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Tratamento para lesão na medula começa a ser testado em humanos

O primeiro tratamento regenerativo para lesões na medula espinhal (LME) entrou em fase de testes em humanos. A terapia com células-tronco de pluripotência induzida (iPSC) foi desenvolvida pela XellSmart, empresa chinesa de biotecnologia, e aprovada nesta semana para ensaios clínicos de Fase I. 

Entenda:

  • O primeiro tratamento do mundo para curar lesões na medula entrou em fase de testes em humanos;
  • A terapia usa células-tronco de pluripotência induzida, substituindo as células neurais danificadas ou mortas;
  • Além de reparar as lesões, o tratamento também deve possibilitar o crescimento de todas as células necessárias para restaurar as funções afetadas;
  • A expectativa é de que a terapia seja disponibilizada em massa ao público em até sete anos.
Tratamento inovador pode reabilitar lesões na medula. (Imagem: Magic mine/Shutterstock)

Como explica a XellSmart em comunicado, a estimativa é de que mais de 15 milhões de pessoas em todo o mundo sofram com LME. As lesões são, geralmente, relacionadas a acidentes de trânsito ou no local de trabalho, quedas graves, traumas esportivos e outros, e podem causar paralisia ou incapacidade grave. Não há uma cura, apenas tratamentos cirúrgicos e de reabilitação para restaurar parcialmente a qualidade de vida do paciente.

Leia mais:

Tratamento pode restaurar as células lesionadas

No novo tratamento, as células-tronco substituem as células neurais danificadas ou mortas em decorrência da lesão na medula. O foco aqui é não só reparar o dano causado pela LME, mas também possibilitar o crescimento de todas as células necessárias para a restauração das funções.

Implante na medula pode reduzir dores nas costas
Tratamento de lesão na medula deve ser disponibilizado em sete anos, aponta empresa. (Imagem: Tumisu/Pixabay)

O tratamento passou por quatro anos de pesquisas pré-clínicas antes de receber a aprovação para os testes em humanos. A expectativa da equipe – que está trabalhando em parceria com a Universidade Nacional Sun Yat-sen, na China – é conseguir uma ampla aplicação para qualquer pessoa com lesão medular, sem a necessidade da coleta de células do paciente.

Próximos passos no tratamento para lesão na medula

A XellSmart explica que a conclusão dos testes em humanos está prevista para o próximo ano. Se os ensaios de Fase I se mostrarem um sucesso, o tratamento será testado em um número maior de pacientes, com a expectativa de que a Fase II comece em 2028. Em até sete anos, o tratamento deve ser disponibilizado em massa para a população.

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Estudo: exame nos olhos permite diagnóstico precoce de Parkinson

Um simples exame oftalmológico não invasivo pode ser a chave para o diagnóstico precoce da Doença de Parkinson. Testada por pesquisadores do Canadá e descrita em um estudo da Neurobiology of Disease, a técnica não apenas permite que os médicos ajam com antecedência para tratar a doença, mas também monitorem sua progressão.

Entenda:

  • Pesquisadores descobriram que um tipo de exame oftalmológico pode apoiar o diagnóstico precoce do Parkinson;
  • Chamada de eletrorretinografia (ERG), a técnica mede a atividade da retina diante de estímulos luminosos;
  • Já se sabe que o ERG pode revelar sinais de transtornos psiquiátricos, mas, até então, o método não havia sido associado ao Parkinson;
  • Testes em humanos e em camundongos geneticamente modificados indicam que o exame permite tanto o diagnóstico precoce da doença quanto o monitoramento de sua progressão.
Exame oftalmológico identifica Parkinson antes que os sintomas se manifestem. (Imagem: SpeedKingz/Shutterstock)

Como destaca a equipe em comunicado, a maioria dos diagnósticos de Parkinson é feita quando os sintomas já começaram a se manifestar. E, quando isso acontece, é sinal de que a doença já atingiu os neurônios em um nível de degeneração irreversível. Encontrar técnicas de diagnóstico precoce – como a dos pesquisadores – é fundamental para superar esse desafio.

