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Por que os restos mortais das vítimas do Titanic nunca foram encontrados?

Quando o Titanic naufragou em 1912, 2.200 pessoas estavam a bordo do navio. Destas, mais de 1.500 morreram na tragédia. Então como é possível que, ao longo de tantos anos de explorações, os restos mortais das vítimas nunca tenham sido encontrados em meio aos destroços? Há algumas explicações por trás disso…

Entenda:

  • Em 1912, o naufrágio do Titanic causou mais de 1.500 mortes – mas os restos mortais das vítimas nunca foram encontrados;
  • Uma das hipóteses por trás disso é a profundidade extrema em que o navio se encontra;
  • Como a água no fundo do oceano é subsaturada em carbonato de cálcio, os ossos das vítimas se dissolveram quando criaturas marinhas comeram a carne;
  • Outra explicação é que os coletes salva-vidas usados durante o naufrágio fez com que os corpos flutuasse após a morte, e tanto tempestades quanto correntes oceânicas os levaram para longe.
Proa do Titanic avistada em uma expedição de 2004. (Imagem: NOAA)

Os destroços do Titanic só foram encontrados em setembro de 1985, 73 anos depois do naufrágio. Desde então, o que sobrou do navio já foi explorado em inúmeras ocasiões – 33 delas só pelo diretor James Cameron, que visitou os destroços durante a produção do clássico Titanic, filme vencedor do Oscar.

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Vítimas do naufrágio podem ter sido dissolvidas

Em 2012, ao The New York Times, Cameron descreveu o que encontrou em suas visitas ao navio naufragado: “Não vi nenhum vestígio humano. Vimos roupas, pares de sapatos – o que sugere fortemente que houve um corpo ali em algum momento. Mas nunca vimos restos humanos”, contou o diretor na época.

Destroços do Titanic no fundo do mar
Restos mortais das vítimas do Titanic nunca foram encontrados. (Imagem: Nuno Vasco Rodrigues/Shutterstock)

Uma das razões por trás disso é a profundidade extrema em que os destroços do navio se encontram. “A água no fundo do mar está subsaturada em carbonato de cálcio, que é, em grande parte, a composição dos ossos. [O Titanic] está abaixo da profundidade de compensação de carbonato de cálcio, então, uma vez que as criaturas comem sua carne e expõem os ossos, eles se dissolvem”, explica Robert Ballard, que localizou o Titanic em 1985, à NPR.

Restos mortais das vítimas do Titanic podem ter flutuado para longe

Outra explicação se deve ao fato de que muitos passageiros usavam coletes salva-vidas no momento do naufrágio, de modo que seus corpos continuaram flutuando no oceano após a morte. Além de tempestades que podem ter levado os corpos para longe dos destroços, correntes oceânicas continuaram varrendo os restos mortais ao longo dos anos, aponta o IFLScience.

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Titanic: o que é verdade e o que é ficção no filme?

A história trágica do naufrágio do Titanic aconteceu há mais de um século, e ainda atrai a curiosidade e comove muitas pessoas.

Algumas delas, inclusive, chegam a investir dinheiro alto para tentar chegar próximo da embarcação, que agora está localizada no Oceano Atlântico Norte, a cerca de 600 km a sudeste da costa da Terra Nova, no Canadá. Seus destroços estão a cerca de 3,8 mil metros de profundidade.

Quem não quer ou não pode pagar pela experiência de visitar o navio de perto, pode assistir ao filme lançado em 1997, com direção de James Cameron.

O longa consegue contar o que aconteceu com a embarcação, seus passageiros e tripulação de forma detalhada e bastante realista. Por conta de sua produção, Titanic rendeu diversos prêmios e um successo que dura até os dias atuais.

Contudo, nem todos os acontecimentos retratados no filme são totalmente fiéis ao que ocorreu na vida real.

Confira abaixo alguns dos acontecimentos que seguem à risca o que houve em 1912, além de outros que foram colocados na história apenas para enriquecer a trama do filme.

Veja quais acontecimentos são reais no filme Titanic

1 – Os músicos tocaram até o naufrágio

A cena em que o grupo de músicos continua tocando enquanto o navio segue afundando é uma das mais lembradas do filme.

Músicos tocando durante o naufrágio do navio Titanic (Divulgação: Lightstorm Entertainment, 20th Century Studios e 20th Century Studios)

Isso aconteceu de fato: haviam oito músicos contratados na embarcação para acompanhar os passageiros durante a viagem.

Não se tem informação de quanto tempo exato a banda permaneceu tocando, mas existem indícios de que eles seguiram até pouco tempo antes do Titanic afundar por completo.

Também não existe uma certeza a respeito da música escolhida para ser a última melodia da embarcação, mas especula-se que tenha sido “Songe d’automne” ou “Nearer, My God, to Thee”.

