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Uma das serpentes terrestres mais venenosas do mundo, a cobra da morte (Acanthophis antarcticus), surpreendeu uma equipe de cientistas na Austrália com um detalhe raro: uma terceira presa funcional. Sim, um exemplar da espécie apareceu com uma “arma extra” na boca – e ninguém sabe explicar exatamente o porquê.
O caso foi descoberto no Australian Reptile Park, localizado em Somersby, na costa central de Nova Gales do Sul, onde a cobra já vive há cerca de sete anos. Ela participa do programa de coleta de veneno, usado na produção de antídotos. No entanto, somente há quase um ano é que os tratadores notaram que além das duas presas normais havia uma terceira, do lado esquerdo da boca (e funcionando perfeitamente).
“Cobras perdem e trocam presas com certa frequência, isso é natural. Mas ter uma terceira, ativa e produzindo veneno, é algo que nunca vimos antes”, explicou Billy Collett, gerente do parque, ao site IFLScience. Segundo ele, a causa mais provável é uma mutação genética rara. Não se trata de algo comum nem esperado em outros indivíduos da espécie.
Cobra da morte com três presas produz mais veneno para o programa de fabricação de antídoto do Australian Reptile Park. Crédito: Reprodução/Australian Reptile Park
A cobra da morte comum já é assustadora por natureza. Seu bote é um dos mais rápidos do mundo, levando apenas 0,15 segundo para atacar. Ela se alimenta de sapos, lagartos e pássaros, mas uma mordida acidental em humanos pode causar paralisia, dificuldades respiratórias e até morte, sem tratamento imediato. Agora, imagine então o estrago que uma terceira presa funcional seria capaz de fazer.
Embora assustadora, a descoberta está sendo útil. Como a cobra continua saudável e produz muito veneno, ela contribui muito para a fabricação de antídoto, que salva dezenas de vidas todos os anos.
O parque coleta veneno de outras quatro espécies altamente perigosas: taipans, cobras marrons, cobras tigre e cobras pretas. E, agora, conta com esse exemplar especial, que mostra como a natureza pode ser surpreendente – e até um pouco exagerada, quando resolve inovar.
Durante 18 anos, o mecânico Tim Friede, de Wisconsin (EUA), realizou um experimento radical em si mesmo: injetou mais de 800 vezes veneno de diferentes espécies de cobras venenosas em seu próprio corpo.
Embora parecessem apenas feitos excêntricos (e perigosos), suas ações resultaram em algo extraordinário: a base para o desenvolvimento de um antídoto universal contra picadas de cobra.
Um estudo sobre o antídoto foi publicado na revista Cell.
Como o desenvolvimento do antídoto começou
Friede desenvolveu imunidade a toxinas de algumas das serpentes mais perigosas do mundo — como a mamba-negra, a taipan-costeira e a cobra-real — e produziu anticorpos raros e valiosos.
Esses anticorpos foram coletados por uma equipe de cientistas, que os testou em camundongos.
A combinação dos anticorpos com uma molécula inibidora chamada varespladibe protegeu os animais contra o veneno de 13 das 19 espécies testadas, e ofereceu proteção parcial para as demais.
Os pesquisadores agora estudam a adição de um quarto componente ao coquetel, com o objetivo de alcançar proteção completa.
Bom, nem é preciso dizer, né? Apesar desse feito, ninguém deve imitar Friede.
Após quase duas décadas de autoinjeções com toxinas letais, anticorpos humanos mostram eficácia inédita – Imagem: KobchaiMa/Shutterstock
Antídoto será testado em humanos
Se os testes em humanos forem bem-sucedidos, esse antídoto poderá substituir os atuais tratamentos altamente específicos e caros, trazendo enormes benefícios para países como a Índia, onde existem dezenas de espécies venenosas.
Além da eficácia, o uso de anticorpos humanos como os de Friede pode evitar reações adversas causadas por antivenenos feitos com anticorpos de animais, como cavalos.
A equipe estuda a criação de um único coquetel pan-antídoto, ou duas versões distintas: uma para as cobras da família dos elapídeos e outra para os viperídeos, dependendo da região do mundo.
Estudo com anticorpos humanos mostra proteção contra múltiplas espécies e pode substituir soros tradicionais – Imagem: Ken Griffiths/Shutterstock
Os escorpiões são animais peçonhentos que utilizam seu ferrão para injetar toxinas em suas presas ou em possíveis ameaças. Embora a maioria das espécies não represente perigo significativo para os seres humanos, algumas possuem peçonhas potentes que podem causar efeitos graves e até fatais.
A seguir, apresentamos uma lista dos dez escorpiões mais perigosos do mundo, detalhando suas características, habitats e os efeitos de suas peçonhas no corpo humano.
