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Multando todo mundo! Veja quais devem ser os próximos alvos da União Europeia

A União Europeia mantém sua postura rigorosa contra as grandes empresas de tecnologia, e Google e X (ex-Twitter), de Elon Musk, podem ser os próximos alvos de multas por violação das leis digitais europeias. As informações são da Reuters

Fontes próximas aos reguladores afirmam que essas companhias estão sob análise por práticas consideradas anticompetitivas, seguindo o rastro de penalidades já aplicadas à Apple e Meta, que juntas foram multadas em 700 milhões de euros por desrespeitarem a nova Lei de Mercados Digitais (DMA).

Essa lei histórica busca reequilibrar o mercado digital europeu, impondo limites ao domínio das Big Techs e garantindo mais espaço para concorrentes menores.

Leia mais:

A chefe antitruste da UE, Teresa Ribera, reforçou que todas as empresas devem seguir as leis europeias, mesmo diante de ameaças de retaliação dos EUA, que classificam essas medidas como prejudiciais às empresas americanas.

Google pode ser forçado a vender parte de sua operação de anúncios (Imagem: daintyshot / Shutterstock.com)

Google poderia levar punição inédita

  • Embora as multas aplicadas até agora sejam consideradas modestas, autoridades europeias destacam que o foco principal está em garantir conformidade, e não apenas em penalizações financeiras.
  • O verdadeiro teste virá com a possibilidade de a Comissão Europeia obrigar o Google a desmembrar seu negócio de publicidade digital – medida sem precedentes no bloco.
  • Isso marcaria uma resposta contundente a acusações de que o Google favorece seus próprios serviços no mercado de anúncios, algo já condenado por uma corte americana recentemente.

X na mira por violação de normas digitais

O X, de Elon Musk, também está na mira após supostas violações da Lei de Serviços Digitais (DSA), com uma decisão esperada nos próximos meses.

Musk, por sua vez, já se manifestou publicamente contra as regulações da União Europeia.

Apesar das pressões externas, parlamentares como Andreas Schwab defendem que não deve haver concessões na aplicação da lei, pois a credibilidade da política de concorrência da UE está em jogo.

Analistas concordam que a eficácia do DMA será medida menos pelas multas aplicadas e mais pela mudança real nas práticas de mercado.

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O X é mais uma plataforma que pode ser penalizada na Europa por práticas anticompetitivas (Imagem: kovop / Shutterstock.com)

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Meta e Apple tomam multa bilionária na União Europeia; entenda

A União Europeia (UE) aplicou as primeiras penalidades com base na Lei dos Mercados Digitais, criada para aumentar a concorrência no setor de tecnologia, nesta quarta-feira (23). Apple e Meta foram multadas por descumprirem regras que impedem práticas consideradas abusivas.

A Apple recebeu uma multa de 500 milhões de euros (cerca de R$ 3,2 bilhões), enquanto a Meta foi penalizada em 200 milhões de euros (R$ 1,3 bilhão).

A Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês) busca impedir que grandes empresas ajam como “porteiras” do ambiente digital, impondo condições aos usuários e negócios menores.

Meta e Apple violaram lei digital ao reforçarem dependência de consumidores e usuários comerciais, diz UE

A Comissão Europeia, que representa o poder executivo do bloco, argumenta que a Apple restringiu a comunicação entre desenvolvedores e clientes sobre promoções e ofertas. Isso teria impedido usuários de conhecerem opções mais baratas fora da App Store.

Apple teria impedido usuários de conhecerem opções mais baratas fora da App Store, segundo Comissão Europeia (Imagem: daily_creativity/Shutterstock)

A Apple também recebeu uma decisão preliminar contrária por dificultar o acesso a lojas de aplicativos concorrentes. Por outro lado, uma investigação separada foi encerrada após a empresa passar a permitir a exclusão de apps pré-instalados.

Já a Meta foi penalizada por adotar um sistema de “consentimento ou pagamento”. Nele, o usuário deve aceitar o uso de seus dados pessoais para publicidade ou pagar para acessar versões sem anúncios do Facebook e do Instagram.

