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Quantos megapixels tem o olho humano? Entenda qual é a resolução da nossa visão

Quando perguntamos “quantos megapixels tem o olho humano?”, estamos tentando traduzir a complexidade da nossa visão para o universo das câmeras digitais. Mas será que é possível comparar diretamente o olho humano com uma câmera? A resposta é: até certo ponto, sim, mas com várias ressalvas importantes.

Neste artigo, vamos entender como essa comparação é feita, quais são as estimativas sobre a “resolução” do olho humano e o que isso nos diz sobre a incrível capacidade do nosso sistema visual.

Entendendo a resolução do olho humano

Imagem: AnnaVel/Shutterstock

O olho humano é uma estrutura extremamente complexa e eficiente. Ele capta e processa informações visuais de maneira muito mais sofisticada do que qualquer sensor digital. Quando tentamos estimar a “resolução” do olho humano em megapixels, surgem diferentes números. Isso acontece porque as metodologias de cálculo variam bastante. Vamos entender os principais cenários.

Por que há diferentes números de “megapixels” para o olho humano?

576 megapixels (Roger Clark)

O cientista e fotógrafo Roger Clark estima que o olho humano tenha o equivalente a 576 megapixels. Esse cálculo considera todo o campo de visão (cerca de 120 a 150 graus), a resolução máxima da fóvea (a região central da retina) e a baixa resolução da periferia, onde os detalhes são menos nítidos. Essa abordagem leva em conta a capacidade máxima de captar detalhes em toda a área visível, mesmo onde a nitidez é menor.

274 MP ou 137 MP por olho

Outros estudos, preferem focar apenas na fóvea central, a área de maior nitidez. Considerando a sobreposição do campo de visão dos dois olhos, as estimativas ficam assim: 137 MP por olho, ou 274 MP no total.

O funcionamento do olho e do cérebro

(Imagem: Bhatakta Manav/Shutterstock)

O olho humano não enxerga toda a cena com máxima nitidez ao mesmo tempo. Apenas o centro do campo de visão (a fóvea) capta detalhes com alta definição, enquanto a periferia é mais borrada.

Além disso, nossos olhos fazem movimentos rápidos e constantes, chamados de sacádicos, que projetam diferentes partes da cena na fóvea. O cérebro integra essas informações para criar uma percepção detalhada e contínua do mundo.

Diferenças de metodologia

As diferenças nas estimativas surgem porque alguns cálculos consideram a resolução óptica (quantos detalhes mínimos o olho pode distinguir), enquanto outros avaliam a densidade de células sensíveis à luz (cones e bastonetes) na retina. Há ainda quem leve em conta a área total coberta pelo campo de visão.

Imagem: PeopleImages.com – Yuri A/Shutterstock

Afinal, qual número está certo?

A resposta é: ambos estão corretos, dependendo do critério usado.

  • 576 MP é uma estimativa ampla, considerando o campo de visão completo e a integração cerebral.
  • 274 MP ou 137 MP por olho são estimativas mais conservadoras, focadas na fóvea e na sobreposição de visão.

No final, não existe um número “universalmente correto”. A visão humana é muito mais complexa do que qualquer sensor eletrônico. As comparações servem apenas para facilitar o entendimento.

Olho humano vs. câmeras digitais: quem ganha?

Imagem: 19 STUDIO/Shutterstock

Comparar o olho humano com câmeras digitais é interessante, mas é importante lembrar que são sistemas muito diferentes. As câmeras capturam imagens estáticas com sensores de resolução fixa. O olho humano e o cérebro criam uma percepção dinâmica, integrando múltiplas “imagens” ao longo do tempo. 

Além disso, o olho humano possui habilidades que ainda não são replicadas pelas câmeras, como a adaptação rápida a diferentes níveis de iluminação e a percepção de uma ampla gama de cores. Essas capacidades tornam o nosso sistema visual muito mais sofisticado do que qualquer sensor eletrônico disponível atualmente.

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Para efeito de comparação

Moça mostrando etiqueta de vestido para Gemini Live, IA do Google, num Galaxy S25
Mulher mostrando etiqueta de vestido para Gemini Live, IA do Google, num Galaxy S25 (Imagem: Reprodução/Samsung/YouTube)

Veja a resolução das câmeras de alguns smartphones: a câmera principal do iPhone 16 tem 48 megapixels, enquanto a do Galaxy S25 Ultra chega a 200 megapixels. Mesmo com esses números impressionantes, eles não chegam perto da complexidade e eficiência da visão humana, que combina sensores biológicos e processamento cerebral para criar uma experiência visual única.

Observação importante: o olho humano não funciona como uma câmera digital. A visão é dinâmica e envolve movimentos rápidos e constantes dos olhos (sacadas) para “escanear” a cena, além do processamento cerebral que integra essas informações em tempo real.

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Esse pode ser o segredo para, em alguns casos, restaurar a visão

A Universidade Médica de Wenzhou e parceiros identificaram uma população de células-tronco retinianas humanas com potencial para regenerar o tecido da retina e restaurar a visão, uma descoberta significativa para o tratamento da degeneração retinal, como retinite pigmentosa e degeneração macular.

Essas condições causam a perda irreversível de células sensíveis à luz na retina, e, embora os tratamentos atuais possam retardar o progresso, não substituem o tecido danificado. A perda de visão causada pela degeneração da retina afeta milhões em todo o mundo.

Por décadas, pesquisadores investigaram a possibilidade de usar células-tronco para regenerar a retina humana, um processo já observado em peixes e anfíbios.

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Descobertas oferecem novas esperanças para doenças oculares degenerativas – Imagem: goffkein.pro/Shutterstock

Descobertas do estudo

  • No estudo publicado na Science Translational Medicine, os cientistas identificaram células-tronco na retina periférica de tecido fetal humano, com características de autorrenovação e capacidade de se diferenciar nos diferentes tipos de células da retina.
  • Em organoides retinianos, essas células se moveram para áreas danificadas e geraram novas células retinianas.
  • Os testes em modelos de degeneração retiniana em camundongos mostraram que as células transplantadas permaneceram viáveis por até 24 semanas, se integraram à retina e restauraram a estrutura e a função visual.
  • Em comparação com outras células progenitoras, essas células-tronco se destacaram pela capacidade de diferenciação e viabilidade a longo prazo.

Os resultados indicam que organoides retinianos podem ser uma fonte promissora para o desenvolvimento de terapias regenerativas. Mais estudos serão necessários para avaliar a segurança, a compatibilidade imunológica e a eficácia em modelos que se assemelham mais à doença humana.

Estudo pode revolucionar o tratamento da degeneração visual – Imagem: Tocarciuc Dumitru/iStock

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