O escorpião que dispara veneno à distância: Parabuthus transvaalicus (Escorpião-grosso-da-África)
O escorpião-grosso-da-África é um dos maiores escorpiões, medindo entre 12 e 14 cm. Sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, paralisia e, em casos graves, insuficiência respiratória.
Parabuthus transvaalicus / Crédito: Richard McJimsey (Wikimedia)
Além disso, ele tem a capacidade de esguichar veneno a uma distância de até um metro, visando os olhos de possíveis ameaças. Esse escorpião é encontrado na África Austral, especialmente na África do Sul, habitando regiões áridas e semiáridas, como savanas e desertos.
Sua coloração varia de preta a marrom-escura, com um corpo robusto e cauda espessa. Sua periculosidade é destacada pelo Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology (Arquivos sobre Escorpiões da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega).
O escorpião amazônico de alta toxicidade: Tityus obscurus
Esse escorpião é encontrado na região Amazônica, incluindo Brasil, Peru e Colômbia, habitando florestas tropicais úmidas, onde é frequentemente encontrado sob cascas de árvores e folhagens. Sua coloração é marrom-escura a preta, com um corpo alongado e pinças finas.
Tityus obscurus / Crédito: Ythier E (Wikimedia)
Com comprimento entre 6 e 7 cm, sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, convulsões, arritmias cardíacas e, em casos graves, morte.
Essa espécie tem destaque como uma das mais perigosas para a saúde pública, segundo o Instituto Butantan. Saiba mais.
O escorpião urbano do Nordeste brasileiro: Tityus stigmurus
Esse escorpião está presente no nordeste do Brasil, habitando áreas urbanas e rurais, muitas vezes escondido em entulhos e residências. Sua coloração é amarelada, com um padrão escuro no dorso.
Tityus stigmurus / Crédito: Hjalmar Turesson (Wikimedia)
Essa espécie mede entre 5 e 7 cm e sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, suor excessivo, vômitos e distúrbios neurológicos.
Essa espécie também é uma das mais perigosas para a saúde pública, segundo o Instituto Butantan. Saiba mais.
O escorpião da necrose fatal: Hemiscorpius lepturus
Com comprimento de 6 a 8 cm, essa espécie se destaca por sua peçonha citotóxica, que causa necrose grave nos tecidos, hemólise e até falência orgânica.
Hemiscorpius lepturus / Crédito: Sem autor (Biodiversity4All)
Seu veneno é altamente citotóxico, causando feridas graves, inflamações e necrose, semelhantes às lesões provocadas pela picada da aranha-marrom. Não há antiveneno disponível.
Esse escorpião está presente no Irã e em outras regiões do Oriente Médio, habitando áreas áridas e semiáridas, muitas vezes invadindo habitações humanas.
No Irã, embora represente apenas 12% das picadas registradas, é responsável por 95% das mortes, podendo levar à falência renal, úlceras profundas, problemas psicológicos e até óbito.
Sua coloração varia de amarelada a marrom-clara, e ele se diferencia de outros escorpiões por não possuir o típico segmento caudal volumoso.
Sua periculosidade também tem destaque no Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology.
O assassino do deserto: Escorpião-negro (Androctonus crassicauda)
Esse escorpião robusto, de coloração preta e comportamento agressivo, mede entre 10 e 12 cm e é encontrado no Oriente Médio e no Norte da África, em países como Irã, Turquia e Arábia Saudita.
Sua peçonha é altamente tóxica, podendo causar dor intensa, convulsões, paralisia e, em casos graves, levar à morte.
Por habitar desertos e regiões áridas, representa uma ameaça constante para quem vive ou trabalha nessas regiões. Sua periculosidade tem destaque na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, que informa a população para ter cuidado com essa espécie. Leia mais aqui.
O mais venenoso dos EUA: Escorpião-de-casca-do-Arizona (Centruroides sculpturatus)
Este escorpião mede entre 5 e 7 cm e se encontra nos Estados Unidos (Arizona, Califórnia, Nevada, Novo México) e no norte do México.
Centruroides sculpturatus / Crédito: Andrew Meeds (Wikimedia)
Sua coloração varia entre amarelo e marrom-claro, e seu corpo é delgado. Sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, dormência, dificuldade respiratória e, em casos raros, morte, especialmente em crianças e idosos.
É considerado o escorpião mais venenoso da América do Norte, e tem destaque na Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos.
O matador do Sul: Escorpião-de-cauda-grossa-amarelo (Androctonus australis)
Esse escorpião, encontrado no Norte da África e no Oriente Médio, mede entre 10 e 12 cm e possui uma coloração amarela e uma cauda grossa e robusta. Sua peçonha neurotóxica pode causar paralisia, insuficiência respiratória e morte.