  • Segundo a lei europeia, as empresas devem oferecer uma alternativa equivalente para quem não autorizar o uso de dados.
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Segundo a Comissão Europeia, Meta foi penalizada por adotar um sistema de “consentimento ou pagamento” (Imagem: Muhammad Alimaki/Shutterstock)

Apple e Meta falharam em cumprir a DMA ao implementar medidas que reforçam a dependência de usuários comerciais e consumidores em suas plataformas. Todas as empresas que operam na UE devem seguir nossas leis e respeitá-las.

Teresa Ribera, vice-presidente da Comissão Europeia, em comunicado

As empresas têm 60 dias para se adequar à decisão. Caso contrário, podem enfrentar novas penalidades.

Outros lados

A Meta afirmou que pretende recorrer. “A Comissão Europeia está tentando prejudicar empresas americanas bem-sucedidas enquanto permite que companhias chinesas e europeias operem sob padrões diferentes”, disse Joel Kaplan, executivo da empresa, segundo o New York Times.

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Ainda não se sabe como o governo de Donald Trump vai responder às multas aplicadas contra Meta e Apple na União Europeia (Imagem: Chip Somodevilla/Shutterstock)

“Não se trata apenas de uma multa; estão nos forçando a mudar nosso modelo de negócios”, acrescentou Kaplan.

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Já a Apple não comentou o caso. E, segundo o jornal, ainda não está claro como o governo dos EUA vai reagir à decisão. Mas a Casa Branca avisou, em fevereiro, que poderia retaliar medidas europeias se considerasse que elas miram empresas americanas de forma injusta. A ver.

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Europa adia multa a Apple e Meta enquanto negocia acordo com EUA

Com o objetivo de evitar conflitos com o governo de Donald Trump, a União Europeia decidiu adiar a aplicação de penalidades contra Apple e Meta. Os órgãos reguladores europeus pretendiam emitir uma ordem de “cessar e desistir” para as Big Techs americanas, mas decidiram atrasar a medida enquanto o bloco negocia um acordo comercial com os EUA.

Tanto Apple quanto Meta são acusadas de violarem o Digital Markets Act, uma legislação europeia que visa aumentar a concorrência no setor de tecnologia, permitindo que empresas menores desafiem gigantes do setor.

A Meta enfrenta questionamentos sobre sua política de anúncios personalizados no Facebook e Instagram, que obriga os usuários a escolher entre pagar uma assinatura ou permitir que seus dados sejam usados para publicidade direcionada. Já a Apple é investigada por suas regras da App Store, que, segundo a Comissão Europeia, limitam a liberdade dos desenvolvedores de direcionar usuários a formas alternativas de pagamento e impõem taxas excessivas sobre transações fora da loja.

Apple e Meta podem receber multa pesada

As possíveis multas para as empresas podem atingir até 10% de sua receita global anual, embora fontes ouvidas pelo The Wall Street Journal indiquem que os valores devem ser significativamente menores. No entanto, as ordens de “cessar e desistir” têm o potencial de impactar mais diretamente as operações de ambas as empresas do que as próprias penalidades financeiras.

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A Meta, por sua vez, argumenta que as ações da Comissão Europeia não se limitam a questões financeiras, mas envolvem uma possível discriminação contra empresas americanas em detrimento de concorrentes chineses e europeus. A empresa defende que as medidas visam dificultar a operação das grandes empresas tecnológicas americanas na Europa.

Europa adia medidas enquanto negocia acordo com EUA

A decisão de adiar as ações contra as duas gigantes da tecnologia ocorreu pouco antes de o Comissário de Comércio da UE, Maroš Šefčovič, se reunir com autoridades dos EUA em Washington. O encontro foi o primeiro desde que Trump anunciou uma pausa de 90 dias em tarifas sobre alguns produtos, um movimento que visava facilitar negociações comerciais entre os blocos.

Imagem: shutterstock/Yavdat

O adiamento representa uma oportunidade de alívio temporário para a Meta, especialmente para seu CEO, Mark Zuckerberg, que teria buscado a intervenção de autoridades comerciais dos EUA para contornar a ordem esperada. Além disso, o ex-presidente Trump criticou as regulamentações de tecnologia da UE, ameaçando retaliar com tarifas adicionais caso a União Europeia prosseguisse com a imposição das multas.

