes, podem se beneficiar da traqueotomia. A ventilação mecânica por intubação orotraqueal pode ser desconfortável e gerar lesões nas vias aéreas superiores, sendo a traqueotomia uma opção mais segura e eficaz para a ventilação prolongada.

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Cânceres de cabeça e pescoço

Em pacientes com cânceres na região da cabeça, pescoço ou garganta, pode haver comprometimento das vias aéreas. Nesse caso, a traqueotomia é realizada para garantir que o paciente tenha uma via aérea livre, permitindo a respiração durante o tratamento oncológico.

Paralisia das vias respiratórias

Em algumas condições neurológicas, como lesões medulares ou doenças autoimunes, as vias respiratórias podem se paralisar. A traqueotomia pode ser uma medida essencial para assegurar que o paciente consiga respirar com eficiência.

Como a traqueotomia é realizada

A realização de uma traqueotomia é um procedimento cirúrgico, geralmente realizado em ambiente hospitalar. Existem duas formas principais de realizar a traqueotomia: a traqueotomia cirúrgica e a traqueotomia percutânea.

Imagem:
PongMoji/depositphotos

Traqueotomia cirúrgica

Esse método envolve uma incisão feita no pescoço, onde o cirurgião localiza a traqueia e cria uma abertura. A incisão é então expandida para permitir a colocação de um tubo de traqueotomia, que será responsável pela ventilação. Após o procedimento, o paciente permanece em observação para garantir que o estoma cicatrize adequadamente.

Traqueotomia percutânea

Na traqueotomia percutânea, o procedimento é realizado de forma menos invasiva, utilizando agulhas e guias para acessar a traqueia por meio de pequenas incisões. Esse tipo de traqueotomia é geralmente indicado em pacientes com condições menos graves e pode ser realizado com sedação, sem a necessidade de anestesia geral.

Traqueotomia e a evolução na medicina

Com o avanço das técnicas e tecnologias, a traqueotomia tem se tornado cada vez mais segura e eficaz. A introdução de métodos minimamente invasivos, como a traqueotomia percutânea, tem reduzido significativamente o tempo de recuperação e as complicações associadas ao procedimento.

Além disso, a criação de dispositivos modernos, como tubos de traqueotomia mais confortáveis e com melhor vedação, tem permitido que pacientes se recuperem mais rapidamente e retornem a uma vida normal. A combinação desses avanços tem aumentado as chances de sobrevivência em situações críticas, proporcionando aos médicos uma ferramenta importante para salvar vidas.

O impacto da traqueotomia na qualidade de vida

Embora a traqueotomia seja um procedimento que envolve riscos, seu impacto na qualidade de vida do paciente pode ser transformador. Em muitos casos, ela proporciona uma via aérea segura, permitindo que os pacientes se recuperem e voltem a respirar com facilidade. Para aqueles que dependem de ventilação mecânica, a traqueotomia pode oferecer maior conforto e reduzir os danos às vias aéreas superiores, permitindo uma ventilação mais eficaz e confortável.

Além disso, a traqueotomia permite que os pacientes mantenham uma nutrição adequada, pois a passagem de ar pela boca e garganta pode dificultar a alimentação. Com a traqueotomia, o paciente pode ser alimentado adequadamente sem o risco de aspiração.

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Quais cidades brasileiras são mais propensas a terremotos?

A ideia de que não existem terremotos no Brasil foi divulgada por muito tempo, principalmente pelo fato de que os abalos sísmicos que acontecem no país não tem a mesma intensidade de outros, como no Japão e nos Estados Unidos, por exemplo.

Apesar dessa crença, estudos mais aprofundados sobre as características do nosso solo já provam que isso não é verdade. Até a década de 1970, os tremores de terra no Brasil eram atribuídos à “acomodação de terra”, ou então eram vistos como consequência dos terremotos de países vizinhos, como Peru e Argentina.