2 – Molly Brown realmente existiu

Molly Brown, interpretada por Kathy Bates, é uma personagem do filme que reflete exatamente o que a passageira viveu na vida real, sendo inspirada na socialite americana Margaret Brown.

Personagem Molly Brown no filme Titanic (Divulgação: Lightstorm Entertainment, 20th Century Studios e 20th Century Studios)

Molly passava férias na Europa com a filha, e decidiu embarcar no navio para Nova York após receber a notícia de que seu neto estava doente.

Quando a embarcação colidiu com o iceberg e começou a afundar, Brown ajudou diversos passageiros a embarcar nos botes salva-vidas.

Quando ocupou seu lugar em um deles, ainda fez de tudo para que o tripulante voltasse e resgatasse mais gente, ameaçando jogá-lo no mar caso não retornasse, uma vez que ainda havia espaço no bote.

Quando teve acesso ao navio Carpathia, que resgatou sobreviventes do Titanic, ela também organizou um comitê para ajudar passageiros da segunda e terceira classe.

3 – Jack e Rose foram inventados

Sabemos que a história central do filme é o romance impossível entre Rose (Kate Winslet), uma jovem de classe alta, e Jack (Leonardo DiCaprio), um rapaz pobre que embarcou no navio por acaso.

Cena de Jack e Rose flutuando sobre a água gelada (Divulgação: Lightstorm Entertainment, 20th Century Studios e 20th Century Studios)

Contudo, mesmo que a história tenha emocionado os fãs, os personagens não são reais, tendo sido criados por James Cameron.

Porém, é importante lembrar que Rose foi inspirada em uma mulher real. De acordo com Cameron, quando ele construía o roteiro, estava lendo a autobiografia da ceramista Beatrice Wood, grande representante do dadaísmo.

No livro, a artista conta sobre sua relação complicada com a mãe e sua relação com seu trabalho.

4 – Herói retratado como vilão

No longa, o marinheiro britânico William Murdoch é retratado de uma forma diferente do que é considerado na vida real.

Marinheiro retratado no filme (Divulgação: Lightstorm Entertainment, 20th Century Studios e 20th Century Studios)

Em uma cena, ele aparece atirando em dois passageiros que tentavam embarcar nos últimos botes salva-vidas, atirando na própria cabeça em seguida. Murdoch realmente existiu, contudo, foi visto como um herói, lançando dez bote salva-vidas para ajudar no desembarque dos passageiros, antes de morrer afogado.

No lançamento do filme, sua família não gostou de vê-lo retratado como alguém ruim, e pediu uma retratação do diretor James Cameron.

Após isso, a produtora 20th Century Fox, por meio de seu vice-presidente, soltou uma nota dizendo: “o oficial era um herói decente, responsável e muito humano e deve permanecer uma fonte de orgulho para Dalbeattie, e nas memórias de todos os que sabem de sua vida”.

5 – Referências reais

Como já se sabe, James Cameron usou o romance fictício entre Jack e Rose para contar a história real da tragédia.

Detalhe da decoração do interior do navio Titanic (Divulgação: Lightstorm Entertainment, 20th Century Studios e 20th Century Studios)

Para isso, ele usou referências de fatos ocorridos com a embarcação, juntamente com sua criatividade e licença poética. Sabemos que o navio afundou depois de colidir com um iceberg, em abril de 1912.

Naquela noite, mais de 1500 pessoas morreram no acidente, e o navio afundou durante a madrugada, por volta das 2h20.

Pensando nisso, o diretor faz referência ao fato sobre o horário em cenas do filme, como no destaque do relógio que aparece quando a água toma boa parte da embarcação. Nela, é possível ver o objeto marcando o horário 2:15.

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6 – Casal que permanece no navio

Essa é mais uma história baseada em fatos a respeito da tragédia. Esse é, provavelmente, o segundo casal mais famoso do filme, composto por Isidor Straus, dono das lojas Macy’s, e sua esposa, Ida.

Cena do filme Titanic que mostra dois idosos deitados na cama enquanto o navio afunda (Divulgação: Lightstorm Entertainment, 20th Century Studios e 20th Century Studios)

No longa, eles foram retratados como a dupla que escolheu permanecer em seu quarto durante a inundação, abraçados em sua cama enquanto o quarto se enchia de água.

Na vida real, os dois tinham um lugar garantido no bote salva-vidas de número 8, contudo, Isidor preferiu ficar na embarcação até que todas as mulheres fossem resgatadas. Com isso, Ida também se recusou a deixar o marido.

De acordo com testemunhas, a mulher disse que eles viveriam juntos por muitos anos, então aonde ele fosse, ela também iria. Há relatos de que o casal foi visto pela última vez no deck do navio.