Reguladores europeus resistirão à pressão dos EUA

Apesar da pressão externa, a Comissão Europeia afirmou que não cederá às demandas dos EUA. Contudo, membros do Parlamento Europeu levantaram questionamentos sobre a possível politização dos casos, dado o momento delicado das negociações comerciais entre os dois blocos. A UE busca um acordo que possa beneficiar suas relações comerciais com os Estados Unidos.

A Comissão Europeia havia agendado uma reunião com representantes dos Estados-membros para decidir sobre a imposição de multas, mas esse encontro foi adiado, deixando o futuro imediato das penalidades indefinido. A UE não revelou quando as decisões finais serão tomadas, mas afirmou que o trabalho técnico para avançar com os casos está concluído.

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Meta vai usar dados públicos de usuários europeus para treinar IA

A Meta anunciou que começará nesta semana a treinar seus modelos de inteligência artificial com conteúdos públicos de usuários da União Europeia, como postagens e comentários no Facebook e Instagram, além de interações com a Meta AI.

A decisão marca a retomada de um plano que havia sido suspenso em 2024 após pressão de reguladores europeus, especialmente da Comissão Irlandesa de Proteção de Dados (DPC), preocupados com o cumprimento do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR).

A empresa afirma que agora está alinhada com as exigências legais, após um parecer favorável emitido pelo Comitê Europeu de Proteção de Dados (CEPD) em dezembro, que reconheceu a conformidade da abordagem original da Meta.

A partir disso, a empresa retomou as conversas com o DPC e recebeu sinal verde para avançar.

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Meta contou com o sinal verde da UE para retomar plano que estava suspenso – Imagem: RaffMaster/Shutterstock

Privacidade assegurada

  • Usuários da UE começarão a receber notificações informando sobre o uso de seus dados públicos para treinar os modelos de IA da empresa, com a opção de optar por não participar desse processo.
  • A Meta diz que honrará tanto os pedidos de exclusão enviados anteriormente quanto os novos.
  • A empresa garante que não utilizará mensagens privadas nem dados públicos de menores de 18 anos para esse fim.
  • Segundo a Meta, incluir dados europeus no treinamento é essencial para tornar a IA mais representativa e sensível às diversas culturas, linguagens e formas de comunicação das comunidades locais — incluindo dialetos, gírias e estilos de humor típicos da região.

Sem ficar atrás da concorrência

A Meta também destacou que outras grandes empresas de tecnologia, como Google e OpenAI, já utilizam dados de usuários europeus para treinar suas inteligências artificiais, e que o movimento é necessário para manter a competitividade.

Apesar da liberação recente, o DPC segue atento às práticas de empresas que desenvolvem modelos de IA. Na semana passada, o órgão anunciou uma investigação sobre o treinamento do Grok, sistema da xAI, empresa de Elon Musk.

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Com nova política de transparência, a Meta garante respeito às normas de privacidade europeias – Imagem: rarrarorro/Shutterstock

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Na mira da UE, Grok dá dor de cabeça para jurídico do X

A rede social X, de Elon Musk, entrou na mira das autoridades da União Europeia (UE). O motivo: o uso de dados públicos em modelos de inteligência artificial (IA). A investigação foi anunciada pela Comissão Irlandesa de Proteção de Dados, responsável por fiscalizar a privacidade digital no bloco.

O foco do inquérito é o Grok, chatbot da empresa, que estaria sendo treinado com base em postagens feitas por usuários na plataforma. A preocupação é que, mesmo sendo públicas, essas postagens estariam sendo coletadas em massa sem transparência nem consentimento.

União Europeia investiga como X usa postagens e dados pessoais para treinar Grok

Em comunicado, a autoridade irlandesa informou que o processo apura o uso de “dados pessoais incluídos em publicações de acesso público feitas por usuários da plataforma X” na União Europeia e no Espaço Econômico Europeu, segundo a Reuters.