Isso até pode acontecer, mas a maioria dos eventos sísmicos do nosso país está associada ao acúmulo de energia no interior da placa Sul Americana. A energia pode causar a reativação de antigas falhas geológicas, ou, ainda, que seja mais difícil, formar novas falhas que dissipam a energia acumulada, que provoca os terremotos.

Como algumas cidades do Brasil estão localizadas em cima de falhas geológicas, diversas regiões do país estão propensas a ocorrência de terremotos. Veja abaixo quais são elas.

O que são falhas geológicas e qual sua relação com terremotos?

Antes de falar sobre as cidades, vamos abordar um pouco sobre as chamadas falhas geológicas, importantes para entender os terremotos e a ocorrência deles no Brasil.

O Brasil está praticamente no centro da placa tectônica sul-americana, fazendo com que a possibilidade de tremores fortes seja mais raro, já que eles geralmente são registrados nas bordas de placas de tamanho continental. (Imagem: Carlos Uchôa/UEFS/Divulgação)

Também conhecidas como falhas tectônicas, são estruturas da crosta do planeta que originam os terremotos. Em geologia, “falha” significa uma fratura na rocha, onde há um movimento relativo entre os blocos rochosos fraturados.

Então, o local onde existe o rompimento do bloco e a liberação de energia é o foco do terremoto. De acordo com estudos geológicos recentes, essas formações geológicas existem no Brasil, e diversas cidades do país estão em cima delas.

A diferença principal é que nosso país está praticamente no centro da placa tectônica sul-americana, fazendo com que a possibilidade de tremores fortes seja mais raro, já que eles geralmente são registrados nas bordas de placas de tamanho continental.

Apesar disso, terremotos ainda podem ocorrer no solo brasileiro. Veja mais a seguir.

Quais cidades brasileiras são mais propensas a terremotos? Conheça algumas

1 – Salvador (BA)

Na capital da Bahia, há um exemplo muito conhecido de falha geológica: o elevador Lacerda é o marco que une as cidades conhecidas como baixa e alta.

Elevador Lacerda na capital da Bahia
Elevador Lacerda na capital da Bahia (Reprodução: Vinicius Dattwyler/Pexels)

Ali, há um desnível de relevo que teve origem há aproximadamente 140 milhões de anos, quando a América do Sul começou a se separar da África. Nesse período, um bloco rochoso desceu em relação ao outro, formando a Falha de Salvador, o que aconteceu ao longo de milhões de anos.

O primeiro registro de terremoto no Brasil ocorreu justamente em Salvador, em 1724. Então, a partir de meados do século 19, muitos pesquisadores começaram a registrar outros eventos sísmicos, principalmente no Nordeste.

2 – João Câmara (RN)

A cidade do Rio Grande do Norte está localizada na falha de Samambaia, e já registrou diversos tremores de terra.

Um deles aconteceu em 2022, quando moradores sentiram nove abalos sísmicos na cidade. O maior terremoto registrado no local foi em 1986, com magnitude de 5.1, e sendo sentido em grande parte do Nordeste brasileiro.

De acordo com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, a falha de Samambaia é considerada a maior do tipo no Brasil, com 38 km de comprimento, 4 km de largura e uma profundidade que varia de 1 a 9 km.

3 – Cubatão (SP)

Descoberta em 1987, a falha de Cubatão, localizada no litoral de São Paulo, faz parte de um sistema de mais de 2.000 km de extensão.

Localização da área de estudo da falha de Cubatão (escala original da imagem de satélite: 1:50.000; Imagem: Projeto SIIGAL)

Possui uma rede de falhas diferentes entre si, sendo nomeado de Sistema de Falhamento Cubatão. Mesmo com seu tamanho e estando abaixo de uma região industrial, existe um baixo risco de possíveis terremotos iminentes nesse sistema de acordo com pesquisas.

Além disso, a estrutura esteve comprovadamente ativa entre 400 e 10 mil anos atrás. Contudo, ainda não há registros de terremotos em Cubatão ou no estado de São Paulo.

