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Apesar das chances de um asteroide colidir com a Terra serem pequenas, os riscos nunca podem ser desconsiderados. É por isso que cientistas do mundo todo trabalham no monitoramento de objetos espaciais.
De acordo com um novo estudo, existe uma ameaça vinda de asteroides que orbitam Vênus. Os pesquisadores afirmam que estas rochas espaciais podem entrar em rota de colisão com o nosso planeta no futuro.
Imagem conceitual de asteroides próximos da Terra (Imagem: buradaki/Shutterstock)
Ao todo, 20 objetos podem ser considerados ameaças
O trabalho foi liderado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e contou com a participação de especialistas da Universidade de Palermo, na Itália.
Os cientistas identificaram, ao todo, 20 objetos que podem ser considerados ameaças.
No entanto, a própria equipe afirma que podem existir muitos outros.
Isso acontece em função das trajetórias caóticas dos asteroides, o que dificulta as previsões.
Além disso, muitos objetos são difíceis de se detectar devido à presença do Sol.
As descobertas foram descritas em estudo publicado na plataforma arXiv.
Objetos estão escondidos próximos de Vênus (Imagem: Fordelse Stock/Shutterstock)
Órbitas dos asteroides são imprevisíveis
De acordo com os pesquisadores, sabe-se que 20 asteroides são coorbitais com Vênus. Essa característica impede que as rochas espaciais se choquem com o planeta, mas não eventuais colisões com a Terra no futuro.
Os cientistas explicam que estas são ameaças em função de suas órbitas imprevisíveis. Isso impede previsões com mais de 150 anos de antecedência. Para tentar solucionar o problema, a equipe criou simulações com 26 asteroides com características diferentes. Os resultados sugerem que alguns deles poderiam representar risco de colisão com o nosso planeta.
Simulações mostram que alguns asteroides são potencialmente perigosos para o nosso planeta (Imagem: Vadim Sadovski/Shutterstock)
Outra dificuldade é identificar esses objetos, mesmo com o futuro Observatório Vera Rubin, no Chile, equipado com a maior câmera do mundo. Os asteroides seriam visíveis apenas periodicamente, devido à perturbação da luz solar.
De acordo com a pesquisa, embora estudos como o do Observatório Rubin possam detectar alguns desses asteroides, somente uma missão espacial perto de Vênus poderia mapear e descobrir todos os objetos potencialmente perigosos que ainda permanecem ocultos.
Vênus é conhecido por seus vulcões incomuns, apelidados de “cúpulas em forma de panqueca”. Essas formações são grandes e achatadas, parecendo vergões circulares que se erguem da superfície. Um estudo publicado este mês no Journal of Geophysical Research: Planets sugere que essas estruturas não resultam apenas da lava, mas também da flexibilidade da crosta do planeta, que afunda com o peso.
O que você vai ler aqui:
Vênus abriga mais de 1.600 formações vulcânicas;
Entre elas, estão as famosas “cúpulas de panqueca”, largas e achatadas como vergões circulares;
Essas cúpulas podem ser causadas por lava extremamente viscosa;
No entanto, sua forma também depende da flexibilidade da crosta venusiana;
A crosta de Vênus pode afundar sob o peso da lava, moldando as cúpulas como uma casca de laranja pressionada;
Cientistas analisaram a cúpula Narina Tholus e simularam fluxos de lava sobre terrenos flexíveis e rígidos em ambiente virtual;
As cúpulas reais se assemelharam mais aos modelos com crosta flexível e lava muito densa, superespessa e lenta;
Futuras missões podem confirmar o tipo de lava e revelar pistas sobre a geologia de Vênus.
Uma das famosas “panquecas” de Vênus em uma visão simulada por computador feita a partir dos dados da espaçonave Magellan, da NASA. Crédito: NASA / JPL
Mais de 1.600 grandes formações vulcânicas já foram encontradas em Vênus. Entre elas, as cúpulas de panqueca chamam atenção por sua forma: largas, com dezenas de quilômetros de diâmetro, mas com altura pequena, semelhante a uma panqueca achatada. Elas lembram uma versão esmagada do monte Mauna Loa, no Havaí, o maior vulcão ativo da Terra.
Ainda não se sabe exatamente como essas cúpulas se formam. Uma das teorias é que são criadas por lava extremamente viscosa, ou seja, muito espessa e pegajosa. Esse tipo de lava flui lentamente até parar completamente, formando essas estruturas achatadas ao se solidificar com o tempo.
Mas os autores do novo estudo acreditam que a lava, sozinha, não explica tudo. Segundo Madison Borrelli, pesquisadora do Instituto de Tecnologia da Geórgia e líder da equipe, a forma da crosta superior de Vênus também tem papel importante. Essa crosta pode se curvar sob o peso da lava, como a casca de uma laranja afundando quando pressionada.