Por ser altamente resistente e capaz de sobreviver em condições extremas, é um dos escorpiões mais temidos do mundo. Sua periculosidade tem destaque no Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology (Arquivos sobre Escorpiões da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega).
O mais letal da Índia: Escorpião-indiano-vermelho (Hottentotta tamulus)
Este escorpião, encontrado na Índia, Nepal, Sri Lanka e Paquistão, mede entre 6 e 7 cm e tem uma coloração que varia do marrom avermelhado ao laranja.
Sua peçonha é altamente tóxica e pode causar dor intensa, vômitos, sudorese, convulsões e, em casos graves, edema pulmonar, levando à morte em até 24 horas sem tratamento. Frequentemente encontrado em áreas urbanas e rurais, representa um grande risco para crianças que caminham descalças.
A Scorpion Files, da Norwegian University of Science and Technology, o destaca como uma das espécies mais perigosas do mundo.
O mais perigoso do Brasil: Escorpião-amarelo-brasileiro (Tityus serrulatus)
Com tamanho entre 6 e 7 cm, esse é o escorpião mais perigoso da América Latina e o principal responsável por acidentes no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
Tityus serrulatus / Crédito: José Roberto Peruca (Wikimedia)
Sua peçonha neurotóxica pode causar dor intensa, náuseas, vômitos, taquicardia e, em casos graves, edema pulmonar e choque, sendo especialmente perigoso para crianças e idosos.
De coloração amarelo-claro, se reconhece facilmente pela ausência de serrilha na cauda. Vive em áreas urbanas e rurais, sendo frequentemente encontrado em entulhos e locais úmidos.
O Instituto Butantan alerta para a necessidade de precaução com essa espécie. Saiba mais.
O caçador da morte: Escorpião-amarelo-palestino (Leiurus quinquestriatus)
Com o apelido de “deathstalker”,o Leiurus quinquestriatus, é o escorpião mais perigoso do mundo pelo Guinness Book. Esse escorpião mede de 8 a 11 cm e se encontra no Norte da África e no Oriente Médio, incluindo Egito, Israel e Arábia Saudita.
Sua coloração amarela pálida e sua velocidade o tornam temido, mas o verdadeiro perigo está na sua peçonha, uma mistura de neurotoxinas e cardiotoxinas que podem causar dor intensa, febre, convulsões e, em casos graves, coma ou morte. Habita principalmente desertos e regiões semiáridas.
Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos, fizeram uma descoberta que pode abrir novos caminhos no desenvolvimento de tratamentos contra a depressão e a ansiedade. E isso graças a um veneno produzido por um sapo.
Estamos falando do Bufo alvarius, também conhecido como sapo do deserto de Sonora ou sapo do rio Colorado. Este animal é capaz de produzir a substância alucinógena 5-MeO-DMT (5-metoxi-N, N-dimetiltriptamina ou O-metil-bufotenina).
Efeitos positivos foram associados a experimentação de efeitos psicodélicos
Durante o trabalho, publicado na revista The American Journal of Drug and Alcohol Abuse, um grupo de 362 adultos recebeu a substância. Aproximadamente 80% deles relataram melhorias na ansiedade e na depressão.
Segundo os cientistas, estes efeitos foram associados a experimentação de efeitos psicodélicos mais intensos durante a experiência com 5-MeO-DMT. Além disso, foram relacionadas a uma maior certeza de que a experiência favorecia o bem-estar a longo prazo e a satisfação com a vida.
Substância está presente no veneno do sapo Bufo alvarius (Imagem: Mikhail Blajenov/Shutterstock)
Em outras palavras, o estudo demonstrou que os psicodélicos administrados junto com a psicoterapia ajudam pessoas com depressão e ansiedade. Apesar dos resultados promissores, a equipe afirma que ainda é necessário realizar novos estudos para entender quais os efeitos de longo prazo da substância.
Efeitos estão ligados a uma substância que pode combater a depressão (Imagem: fizkes/Shutterstock)
Efeitos semelhantes já haviam sido descritos anteriormente
Esta não é a primeira vez que pesquisadores descrevem os efeitos terapêuticos e as possíveis aplicações medicinais dessa substância.
Um estudo publicado na revista Nature já havia apontado que o 5-MeO-DMT poderia contribuir substancialmente para os efeitos antidepressivos sustentados dos psicodélicos.
Neste trabalho, os cientistas defenderam que a substância pode ajudar a ativar a serotonina.
Este é um neurotransmissor relacionado às emoções e ao humor, cuja baixa concentração no nosso organismo pode causar depressão.