Grok colocou X/Twitter na mira de autoridades da União Europeia (Imagem: Rokas Tenys/Shutterstock)

O objetivo da investigação é verificar se a empresa está em conformidade com o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), principalmente quanto à legalidade e à transparência no tratamento das informações.

Se forem confirmadas irregularidades, o X enfrentaria multas, sanções legais e restrições no uso de dados para treinar seus sistemas de IA.

Anteriormente…

A investigação ocorre poucos meses depois de o X ter prometido não utilizar certos dados pessoais de europeus para treinar suas IAs, apontou o InfoMoney.

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Caso do X/Twitter se soma a outras tensões entre UE e big techs dos EUA (Imagem: rarrarorro/Shutterstock)

Em setembro de 2024, a empresa encerrou um processo na Justiça da Irlanda com o compromisso de não usar dados coletados entre 7 de maio e 1º de agosto daquele ano. Apesar disso, o desenvolvimento de novos modelos continuou após esse período.

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O caso se soma a outras tensões entre a União Europeia e empresas de tecnologia dos Estados Unidos. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou a ameaçar impor tarifas contra big techs que descumpram as normas europeias de privacidade.

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Europa se vê superada por China e EUA em IA, mas quer mudar o jogo

A União Europeia está focada em construir infraestrutura de dados e computação para inteligência artificial (IA), buscando acompanhar os EUA e a China na corrida tecnológica. As informações são do Wall Street Journal.

A Comissão Europeia anunciou planos para criar gigafábricas de IA, com instalações equipadas com 100 mil chips avançados, quatro vezes mais que as fábricas atuais.

O objetivo é ajudar empresas a treinar modelos complexos de IA, como parte de seu Plano de Ação para se tornar líder global no setor.

Europa quer alcançar EUA e China

  • O bloco europeu tem ficado atrás dos EUA e China desde o boom de investimentos em IA após o lançamento do ChatGPT pela OpenAI em 2022.
  • Enquanto os EUA anunciaram a joint venture Stargate, com investimentos de até US$ 500 bilhões, a China também avança com modelos de IA que competem com os americanos, embora usem chips de menor qualidade.
  • Henna Virkkunen, vice-presidente executiva da UE, destacou que a corrida pela IA está longe de terminar, e a Europa precisa intensificar seus esforços para ser líder na área.
Enquanto os avanços de IA na China e nos EUA foram significativos nos últimos anos, a Europa ficou para trás – Imagem: VGV MEDIA/Shutterstock

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Investimentos massivos

A União Europeia prometeu investir 200 bilhões de euros em IA, com um fundo de 20 bilhões de euros destinado à construção das gigafábricas. As parcerias público-privadas serão essenciais para implementar a infraestrutura necessária.

Além disso, a UE planeja criar um sistema de laboratórios de dados para reunir grandes volumes de informações, respeitando suas rigorosas leis de privacidade e proteção de dados.

A legislação de IA da União Europeia, aprovada no ano passado, é a mais abrangente do mundo, e a comissão planeja estabelecer um serviço para orientar as empresas sobre o cumprimento das novas regras.

Ilustração de placa de computador com bandeira da União Europeia em um dos chips
Investimentos bilionários em IA devem ocorrer na Europa nos próximos meses (Imagem: Ivan Marc/Shutterstock)

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X de Elon Musk deve receber multa pesada da União Europeia

A Comissão Europeia está se preparando para aplicar sanções significativas à rede social X (antigo Twitter), de Elon Musk, por descumprimento da Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês). As penalidades incluem uma multa bilionária e exigências de mudanças na plataforma, marcando o primeiro uso efetivo da legislação, voltada ao combate de conteúdos ilegais e da desinformação online.

As informações foram reveladas pelo jornal americano The New York Times, que obteve as informações de quatro fontes com conhecimento direto do caso.

As sanções devem ser anunciadas ainda neste ano, e podem acirrar tensões entre a União Europeia e os Estados Unidos. Isso porque Musk é considerado próximo do ex-presidente Donald Trump, atualmente em campanha para retornar ao cargo. As autoridades europeias estão avaliando o tamanho da multa a ser imposta, considerando também os riscos diplomáticos em meio a disputas comerciais e divergências sobre a guerra na Ucrânia.