Leia mais:

Cientistas testaram exame que também diagnostica transtornos psiquiátricos

Para o estudo, a equipe usou o exame de eletrorretinografia (ERG), que mede a atividade da retina diante de estímulos luminosos. A técnica já havia sido usada antes na medicina para revelar sinais de transtornos psiquiátricos – como esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão –, e os pesquisadores decidiram testar, também, seu efeito no diagnóstico de pacientes com Parkinson.

Os testes envolveram 20 adultos diagnosticados com a doença nos últimos cinco anos e outros 20 da mesma idade, mas sem a doença. “Colocamos um eletrodo na pálpebra inferior de cada participante e registramos sua resposta retiniana a uma série de flashes de diferentes intensidades, frequências e cores. Os resultados que obtivemos para pessoas com Parkinson apresentaram uma assinatura distinta daqueles do grupo de controle”, explica Martin Lévesque, líder do estudo.

Exame oftalmológico que identifica Parkinson também foi testado em camundongos

Médico examina olho de paciente homem mais velho
Exame que analisa pupilas também mostra sinais de transtornos psicológicos. (Imagem: seb_ra/iStock)

Além de humanos, o ERG também foi testado em camundongos geneticamente modificados com uma proteína humana associada ao Parkinson. “Mais uma vez, obtivemos respostas diferentes em animais com Parkinson. Isso sugere que as manifestações funcionais do Parkinson podem ser detectadas em um estágio inicial da doença por meio do exame da retina”, completa Lévesque.

Considerando que a idade média de diagnóstico da Doença de Parkinson é 65 anos, os cientistas propõem oferecer o exame de retina a partir dos 50, permitindo não só que o diagnóstico aconteça antes da manifestação dos sintomas – e, assim, o tratamento seja mais eficaz – mas também que a progressão do quadro seja monitorada continuamente.

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Medicamento contra malária pode tratar câncer, aponta estudo

Um medicamento contra a malária pode combater o câncer, aponta um estudo publicado na revista PLOS One. Os autores sugerem que, quando combinada à imunoterapia, um fármaco chamado de pironaridina pode acelerar o processo de eliminação das células cancerígenas.

Entenda:

  • A pironaridina, medicamento usado para tratar a malária há mais de 30 anos, pode combater o câncer;
  • Uma pesquisa mostrou que a pironaridina é capaz de retardar o crescimento da doença e provocar a morte programada das células cancerígenas;
  • Como apontam os pesquisadores, o tratamento tem impacto mínimo sobre as células saudáveis;
  • Combinada à imunoterapia, a pironaridina possui grande potencial na luta contra o câncer.
Remédio contra a malária pode combater o câncer. (Imagem: Shutterstock/Kateryna Kon)

Após participar de um seminário sobre a pironaridina em 2017, Renato Aguilera, professor de ciências biológicas na Universidade do Texas em El Paso (UTEP), observou a estrutura química do medicamento e percebeu seu potencial na luta contra o câncer. Então, Aguilera se uniu a outros pesquisadores para testar a hipótese.

Leia mais:

Medicamento contra malária retarda crescimento do câncer 

Quando testada em laboratório pela equipe, a pironaridina – que vem sendo usada para combater a malária há mais de 30 anos – não só retardou o crescimento do câncer, mas iniciou a apoptose (morte programada) das células cancerígenas com impacto mínimo sobre as células saudáveis.

Roberto Aguilera descobriu potencial de medicamento no combate ao câncer. (Imagem: UTEP)

“No futuro, esse medicamento pode ser potencialmente usado em combinação com imunoterapia para acelerar o processo de matar células cancerígenas”, disse Aguilera em comunicado.

Em 2023, durante uma entrevista para a rádio da UTEP, Renato Aguilera falou sobre o foco no câncer em suas pesquisas: “A pergunta que as pessoas me fazem é: ‘Por que você quer fazer isso?’ E eu digo: ‘Porque acho que é provavelmente disso que vou morrer, e gostaria de pelo menos contribuir para encontrar medicamentos que possam me curar ou curar meus amigos’.”

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