Ela explicou ao site Live Science que se essa curvatura da crosta acontece junto da formação das cúpulas, ela pode deixar sinais visíveis, como uma elevação ao redor da estrutura. Em um estudo anterior, de 2021, Borrelli encontrou esses sinais em cerca de 20% das cúpulas de panqueca analisadas. Isso reforça a ideia de que a crosta de Vênus ajuda a moldar os vulcões.
“Cúpulas de panqueca” em Vênus possivelmente devem sua forma à crosta flexível do planeta, de acordo com um novo estudo. Crédito: NASA
Para testar essa hipótese, os pesquisadores estudaram uma cúpula específica chamada Narina Tholus, que tem 55 km de largura e está localizada em uma região circular chamada Coroa Aramaiti. Essa cúpula foi escolhida porque tem dados topográficos detalhados coletados pela sonda Magellan, da NASA, na década de 1990.
Estudo criou simulação computacional da superfície de Vênus
Os cientistas criaram um modelo virtual da cúpula Narina Tholus e simularam diferentes tipos de lava escorrendo sobre dois tipos de terreno – uma crosta flexível e uma litosfera rígida. Eles queriam entender como essas diferenças afetariam a forma final das cúpulas.
O resultado foi claro: as cúpulas criadas sobre crostas flexíveis se pareciam muito mais com as cúpulas reais. Elas tinham topos achatados e laterais íngremes, características marcantes das cúpulas de panqueca. A crosta flexível criava uma espécie de barreira, que impedia a lava de se espalhar demais e fazia com que ela se acumulasse.
A densidade da lava também fez diferença. Apenas lavas muito densas, com mais que o dobro da densidade da água, conseguiram formar as cúpulas do jeito certo. Essas lavas são incrivelmente espessas – “mais de um trilhão de vezes mais viscosas que ketchup”, segundo Borrelli – e levaram centenas de milhares de anos para se solidificar.
Apesar dos avanços, o estudo tem limitações. Ele analisou apenas uma cúpula, e mais dados são necessários. A pesquisadora espera que futuras missões, como a VERITAS, da NASA, forneçam imagens mais detalhadas da superfície de Vênus.
Essas novas informações podem ajudar a identificar exatamente que tipo de lava forma as cúpulas de panqueca. Além da lava basáltica comum, os cientistas não descartam a presença de lavas mais raras, como as riolíticas e andesíticas. Se forem confirmadas, essas descobertas podem revelar detalhes sobre a história geológica de Vênus – e até pistas sobre a existência de água no passado.
Na madrugada desta sexta-feira (25), um curioso “emoji sorridente” poderá ser visto no céu. O “sorriso cósmico” será formado pela proximidade entre a Lua, Vênus e Saturno.
De acordo com o guia de observação InTheSky.org, tudo começa às 22h21 (pelo horário de Brasília) de quinta-feira (24), quando a Lua vai compartilhar a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre) com Vênus – em um fenômeno conhecido como conjunção.
Esse momento, em específico, não poderá ser observado, pois os protagonistas do evento estarão abaixo da linha do horizonte – portanto, fora do campo de visão. No entanto, eles surgem no céu a partir das 3h34, permanecendo visíveis até pouco antes do amanhecer, às 6h da manhã.
Quando os astros despontarem no horizonte, eles estarão acompanhados de Saturno, que terá feito conjunção com a Lua à 1h23, pouco mais de duas horas antes. A disposição do trio no céu, em especial pela Lua estar na fase minguante, é que dará a impressão de um singelo sorriso celeste.
O “sorriso” formado pela Lua minguante, Vênus e Saturno vai despontar no horizonte leste. Crédito: Stellarium Web
O trio não estará próximo o bastante para caber no campo de visão de um telescópio, mas poderá ser facilmente observado a olho nu ou com auxílio de binóculos.
Enquanto a Lua estará em magnitude de -10.4, a de Vênus será de -4.5 e a de Saturno 1.0, com os três na constelação de Peixes. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.
Como observar o “sorriso” formado por Vênus, Saturno e Lua
Segundo a NASA, para conseguir ver o evento, é essencial ter uma visão livre do horizonte leste (direção por onde o Sol nasce). Vênus será o “olho de cima”, com um brilho intenso. Saturno aparecerá logo abaixo, como o “olho de baixo”. A Lua, em formato de um fino crescente, estará mais abaixo e um pouco à esquerda, representando o “sorriso”.
Alguns observadores, dependendo da região em que estiverem, têm chance de ganhar um bônus: Mercúrio pode surgir abaixo dos três, mas em muitos lugares ele ficará abaixo da linha do horizonte – portanto, invisível.
O céu de algumas localidades, como São Paulo, por exemplo, também contará com Mercúrio logo abaixo do “emoji sorridente”. Crédito: Stellarium Web
O “sextou” pode ser ainda mais especial com a presença de “estrelas cadentes”, já que a chuva de meteoros Líridas, que atingiu o pico entre segunda (21) e terça-feira (22), ainda estará ativa, podendo gerar até 15 rastros de luz por hora em locais escuros.