Sanções podem elevar tensões entre União Europeia e Estados Unidos (Imagem: Delpixel / Shutterstock.com)

Investigação e possíveis negociações

A investigação contra a X começou em 2023. Reguladores europeus emitiram, no ano passado, uma decisão preliminar que apontava violações da DSA por parte da plataforma. Segundo autoridades da UE, ainda é possível chegar a um acordo com a empresa, caso ela aceite implementar mudanças que atendam às exigências de transparência e moderação de conteúdo.

Contudo, a X enfrenta uma segunda investigação, ainda mais ampla, que pode gerar novas sanções. De acordo com duas fontes, essa apuração considera que a postura permissiva da empresa frente aos conteúdos gerados por usuários transformou a plataforma em um centro de discurso de ódio ilegal, desinformação e outras publicações que minam a democracia no bloco europeu.

Um porta-voz da Comissão Europeia afirmou que as leis da UE “são aplicadas de forma justa e sem discriminação contra todas as empresas”, e evitou comentar especificamente o caso da X.

Defesa pública e reação da empresa

A X não se pronunciou oficialmente à imprensa, mas publicou, após a veiculação da notícia, que qualquer sanção seria “um ato sem precedentes de censura política e um ataque à liberdade de expressão”. A empresa prometeu defender seu modelo de negócios e “proteger a liberdade de expressão na Europa”.

Elon Musk já criticou anteriormente as políticas digitais da UE, afirmando que elas configuram censura. Em julho do ano passado, após a decisão preliminar da Comissão, declarou estar pronto para contestar eventuais punições em “uma batalha pública nos tribunais”.

Lei sob teste e possíveis desdobramentos legais

O caso é acompanhado de perto por especialistas e autoridades como um teste crucial para a aplicação da Lei de Serviços Digitais, que exige das plataformas maior vigilância sobre o que é publicado e mais clareza sobre seus algoritmos e anunciantes. A legislação tem sido alvo de críticas por parte de autoridades americanas. Em fevereiro, o vice-presidente J.D. Vance comparou a regulação europeia a uma forma de censura digital.

Desde a eleição de Trump, os reguladores europeus desaceleraram temporariamente a investigação para avaliar possíveis repercussões. Porém, com o aumento das tensões comerciais, decidiram dar prosseguimento ao processo.

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Caso deve servir de teste para a aplicação da Lei de Serviços Digitais (Imagem: Cristian Storto / Shutterstock.com)

Uma das violações apontadas é a recusa da X em fornecer dados a pesquisadores independentes, o que dificulta o rastreamento da disseminação de desinformação. Além disso, a plataforma teria falhado em oferecer transparência sobre anunciantes e autenticação de contas verificadas, segundo as autoridades.

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Multa pode ultrapassar US$ 1 bilhão

A penalidade final contra a X ainda não foi definida, mas poderá ultrapassar US$ 1 bilhão, de acordo com uma fonte. Pela legislação, empresas podem ser multadas em até 6% de sua receita global. No caso da X, de capital fechado, autoridades cogitam incluir os ganhos de outras empresas de Musk, como a SpaceX, no cálculo da multa — o que aumentaria consideravelmente o valor.

Além da X, a Comissão Europeia deve anunciar em breve sanções contra Meta e Apple, com base na Lei dos Mercados Digitais, que visa aumentar a concorrência no setor. A Meta também está sob investigação por falhas na proteção de menores, sob a mesma legislação aplicada à X.

As ações reforçam o posicionamento da União Europeia como um dos principais polos regulatórios da tecnologia global. Nas últimas décadas, empresas americanas como Amazon, Apple, Google e Meta já foram alvo de investigações por práticas anticompetitivas, falhas de privacidade de dados e pouca moderação de conteúdo.

Por fim, há indícios de que a atuação regulatória europeia influenciou na decisão recente do governo Trump de elevar tarifas contra o bloco. Em fevereiro, a Casa Branca emitiu um memorando alertando que as leis digitais da UE estavam sob análise por, supostamente, prejudicarem empresas norte-americanas.

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Europa prepara resposta às tarifas de Trump — o que vem a seguir?