4 – Itacarambi (MG)

Falando de estado, Minas Gerais é o que mais registra atividades sísmicas no Brasil. De acordo com o mapa tectônico elaborado na pesquisa citada acima, sete falhas geológicas cortam Minas Gerais, sendo elas: BR 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 47.

A 47 está localizada no norte do estado, exatamente abaixo do município de Itacarambi. O local registrou um terremoto de 4.9 graus na escala Richter em dezembro de 2007.

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5 – Taruacá (AC)

Esta cidade no Acre encontra-se próxima do epicentro do maior terremoto já registrado no Brasil, o qual atingiu 6.6 graus na escala Richter em 20 de janeiro de 2024.

A descida da placa de Nazca se choca com a placa Sul Americana,
originando em diferentes profundidades os pontos de acúmulo e liberação de energia. (Imagem: Carlos Uchôa/UEFS/Divulgação)

O tremor aconteceu na região amazônica perto da cidade, mas as coordenadas exatas apontam para Ipixuna, no Amazonas. Antes disso, foi registrado o segundo maior terremoto no país nessa mesma região, em 2022, chegando a 6.5 pontos.

A cidade acreana também é o município do estado com mais ocorrências de abalos sísmicos, uma vez que está em cima da falha de Taruacá, que corta o estado em duas partes. Mesmo com os abalos constantes na região, a profundidade deles passa dos 500 km, diminuindo o risco de danos e de serem percebidos pelos moradores.

Em 2015, ano em que estudos completos foram feitos na região, mais de 15 terremotos foram sentidos na cidade.

Esses fatos são reforçados pela localização da cidade, que está próxima de duas placas tectônicas muito ativas: a Sul-Americana e a de Nazca, ambas nos Andes.

6 – Porangatu (GO)

Já o município de Porangatu, localizado no norte de Goiás, é uma região localizada em cima da falha geológica brasileira que leva o nome da cidade: Zona de Falhas de Porangatu.

Foi registrado um terremoto de 3.7 pontos na escala Richter em abril de 2022, assustando os moradores durante a madrugada.

Outros tremores mais intensos foram sentidos em Goiânia e até em Brasília em outras ocasiões, como o acontecido em outubro de 2010

7 – Vale do Jaguaribe (CE)

A 300 km da capital do Ceará, Fortaleza, está uma grande falha geológica sobre a cidade cearense de Vale do Jaguaribe.

O local gera terremotos considerados de baixa magnitude, sendo que alguns dos mais recentes aconteceram em março de 2016, com magnitudes de 3.1 e 3.4 graus na escala Richter.

Os pesquisadores suspeitam que a água de um açude na região se infiltrou na falha, o que pode estar aumentando o número de abalos.

8 – Curitiba (PR)

Curitiba é a única capital do Brasil que fica diretamente em cima de uma falha geológica, sendo a mesma que atravessa a cidade de Cubatão.

Curitiba é a única capital do Brasil que fica diretamente em cima de uma falha geológica, sendo a mesma que atravessa a cidade de Cubatão. (Imagem: Pedro Ribas/SMCS)

Apesar disso, a região Sul é a que menos tem falhas geológicas no Brasil. Entretanto, é mais comum que as cidades do entorno da capital paranaense registrem terremotos, como São Jerônimo da Serra, a 351 km de Curitiba.

O local sofreu um abalo de 5.1 graus em setembro de 2017. Já em outros dados registrados entre 2006 e 2019, o estado apresentou sete terremotos de magnitude elevada.

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Onde termina a Terra e começa o espaço?

A humanidade sempre olhou para o céu com curiosidade, tentando entender onde a atmosfera terrestre acaba e o espaço sideral começa. Essa questão, que envolve ciência, tecnologia e até mesmo disputas políticas, é essencial para áreas como a astronomia, a exploração espacial e a aviação.

Mas afinal, onde começa espaço Terra? Há um limite preciso que separa nosso planeta do vasto universo? Para a ciência, definir essa fronteira não é simples. A Terra não possui uma “barreira” física que delimita o fim de sua atmosfera.

