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Túmulo encontrado na Turquia pode ser de parente do Rei Midas

O Ministro da Cultura e Turismo da Turquia, Mehmet Nuri Ersoy, anunciou na semana passada que uma câmara funerária bem preservada foi encontrada em um sítio arqueológico na cidade de Gordion. A região foi, um dia, a sede da dinastia do Rei Midas.

A análise do túmulo e dos objetos no interior revelou semelhanças impressionantes com o local onde o pai do rei foi enterrado. Isso sugere que a câmara funerária pode pertencer a um membro da família real da época do Rei Midas.

Além disso, a descoberta dá novas pistas sobre os ritos funerários antigos.

Entrada do Grande Túmulo de Midas, em Gordion (Imagem: Wikimedia Commons)

Túmulo pode pertencer a parente do Rei Midas

O túmulo foi encontrado na cidade de Gordion, na Turquia, em um sítio arqueólogico que entrou para a lista de Patrimônio Mundial da UNESCO em 2023. A cidade era considerada a capital da Frígia, onde o Rei Midas reinou. De acordo com a mitologia, tudo que ele tocava, virava ouro (mas essa parte é apenas uma lenda).

De acordo com o Turkiye Today, a escavação precisou de uma equipe de 15 funcionários e seis arqueólogos trabalhando durante quatro meses. Eles encontraram a câmara enterrada em um monte de 8 metros de altura e quase 60 metros de diâmento. Ela tinha aproximadamente 3 metros de comprimento e 2,7 metros de largura.

O dono do túmulo ainda é desconhecido. No entanto, os arqueólogos destacaram semelhanças entre a descoberta e o túmulo do pai do Rei Midas, indicando que a pessoa enterrada provavelmente pertencia à dinastia real.

Câmara funerária tinha mais de 100 objetos no interior

O túmulo era feito de madeira e se deteriorou ao longo de 2 mil anos. Ainda assim, a equipe conseguiu recuperar uma grande variedade de objetos no interior. Segundo o ministro Ersoy, em publicação no X, foram 88 artefatos de bronze e ferro encontrados na câmara, incluindo vasos cerimoniais, queimadores de incenso e caldeirões.

De acordo com o site Archaeology News, um total de 100 itens foram encontrados com a descobertas. Desses, 47 deles foram restaurados e estão expostos no Museu Gordion.

Ersoy destacou que as peças estão em bom estado de conservação e são “as descobertas mais importantes desde o Túmulo de Midas”.

A disposição dos objetos no interior também tinha semelhança com o pai do Rei Midas, reforçando se tratar de um membro da família real – e parente do rei.

Túmulo do Rei Midas, na cidade de Gordion, na Turquia (Imagem: fotopanorama360/Shutterstock)

Parente do Rei Midas pode dar pistas sobre tiros antigos

  • O túmulo tem outro aspecto importante: ele é o primeiro sepultamento por cremação da dinastia do Rei Midas;
  • Para Ersoy, a descoberta fornece “pistas únicas sobre o sepultamento, as tradições e a estrutura social dos frígios”;
  • O motivo da cremação segue desconhecido – o que torna tudo mais intrigante.

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Túmulos no Egito revelam representação visual mais antiga da Via Láctea

Combinando astronomia com egiptologia, o astrofísico Or Graur, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, investigou como o Egito antigo via a Via Láctea. Ele acredita ter encontrado a mais antiga representação visual da galáxia em imagens da deusa Nut, figura central da mitologia egípcia. 

Publicada na revista Journal of Astronomical History and Heritage, a descoberta conecta ciência moderna com crenças antigas para decifrar como o céu era retratado há milênios.

Nut é conhecida como a deusa do céu e aparece em muitos caixões e tumbas do Egito. Ela costuma ser mostrada como uma mulher arqueada, com o corpo cheio de estrelas, cobrindo o céu e protegendo a Terra abaixo. Segundo a mitologia, Nut engole o Sol ao anoitecer e o dá à luz novamente ao amanhecer, simbolizando o ciclo do dia. Era assim que os egípcios entendiam o funcionamento do Universo.

A deusa do céu, Nut, coberta de estrelas, erguida por seu pai, Shu, e arqueada sobre Geb, seu irmão, o deus da Terra. À esquerda, o Sol nascente (o deus com cabeça de falcão Re) sobe pelas pernas de Nut. À direita, o Sol poente navega por seus braços em direção aos braços estendidos de Osíris, que regenerará o Sol no submundo durante a noite. Crédito: EA Wallis Budge, Os Deuses dos Egípcios, Vol. 2 (Methuen & Co., 1904).

Pesquisador analisou mais de 500 túmulos milenares

Graur analisou 125 imagens de Nut em 555 sepulturas, algumas com quase cinco mil anos. Em uma delas, do caixão de Nesitaudjatakhet, cantora do deus Amon-Rá, algo chamou atenção: uma curva preta ondulada atravessando o corpo da deusa, do pé até as mãos. Estrelas aparecem tanto acima quanto abaixo dessa linha, como se ela dividisse o céu em duas partes. 