A União Europeia (UE) prepara-se para anunciar um conjunto de medidas em resposta à imposição de tarifas pelo governo Trump. O anúncio detalhará uma estratégia que visa atingir setores cruciais da economia americana, incluindo gigantes da tecnologia e o setor financeiro.

A decisão de responder às tarifas americanas surge após o anúncio do ex-presidente Donald Trump de sobretaxas de 20% sobre todos os produtos importados da UE. A medida, que Trump classificou como um “Dia da Libertação”, colocou o bloco europeu em alerta, exigindo uma resposta.

A estratégia de retaliação da UE

  • A UE, que inicialmente esperava tarifas ainda mais elevadas, de até 25%, agora busca equilibrar a necessidade de retaliar para evitar uma escalada prejudicial nas tensões comerciais.
  • No centro da estratégia de retaliação da UE está a Lei de Mercados Digitais (DMA), uma legislação inovadora que visa regular o poder de mercado das grandes empresas de tecnologia.
  • A DMA oferece à UE a capacidade de impor multas substanciais a empresas como Apple e Meta, caso sejam consideradas em violação das regras de concorrência.
  • A utilização da DMA como ferramenta de retaliação sinaliza uma mudança na abordagem da UE, que busca utilizar seu poder regulatório para proteger seus interesses econômicos.
Estratégia de retaliação da UE envolve a Lei de Mercados Digitais (DMA), que visa regular o poder de mercado das grandes empresas de tecnologia. (Imagem: shutterstock/Yavdat)

Além do setor tecnológico, a UE também considera medidas que podem afetar o setor financeiro americano. Restrições à atuação de bancos dos EUA na Europa, a exclusão de empresas americanas de licitações para contratos governamentais europeus e a limitação de direitos de propriedade intelectual estão entre as opções em análise.

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Apesar da variedade de opções de retaliação, a UE enfrenta o desafio de alcançar um consenso entre seus 27 membros. As diferentes prioridades dos países do bloco europeu exigem um equilíbrio, especialmente em relação a setores como o vinícola, que enfrenta ameaças de tarifas elevadas, e a atração de multinacionais americanas, que representam investimentos significativos.

Com informações da Folha de São Paulo.

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Zuckerberg apoiou Trump abertamente – agora quer a retribuição

A proximidade das big techs com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, neste início de mandato impressiona. Veja o caso de Mark Zuckerberg.

O CEO da Meta ficou na primeira fileira do evento de posse do republicano. Ele também doou US$ 1 milhão para o fundo do novo presidente e fez uma série de visitas à propriedade de Trump em Mar-a-Lago.

Isso sem contar as decisões internas da companhia, que estão intimamente ligadas à visão de mundo de Trump – e ao seu espectro político. Zuckerberg, por exemplo, descartou a equipe de diversidade da Meta, encerrou seu programa de verificação de fatos e nomeou o presidente do UFC, Dana White, um aliado de Trump, para o conselho da big tech.

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Isso tudo porque Zuckerberg acha Trump mais bonito e competente do que Joe Biden e Kamala Harris? A resposta, obviamente, é não.

No mundo dos negócios, há aquela máxima que diz o seguinte: não existe almoço grátis. E isso pode se aplicar muito bem a esse caso sobre o qual estamos falando agora.

O presidente Donald Trump recebeu apoio de diversas personalidades do mundo da tecnologia – Imagem: Anna Moneymaker (Trump), rakeshmehta (logo Meta) – Shutterstock. Edição: Olhar Digital