Uma nova equação desenvolvida pela NASA recentemente pode ajudar a responder se Vênus já foi habitável ou se algum tipo de vida simples poderia ter existido por lá – e ainda trazer lições para nossa busca por vida em outros planetas.
Vênus é muitas vezes visto como um planeta inóspito devido à sua densa atmosfera e temperaturas escaldantes. No entanto, ele compartilha com a Terra algumas características fundamentais, como o tamanho, a massa e a composição rochosa.
Ambos estão na zona habitável do Sistema Solar, o que significa que, teoricamente, poderiam suportar vida. Embora as condições de Vênus hoje sejam extremas, cientistas sugerem que, no passado, o planeta poderia ter tido um clima mais ameno, favorável à vida.
Imagem mostra a atmosfera de Vênus vista no ultravioleta pela Pioneer Venus Orbiter em 1979. Crédito da imagem: NASA
Denominada Equação da Vida em Vênus (VLE, na sigla em inglês), a nova proposta para entender a possibilidade de vida em Vênus lembra a famosa Equação de Drake, que tenta estimar a quantidade de civilizações extraterrestres na nossa galáxia. A Equação de Vênus, assim como a de Drake, não oferece uma resposta definitiva, mas cria uma estrutura para refletirmos sobre as chances de vida em Vênus e, por extensão, em outros planetas.
De acordo com o site Universe Today, o estudo foi apresentado na Conferência de Ciência Lunar e Planetária de 2025, por Diana Gentry, diretora do Laboratório de Aerobiologia da NASA. A equação propõe três parâmetros principais, que são usados para calcular a probabilidade de vida em Vênus ao longo do tempo:
Originação: trata da chance de ter surgido vida em Vênus. Os cientistas consideram duas principais hipóteses para a origem da vida: abiogênese (vida surgindo a partir de substâncias químicas simples) e panspermia (vida sendo transportada de outros lugares, como de Marte ou de um cometa). Cada uma dessas hipóteses tem suas próprias probabilidades e são avaliadas na equação.
Robustez: refere-se à capacidade da vida de se manter e se diversificar ao longo do tempo. Para Vênus, a falta de água e a alteração nas condições climáticas teriam prejudicado a robustez de qualquer forma de vida que um dia tenha existido no planeta. No entanto, o fator importante a ser considerado é se, durante períodos mais temperados, Vênus teria suportado uma biosfera capaz de se adaptar às mudanças ambientais.
Continuidade: examina a duração das condições favoráveis à vida em Vênus. Isso inclui fatores como a estabilidade da estrela que ilumina o planeta (o Sol), a estabilidade da órbita de Vênus e a presença de atividade geológica, como vulcanismo. Esses fatores são cruciais, pois a vida só poderia persistir se o ambiente de Vênus se mantivesse estável por tempo suficiente.
Equação pode ajudar a entender melhor os exoplanetas em zonas habitáveis
Um dos aspectos mais intrigantes de Vênus é a hipótese de que, no passado, o planeta poderia ter tido mares ou oceanos em sua superfície. Durante esse período, o ambiente teria sido mais ameno, com uma interface entre terra e água, condições ideais para a vida primitiva. Esse cenário teria ocorrido cerca de 700 milhões de anos após a formação do Sistema Solar, coincidindo com o início do período Arqueano da Terra, quando a vida começou a se desenvolver por aqui.
A questão sobre a vida em Vênus é ainda mais controversa quando se considera a possibilidade de que, se a vida tenha existido no passado, ela poderia ter sobrevivido até os dias de hoje, mas de forma adaptada. Nas nuvens de Vênus, a cerca de 50 km de altitude, as condições são surpreendentemente temperadas, com temperaturas e pressões mais parecidas com as da Terra. Isso abre a possibilidade de que organismos microbianos possam ainda existir nas camadas superiores da atmosfera do planeta.
Renderização da espaçonave Venus Life Finder, um projeto em parceria entre o MIT e a Rocket Lab, que está programado para ser lançado este ano para estudar as nuvens de Vênus. Crédito: Rocket Lab
A Equação de Vênus não pode fornecer respostas definitivas, já que estamos lidando com um único exemplo de vida conhecida: a Terra. No entanto, ela nos dá uma estrutura para pensar sobre as condições que poderiam ter permitido a vida em outros planetas e como essas condições poderiam ser avaliadas. A equação pode nos ajudar a entender melhor os exoplanetas em zonas habitáveis ao redor de outras estrelas.
Embora a vida em Vênus ainda seja uma questão em aberto, a pesquisa de Gentry e seus colegas da NASA abre um novo caminho para pensar sobre a habitabilidade planetária. A equação proposta pode não apenas ajudar a esclarecer a história de Vênus, como também aprimorar nossa busca por vida em outros lugares do Universo.