Em vez disso, sua camada gasosa se torna gradualmente mais rarefeita à medida que se afasta da superfície.

No entanto, por convenção, a linha de Kármán, situada a 100 km acima do nível do mar, é amplamente aceita como o ponto onde o espaço começa. Esse critério, porém, não é unânime e há outras definições que competem com essa ideia. 

Onde termina a Terra e começa o espaço?

A transição entre a atmosfera terrestre e o espaço não é abrupta, mas sim um processo gradual. Diferentes definições foram adotadas ao longo do tempo para tentar estabelecer um limite claro entre os dois. Veja algumas das principais abordagens para definir essa fronteira.

A linha de Kármán: a convenção mais aceita

A linha de Kármán, situada a 100 km acima do nível do mar, é a definição mais amplamente utilizada para determinar onde começa o espaço.

Objeto flutuando no espaço (Divulgação: Rocket Lab)

Esse conceito foi introduzido pelo engenheiro e físico húngaro Theodore von Kármán, que calculou que a partir dessa altitude a densidade atmosférica se torna tão baixa que um avião não consegue mais gerar sustentação suficiente para voar. Acima desse ponto, apenas foguetes conseguem operar de maneira eficiente.

Organizações como a Federação Aeronáutica Internacional (FAI) adotam essa definição para classificar astronautas e delimitar recordes de voo espacial. No entanto, algumas entidades, como a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF), utilizam um critério diferente.

Os 80 km da USAF e NASA

Para as forças armadas e algumas agências espaciais dos EUA, a fronteira do espaço começa a 80 km de altitude.

A NASA e a Força Aérea concedem o título de astronauta a pilotos que ultrapassam essa marca, o que gerou discussões em missões espaciais suborbitais realizadas por empresas privadas, como a Blue Origin e a Virgin Galactic.

Essa diferença na definição pode influenciar até mesmo a regulamentação de voos comerciais espaciais.

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A exosfera: a visão científica da transição

Além das convenções estabelecidas, a ciência considera que a atmosfera da Terra se estende muito além dos 100 km.

A última camada atmosférica, chamada exosfera, pode alcançar até 10.000 km de altitude antes de se dissipar completamente no espaço interestelar. Nesta região, as partículas de gás são extremamente raras e podem viajar grandes distâncias sem colidir entre si.

Embora a exosfera ainda faça parte da Terra do ponto de vista atmosférico, ela já está praticamente no vácuo.

A magnetosfera e a influência gravitacional

Outro critério para definir onde termina a Terra e começa o espaço leva em conta a influência do campo gravitacional e magnético do planeta.

Ilustração da Terra vista do espaço, com destaque para a atmosfera
Ilustração digital mostra a visão da Terra direto do espaço sideral (Reprodução: Dima Zel/Shutterstock)

A magnetosfera, que se estende por milhares de quilômetros além da superfície, protege a Terra de partículas solares e cósmicas. Já a esfera de Hill, que marca o ponto em que a gravidade da Terra perde força em relação ao Sol, se encontra a aproximadamente 1,5 milhão de quilômetros de distância.

Considerando essa perspectiva, poderíamos dizer que o “espaço” só começa realmente muito além do que os limites tradicionalmente aceitos.

A importância da definição para a exploração espacial

Estabelecer onde começa o espaço tem implicações práticas e políticas. O reconhecimento de astronautas, a regulamentação de voos espaciais comerciais e até mesmo acordos internacionais sobre soberania aérea dependem dessa definição.

À medida que empresas privadas ampliam sua presença na exploração espacial, essas discussões se tornam ainda mais relevantes.

Embora a linha de Kármán continue sendo o padrão mais aceito, as diferentes abordagens demonstram que a resposta para onde começa espaço Terra depende do contexto.

Se considerarmos apenas critérios físicos, a transição da atmosfera para o espaço é gradual e pode se estender por milhares de quilômetros. Mas, para fins práticos e operacionais, 100 km ainda são a referência principal.

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