A Meta e a União Europeia

  • Segundo informa o The Wall Street Journal, executivos da Meta vem pressionando autoridades comerciais dos EUA a enfrentar a União Europeia.
  • O bloco está prestes a aplicar multas pesadas à big tech dentro da chamada lei Digital Markets Act.
  • O dispositivo vê ilegalidade no modelo de publicidade do Instagram e do Facebook, mais especificamente no formato “pague ou consinta”.
  • Esse formato prevê que usuários paguem uma mensalidade para não receber anúncios personalizados.
  • De acordo com o bloco, esse conjunto de medidas visa proteger o cidadão comum e ajudar empresas menores a competir com gigantes da tecnologia.
  • A União Europeia pode aplicar uma multa de até 10% da receita anual da Meta.
  • Isso equivale a exorbitantes US$ 16 bilhões – com base nos lucros da empresa em 2024.
  • Zuckerberg já acusou publicamente os europeus de censura contra as redes sociais americanas.
  • A Meta espera que a pressão dos EUA convença a Comissão Europeia, o braço executivo do bloco, a aliviar essa multa.
Ícones dos aplicativos do Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger, redes sociais da Meta, em tela inicial de um iPhone colocado sobre teclado de notebook
Decisão da União Europeia pode minar os lucros da Meta no continente – Imagem: miss.cabul/Shutterstock

Preocupação com modelo de negócio

Além da multa em si, a Meta teme que a UE possa tentar forçá-la a vender anúncios “menos personalizados”. Isso prejudicaria bastante os negócios da empresa.

Eu indago a você: se o Facebook e o Instagram são aplicativos gratuitos para baixar, onde a Meta lucra afinal? Já li especialistas na área afirmarem o seguinte: se o app é de graça, provavelmente o produto é você!

Explico: essas empresas utilizam seus dados para entender os hábitos de consumo e suas pesquisas na rede. E elas podem “vender” esses dados para outras companhias, que personalizam o anúncio diretamente para um público com interesse em seu produto.

Ao barrar esse movimento e a cobrança por anúncios não personalizados, a União Europeia poderia minar a receita da Meta na Europa, uma região que responde por quase um quarto da receita global da empresa.

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Relação do bloco com a big tech parece ter azedado de vez – Imagem: rarrarorro/Shutterstock

Nesse contexto, Trump representa uma esperança pela mudança. Além da pressão diplomática, o republicano também tem outra arma nas mãos: as suas tarifas abusivas.

Um novo pacote voltado para o Velho Continente pode fazer com que os reguladores europeus revejam algumas ideias. A Meta agradeceria. Por enquanto, porém, a empresa apenas espera. E cobra alguns favores do governo Trump.

As informações são do The Wall Street Journal.

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Europa: empresas de IA correm contra o tempo; entenda

As empresas europeias que estão investindo pesadamente em inteligência artificial generativa precisam começar a mostrar resultados concretos até o próximo ano, ou correm o risco de perder o apoio dos investidores, que estão cada vez mais exigentes. As informações são da Reuters.

O mercado de ações, que já enfrentava pressões devido ao aumento dos temores de recessão, foi ainda mais impactado pelo lançamento do modelo chinês DeepSeek, que exige menos chips caros, afetando negativamente as fabricantes de hardware como Nvidia.

Embora o entusiasmo sobre o potencial da IA para impulsionar a produtividade e os lucros continue, os investidores agora demonstram preferência por empresas que adotam a tecnologia, como RELX e SAP, em vez das que apenas fornecem chips e hardware.

No entanto, os adotantes de IA também precisarão mostrar retornos reais para evitar que os investidores percam a paciência.

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Empresas europeias que investem pesadamente em inteligência artificial precisam demonstrar resultados concretos até 2026 (Imagem: gopixa/Shutterstock)

Ações em queda

  • As ações de fabricantes de hardware, como ASM International e BE Semiconductor, caíram significativamente após a introdução do DeepSeek.
  • Em contraste, empresas que adotam IA, como SAP, que recentemente superou a Novo Nordisk em valor de mercado, enfrentaram quedas menores.
  • Uma pesquisa da Fidelity mostrou que a maioria dos analistas não espera um impacto significativo na lucratividade até 2025, mas gestores de portfólio indicaram que, se os resultados não aparecerem até 2026, a paciência dos investidores se esgotará.

Com as avaliações de ações de IA sendo caras, os investidores exigem que as empresas mostrem benefícios concretos para justificar os altos preços. A principal preocupação é a falta de casos de uso viáveis e impactantes que comprovem os gastos com IA.

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A dificuldade em mostrar resultados lucrativos pode levar a saída de investidores, impacientes com os gastos de IA na Europa – Imagem: Dusan_Cvetanovic/Pixabay

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