Para o cientista, essa curva pode ser uma representação da Grande Fenda – uma faixa escura de poeira que corta o brilho da Via Láctea quando observada da Terra. Segundo ele, a comparação entre essa pintura e uma foto real da galáxia mostra uma semelhança impressionante.

Imagens parecidas aparecem em outras quatro tumbas, inclusive no túmulo do faraó Ramsés VI. No teto de sua câmara funerária, Nut é desenhada duas vezes, separada por curvas onduladas douradas que atravessam suas costas. Essas formas não são comuns nas outras representações da deusa, o que reforça a ideia de que indicam algo especial – talvez a própria galáxia no céu noturno.

Nut, a deusa egípcia do céu, e figuras humanas representando estrelas e constelações do mapa estelar encontrado na tumba de Ramsés VI. Crédito: Hans Bernhard, GFDL-CC-BY-SA

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Imagens da Via Láctea mostram relação entre religião e astronomia no Egito Antigo

Graur faz uma distinção importante: para ele, Nut não é a Via Láctea em si, mas o céu como um todo. Elementos como o Sol, as estrelas e a própria galáxia são usados para decorar e ilustrar seu papel no universo. Em outras palavras, a Via Láctea ajuda a mostrar a grandeza da deusa, mas não a define.

Em um estudo anterior, publicado em 2024, Graur já havia comparado textos antigos – como os Textos das Pirâmides, os Textos dos Caixões e o Livro de Nut – com simulações modernas do céu do Egito. Ele sugeriu que, no inverno, a Via Láctea poderia marcar os braços de Nut, enquanto no verão, ela destacava sua espinha dorsal. Isso reforçava a ideia de Nut como o próprio céu.

As novas imagens analisadas agora acrescentam uma dimensão visual a essas ideias. Elas mostram que a arte egípcia pode ter sido uma forma de observar e registrar o cosmos, com símbolos que representam fenômenos reais. Segundo Graur, os desenhos pintam, literalmente, um novo quadro da relação entre religião e astronomia no Egito Antigo.

O interesse do cientista por Nut surgiu durante uma visita ao museu com suas filhas pequenas. “Elas ficaram encantadas com a figura da deusa arqueada e pediram para ouvir histórias sobre ela”, disse Graur em um comunicado. Essa curiosidade infantil acabou levando a uma pesquisa que une mitologia, ciência e imaginação através dos milênios.

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Porta rosa gigante de 4.400 anos revela túmulo de príncipe egípcio

Uma nova descoberta arqueológica movimentou o mundo da egiptologia. Pesquisadores encontraram o túmulo de um antigo príncipe egípcio com cerca de 4.400 anos em Saqqara, uma vasta necrópole perto de Cairo, capital do Egito.

O grande destaque do achado foi uma porta “falsa” de granito rosa de proporções impressionantes, que os antigos egípcios acreditavam ser um portal entre o mundo dos vivos e o além.

Túmulo é de príncipe desconhecido

O túmulo pertence ao príncipe Userefre, filho do faraó Userkaf, que reinou por volta de 2465 a 2458 a.C., durante a V dinastia do Egito Antigo. A descoberta é tão recente que, como explica o egiptólogo Ronald Leprohon, da Universidade de Toronto, “antes desta descoberta, nem sabíamos que ele existia”.

O nome do príncipe, segundo o especialista, pode ter significado “Rá é poderoso”, em referência ao deus sol Rá, figura central na mitologia egípcia.

Porta falsa de 4,5 metros

A tal porta falsa, feita de granito rosa, mede cerca de 4,5 metros de altura por 1,2 metro de largura, conforme informações do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito. Essas estruturas eram comuns nos túmulos da época, pois os antigos egípcios acreditavam que a alma dos falecidos podia usar essas passagens simbólicas para entrar e sair do mundo dos vivos, como explica um artigo do Museu Metropolitano de Arte de Nova York.

A gigantesca porta falsa do túmulo. Os antigos egípcios acreditavam que o espírito do falecido podia entrar e sair por ela. (Crédito da imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

O tamanho colossal e o material nobre da porta chamaram a atenção dos especialistas. Zahi Hawass, renomado egiptólogo e ex-ministro de antiguidades que lidera as escavações, destacou que “esta é a primeira vez que uma porta falsa como esta foi encontrada em Saqqara”.

Para Hawass, o status de príncipe e os importantes títulos que Userefre possuía justificam a construção de uma porta tão grandiosa. As inscrições na porta revelam que ele era um “príncipe hereditário”, além de “juiz”, “ministro” e “governador” de duas regiões.

Hieróglifos esculpidos encontrados dentro do túmulo.(Crédito da imagem: Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito)

Melanie Pitkin, curadora sênior do Museu Chau Chak Wing da Universidade de Sydney, ressaltou a raridade do material: “Naquela época, as portas falsas eram mais comumente feitas de calcário, um recurso abundante no Egito. Como o granito rosa e vermelho era extraído e transportado de Aswan, cerca de 644 km ao sul, era mais caro e reservado à realeza”.