7 – A forma pelo qual o navio afundou

Cameron também se preocupou bastante em se aproximar o máximo possível da realidade sobre o momento em que o navio afunda, mas sem deixar de imprimir o drama das produções cinematográficas.

Navio Titanic afundando (Divulgação: Lightstorm Entertainment, 20th Century Studios e 20th Century Studios)

O diretor fez alguns testes com a ajuda de engenheiros e cientistas para confirmar que a cena que reproduz a parte em que o navio se parte ao meio e afunda de vez foi verdadeiro, mesmo depois do filme ter sido lançado.

O Titanic realmente se partiu ao meio depois que a parte de trás do navio, a popa, já estava quase toda submersa.

No longa, a quebra acontece quando o navio já está quase a 90 graus em relação ao mar. Entretanto, de acordo com estudos, para acontecer essa ruptura na vida real a embarcação não precisa mais do que 23 graus de inclinação.

Sendo assim, o filme mostra a realidade, mas de uma forma um pouco mais dramática. De acordo com Cameron, não dá pra saber exatamente o que aconteceu em relação a isso, então, ele tentou ser o mais fiel possível na época.

8 – Instalações inspiradas no verdadeiro Titanic

O diretor já disse que usou de base várias coisas do Titanic real para criar o enredo do filme, entre elas, a grande diferença entre a primeira, a segunda e a terceira classes da embarcação, considerada a mais luxuosa que existia na época.

Enquanto na primeira classe havia toda riqueza possível, com decoração moderna, suítes (uma novidade na época), ginásio, quadra de squash e restaurantes, na terceira classe, as cabines contavam com beliches para quatro a oito pessoas, que tinham que dividir o espaço.

Ainda que fossem bastante simples, essas instalações ainda eram melhores do que as existentes em grande parte dos navios do período.

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Titanic: história de partir o coração confirmada

A história do Titanic, marcada por heroísmo e tragédia, ganha novas camadas com a recente divulgação de scans 3D de alta precisão dos destroços. As imagens, resultado de uma colaboração entre a National Geographic e a Atlantic Productions, revelam detalhes cruciais que confirmam relatos de testemunhas oculares e lançam luz sobre os momentos finais do navio condenado.

A tecnologia utilizada, uma combinação de Light Detection and Ranging (lidar) e fotogrametria, permitiu a captura de 700.000 imagens que revelam a cena do naufrágio em detalhes sem precedentes.

O que as novas imagens do Titanic revelam?

Um dos achados mais impactantes é a confirmação de relatos sobre o heroísmo da equipe de engenheiros do Titanic. As varreduras mostram válvulas abertas e caldeiras em estado côncavo, evidenciando que a equipe manteve as máquinas funcionando até o último momento.

O objetivo era manter as luzes acesas e o navio energizado, facilitando a evacuação dos passageiros e da tripulação nos botes salva-vidas.

Os destroços do Titanic, a mais de 3.800 metros de profundidade no Oceano Atlântico, estão se desintegrando sob a ação da ferrugem, do sal marinho e de bactérias. (Imagem gerada por IA/Gabriel Sérvio/Olhar Digital)

“Eles mantiveram as luzes e a energia funcionando até o fim, para dar tempo à tripulação de lançar os botes salva-vidas com segurança, com alguma luz, em vez de na escuridão absoluta”, disse o analista do Titanic Parks Stephenson à BBC.

Além do heroísmo, as imagens revelam detalhes cruciais sobre a tragédia. A descoberta de uma vigia esmagada, possivelmente pelo iceberg, corrobora os relatos de sobreviventes sobre a entrada de gelo nas cabines durante a colisão.

A análise das imagens também sugere que o dano causado pelo iceberg se estendeu por seis compartimentos do navio, e não quatro como se acreditava anteriormente.

Para analisar esse patrimônio histórico antes que se perca para sempre, equipes de especialistas têm se dedicado a criar um “gêmeo digital” 3D do naufrágio. (Imagem gerada por IA/Gabriel Sérvio/Olhar Digital)

Apesar da precisão das varreduras, alguns mistérios permanecem. A seção danificada da proa, escondida sob o leito oceânico, impede a confirmação visual de simulações sobre os danos causados pelo iceberg. No entanto, os scans 3D representam um avanço significativo na compreensão do naufrágio do Titanic.

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“Temos dados reais que os engenheiros podem usar para examinar a verdadeira mecânica por trás da separação e do naufrágio e, assim, chegar ainda mais perto da verdadeira história do desastre do Titanic”, afirma Stephenson. “Para a próxima geração de exploração, pesquisa e análise do Titanic, este é o começo de um novo capítulo.”

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