Próximo à porta, os arqueólogos encontraram uma mesa de oferendas feita de granito vermelho. Ronald Leprohon explica que os antigos egípcios costumavam deixar alimentos nessas mesas, acreditando que o falecido poderia “magicamente” se alimentar das oferendas.

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Túmulo pode ter sido reutilizado

Uma reviravolta interessante na história do túmulo é que ele parece ter sido reutilizado durante a XXVI dinastia (cerca de 688 a 525 a.C.). Nessa época, uma estátua representando o rei Djoser (que reinou por volta de 2630 a 2611 a.C.), sua esposa e filhos foi colocada ali. Djoser é uma figura icônica, responsável pela construção da primeira pirâmide de degraus em Saqqara.

A análise da estátua sugere que ela foi criada durante o reinado de Djoser e pode ter sido retirada da própria pirâmide ou de algum edifício próximo. O motivo de sua transferência para o túmulo do príncipe séculos depois ainda é um mistério.

Com informações do Live Science.

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Túmulos da Idade da Pedra na Irlanda não são o que parecem, revela análise de DNA

Uma análise de DNA de esqueletos encontrados em túmulos da Idade da Pedra na Irlanda está desafiando uma interpretação de longa data: a de que essas estruturas foram construídas exclusivamente para a realeza.

A pesquisa, publicada recentemente no Cambridge Archaeological Journal, sugere que esses monumentos do período Neolítico irlandês (aproximadamente 3900 a 2500 a.C.) serviam a um propósito comunitário, em vez de serem destinados somente a dinastias governantes.

O que o DNA antigo revela sobre os túmulos neolíticos

Por séculos, arqueólogos presumiram que os imponentes “monumentos megalíticos” – grandes construções de pedra que abrigavam restos mortais humanos – eram jazigos de famílias de elite. No entanto, uma nova reanálise de DNA de 55 indivíduos sepultados nesses túmulos de aproximadamente 5.000 anos aponta para uma conclusão diferente.

Segundo Neil Carlin, arqueólogo da University College Dublin e principal autor do estudo, a evidência genética sugere que os monumentos megalíticos podem ter sido locais de encontro sazonal para trabalho, celebrações e enterros comunitários.

Essa perspectiva indica uma mudança significativa em relação aos quatro séculos iniciais do Neolítico na Irlanda, que eram caracterizados por práticas funerárias mais simples.

Newgrange, um monumento pré-histórico construído durante o período Neolítico, localizado no Condado de Meath, Irlanda. (Imagem: MNStudio/Shutterstock)

Novo olhar sobre túmulos irlandeses da Idade da Pedra

  • Os arqueólogos identificaram quatro tipos distintos de sepulturas antigas na Irlanda.
  • Os três tipos mais simples foram utilizados no início do Neolítico, enquanto um quarto tipo, denominado “túmulo de passagem desenvolvido”, surgiu por volta de 3300 a.C.
  • Esses túmulos de passagem consistiam em grandes montes circulares com um corredor de pedra de acesso.
  • Essas estruturas são mais antigas que Stonehenge e as pirâmides egípcias, e muitos continuam presentes na paisagem irlandesa, incluindo o famoso túmulo de passagem de Newgrange.
  • A análise da equipe de Carlin revelou que a maioria dos indivíduos enterrados nos túmulos de passagem não apresentava laços genéticos próximos.

Diante dessa descoberta, os pesquisadores dizem no estudo: “Não podemos afirmar que esses túmulos foram os locais de descanso final de uma linhagem dinástica que restringiu o acesso ao ‘sepultamento’ a seus parentes”.

Túmulos de galeria neolíticos do 3º milênio a.C.
Os túmulos neolíticos de Newgrande, no leste da Irlanda. (Imagem: Avillfoto / Shutterstock)

A falta de uma forte ligação biológica entre os sepultados motivou os pesquisadores a investigar as mudanças nas relações de parentesco durante o Neolítico. Ao analisar minuciosamente as evidências de DNA e as sutilezas nas práticas de sepultamento ao longo do período, a equipe identificou uma transformação significativa após os primeiros quatro séculos de agricultura na Irlanda.

No Neolítico inicial, os túmulos menores e mais simples correspondiam a comunidades menores com laços biológicos mais estreitos, conforme demonstrado pela análise genética. No entanto, no Neolítico tardio, com a construção de túmulos de passagem maiores, a maioria dos indivíduos ali enterrados apresentava uma diversidade genética maior e um parentesco mais distante.

Embora a causa dessa mudança permaneça incerta, os pesquisadores propõem que os conjuntos de túmulos de passagem na Irlanda Neolítica indicam que diferentes grupos de pessoas se reuniam, possivelmente em intervalos sazonais, para participar conjuntamente de atividades cerimoniais.

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No fim, em vez de retratar o período Neolítico como dominado por dinastias poderosas, os pesquisadores sugerem uma sociedade um pouco mais igualitária. No entanto, eles enfatizam a necessidade de mais investigações — incluindo novos estudos de DNA, análise de artefatos e da arquitetura monumental — para compreender as transformações sociais ocorridas na Irlanda após 3600 a.C., conforme destacam no estudo.

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